O lateral-direito Rafael Ramos foi indiciado pela Polícia Civil nesta segunda-feira (13), no Rio Grande do Sul. A informação é do SBT.
De acordo com a publicação, “a Polícia recebeu quatro laudos de leitura labial da discussão entre os atletas: do Instituto Geral de Perícias, inconclusivo; da defesa do Edenílson, e dois documentos da defesa de Rafael Ramos, que tentavam provar que ele não teria dito macaco”.
“Segundo a polícia, a palavra de Edenílson, enquanto vítima, definiu o desfecho do inquérito, que foi remetido à justiça”, concluiu a publicação do SBT.
PERÍCIA OFICIAL DIZ QUE É INCONCLUSIVO
O Instituto Geral de Perícias (IGP) divulgou na tarde desta quarta-feira (08) o laudo final do caso envolvendo o lateral-direito Rafael Ramos, do Corinthians, e o meia Edenílson, do Internacional. O corinthiano foi acusado de racismo durante confronto entre as equipes no Brasileirão.
Em nota oficial, o IGP afirma que as imagens da partida não são suficientes para tirar uma conclusão do que teria sido proferido pelo lateral português Rafael Ramos.
“Quatro vídeos foram enviados para análise. Um deles foi selecionado, por apresentar maior extensão da cena questionada e melhor qualidade de sinal. As imagens foram tratadas com softwares de melhoramento e apresentaram qualidade suficiente para análise. Da cena questionada, foram extraídos 41 frames”, diz trecho da nota.
“Não sendo possível identificar os movimentos realizados na porção interna da cavidade oral do jogador de camiseta branca, é tecnicamente inviável localizar todos os vestígios que definem a sequência de consoantes e vogais emitidas. A maior parte dos gestos que compõem a fala ocorrem justamente no ambiente intraoral ou em outras porções internas, como a faringe e a laringe. Nem em vídeos com excelente qualidade de imagem é possível obter as informações do que se passa na parte não visível do aparelho fonador”, completa o IGP.
Cabe ressaltar que as duas perícias contratadas pelo Corinthians para solucionar o caso afirmam que Rafael Ramos não proferiu a palavra “macaco” conforme denuncia Edenílson.
VEJA A NOTA ABAIXO NA ÍNTEGRA
“O Instituto-Geral de Perícias remeteu hoje à 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre o Laudo Pericial sobre o pedido de perícia de leitura labial acerca dos fatos ocorridos em jogo no Estádio Beira Rio em 14 de maio.
Quatro vídeos foram enviados para análise. Um deles foi selecionado, por apresentar maior extensão da cena questionada e melhor qualidade de sinal. As imagens foram tratadas com softwares de melhoramento e apresentaram qualidade suficiente para análise. Da cena questionada, foram extraídos 41 frames.
Não sendo possível identificar os movimentos realizados na porção interna da cavidade oral do jogador de camiseta branca, é tecnicamente inviável localizar todos os vestígios que definem a sequência de consoantes e vogais emitidas. A maior parte dos gestos que compõem a fala ocorrem justamente no ambiente intraoral ou em outras porções internas, como a faringe e a laringe. Nem em vídeos com excelente qualidade de imagem é possível obter as informações do que se passa na parte não visível do aparelho fonador.
Sobre o pedido de exame pericial de leitura labial, ressalta-se que não foi encontrada metodologia científica, aplicada à análise forense de vídeos, que sustente esse tipo de trabalho. Existem apenas publicações sobre percepção visual da fala e aprendizagem de leitura labial. Além disso, o registro enviado não possui o som das falas que interessavam à investigação, tornando impossível a perícia de áudio.
Por essas razões, é impróprio que a perícia criminal oficial do Estado afirme, com responsabilidade do ponto de vista processual e científico, o que foi proferido pelo jogador na cena questionada. O Laudo afirma que “sem que haja o respectivo sinal sonoro para realização de adequada análise percepto-auditiva e acústica, é conceitualmente inviável a definição confiável e inequívoca da pauta sonora proferida por um indivíduo a partir, exclusivamente, das informações relativas aos gestos articulatórios componentes que sejam exteriormente visíveis (como os de lábios e mandíbula)”.
O jogador português foi acusado pelo meia do Inter, Edenílson, de tê-lo chamado de macaco em partida no dia 14 de maio, em Porto Alegre. Ramos nega a acusação.
— SBT RS (@sbtrs) June 13, 2022
Segundo a polícia, a palavra de Edenílson, enquanto vítima, definiu o desfecho do inquérito, que foi remetido à justiça.
— SBT RS (@sbtrs) June 13, 2022