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Preocupado com lesões, Corinthians estuda como prevenir

Danilo Vieira Andrade

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Na atual temporada foram poucas as vezes que o Corinthians teve o seu elenco todo à disposição do ex-técnico Tite e de seu sucessor Cristóvão Borges. Tal acontecimento tem sido culpa das lesões que os atletas alvinegros estão sofrendo.

Ao total, foram 15 lesões que atrapalharam a equipe. Como se não bastasse aquelas que ocorrem durante as partidas, o Corinthians tem que lhe dar com situações consideradas como acidentes de trabalho e que não estão inclusas entre as 15.

– Fratura na costela de Elias;
– Hérnia de André e Matheus Vidotto;
– Fissura na costela de Walter;
– Choque entre Lucca e Guilherme Arana;
– Fratura no tornozelo de Rildo após carrinho de Edílson;
– Lesão no pé de Bruno Paulo, que já chegou ao clube com o problema.

O clube alega, que o calendário com muitos jogos tem sido o principal motivo para tantas lesões, mesmo com um número de partidas parecido com o do ano passado. Boa parte dos jogadores do elenco não participaram da pré-temporada no Estados Unidos, que serviu para a preparação física dos atletas.

Recentemente, o zagueiro Pedro Henrique teve uma lesão no músculo posterior da coxa esquerda. Além dele, Vilson, seu companheiro de posição, os volantes Camacho e Cristian também estão em estado de recuperação (todos em estágios diferenciados).

“Tivemos um número um pouco alto de lesões esse ano, quando comparamos com o que tínhamos. Mas tivemos muitas lesões traumáticas, fraturas, entorses de tornozelo, coisas que não há como prevenir. Elias teve duas lesões traumáticas, duas fraturas, não tem como prever. O mesmo com Vilson, Yago, Bruno Paulo, André”, contou o médico Ivan Grava.

O departamento médico do clube tenta minimizar as lesões musculares. Para isso, toda semana, todos os departamentos do clube realizam uma reunião para traçar estratégias e métodos que podem ajudar na meta. Na pré-temporada, o clube faz um trabalho de mapeamento junto com o laboratório R9. Nesta análise biomecânica, é possível corrigir desiquilíbrios e fortalecer a musculatura.

Durante o Campeonato Paulista e a Libertadores, o departamento médico já havia detectado que alguns jogadores deveriam ser poupados, mas nem sempre é possível seguir a indicação.

Pessoas que trabalham no Corinthians negam que as perdas de integrantes da comissão técnica não tem relação nenhuma com o número de lesões.

Em janeiro, o clube perdeu o fisioterapeuta Bruno Mazziotti, o técnico Tite, os auxiliares Cléber Xavier e Matheus Bacchi, e agora o preparador físico Fábio Mahseredjian, vai se juntar à seleção brasileira em agosto.

Mesmo com tantas lesões, ainda há um atleta que consegue se manter firme na equipe. Trata-se do meia Guilherme, que só ficou fora de um jogo na temporada por conta de lesões – contra a Ferroviária, no Campeonato Paulista.

Para prevenir uma lesão mais forte, o departamento médico fez um trabalho de prevenção em Guilherme. Algo parecido com o que foi feito em Pato e Renato Augusto. Os resultados com o camisa 10 tem sido positivos e ele vem mostrando durabilidade na temporada.

Confira as palavras do médico Ivan Grava sobre o tema:

EXCESSO DE LESÕES MUSCULARES

– Em relação a lesões musculares, foi o mesmo número de 2015. Tudo o que a gente faz é tentar prevenir a lesão ou tentar tirar o jogador antes da lesão quando há desgaste. Usamos o Lab R9, que é a parte de prevenção. E tem o trabalho que fazemos com o Fedato (fisiologista), que é de termografia. Tiramos o jogador de acordo com o desgaste. Só que algumas lesões são imprevisíveis, como lesão de tornozelo, entorse de joelho…

COMO É O TRATAMENTO?

– A melhora da lesão muscular depende de duas coisas: do músculo afetado e do próprio jogador. Cristian e Pedro Henrique lesionaram o bíceps, então demora um pouco mais para voltar, é mais utilizado que o adutor, que foi o caso da lesão do Walter, que voltou antes. E Walter teve uma cicatrização muito boa também. A lesão do Cristian foi porque ele vinha há um tempo sem jogar, teve sequência e aí teve lesão. Mas a questão do Pedro foi totalmente fatalidade, acontece.

PANORAMA GERAL

– Conversando com médicos de outros clubes, todos estão tendo aumento de lesões, não sei se pelo aumento do ritmo de jogo, pelo maior contato físico. Em 2015 tivemos números semelhantes de lesões musculares, mas tivemos esse pico em setembro. Chegamos a ter sete jogadores fora, sem lesões traumáticas. Neste ano, tivemos o pico um pouco antes e com lesões traumáticas. O nosso número de lesões está parecido.

AS LESÕES NO ANO

Cássio – edema na coxa esquerda, 10 dias fora em fevereiro
Walter – estiramento no adutor da coxa direita, 20 dias fora em junho
Edílson – lesão muscular na coxa direita, 10 dias fora em março
Pedro Henrique – lesão no posterior da coxa esquerda, 30 dias fora em julho
Vilson – edema na coxa esquerda, 20 dias fora em junho, torção no tornozelo esquerdo, 15 dias fora entre junho e julho
Yago – trauma ósseo no tornozelo, 20 dias fora entre junho e julho
Cristian – lesão na panturrilha direita, 30 dias fora entre janeiro e fevereiro, lesão na coxa esquerda, 30 dias fora em junho
Willians – edema na coxa direita, 15 dias fora em abril; dores no joelho direito, 7 dias fora em julho
Elias – fissura na fíbula da perna esquerda, 40 dias fora entre fevereiro e março
Rodriguinho – edema na coxa direita, 20 dias fora em março e abril
Danilo – contratura na panturrilha esquerda, 10 dias fora em abril; contratura na panturrilha direita, 20 dias fora em junho
Giovanni Augusto – lesão ligamentar no pé e tornozelo esquerdos, 40 dias fora entre abril e maio; dores na coxa direita, um jogo fora em junho
Marlone – torção no tornozelo esquerdo, 30 dias fora entre fevereiro e março
Camacho – lesão na coxa esquerda, 30 dias fora em julho
Isaac – lesão muscular na coxa direita, 30 dias fora entre janeiro e fevereiro; lesão ligamentar no pé direito, 30 dias fora entre março e abril