No início desta temporada, o Corinthians viu os principais jogadores do título brasileiro de 2016 partirem do clube, e o pior, em alguns casos o alvinegro não recebeu a quantia justa por alguns atletas. Porém, tudo indica que daqui em diante tudo vai ser diferente. Agora com mais autonomia nas negociações, o clube tem mudado a política de novos contratos com atletas com a intenção de evitar desmanches no elenco.
O mais novo reforço do Timão, Marquinhos Gabriel é um ótimo exemplo desta nova “regra” corinthiana. O meia chegou ao clube custando R$ 10,5 milhões. A equipe do Parque São Jorge adquiriu 70% dos direitos econômicos e validou um contrato de quatro temporadas. Os outros 30% ficarão com o Al Nassr-ARA. O Corinthians também possui maioria nos contratos de Giovanni Augusto (60%), Balbuena (100%), Guilherme (100%) e André (80%). No caso de Marlone, o Corinthians possui 50% dos direitos.
Se comparado com as vendas de outros jogadores, hoje em dia a situação é bem mais favorável para o Corinthians. No caso de Malcom, o clube possuía apenas 30% dos direitos econômicos do jogador. Esse foi o mesmo percentual que o clube recebeu pela venda de Jadson. Quando Renato Augusto saiu do time, o alvinegro ficou com 50% do valor total da venda.
Nas negociações de Renato Augusto e Jadson, o fato do clube ter contrato curto com os jogadores foi decisivo para a saída de ambos. Os atletas que saíram em destino para a China, tiveram as suas multas rescisórias pagas pelos clubes contratantes. Neste mesmo período, o Corinthians tentava estender o contrato de ambos. Não conseguiu. No entanto, a partir desta temporada, as coisas mudaram, para que situações como essas não se repitam. Yago, Guilherme Arana, Felipe, Bruno Henrique, Rodriguinho e Lucca, fizeram a renovação e já estão enquadrados na nova forma de negociações do clube.
Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians |
Em dois casos, o clube fez um investimento para ter mais autonomia. No zagueiro Felipe, o Corinthians investiu R$ 13 milhões para ter 100% dos direitos econômicos. Antes o clube só possuía 50%. Já no caso de Bruno Henrique, o alvinegro saltou de 25% para 60%. Os valores ainda não foram revelados. O garoto Maycon, destaque desta temporada também é um exemplo. O clube possui 80% dos direitos.
Segundo o gerente de futebol do Corinthians, Edu Gaspar, o clube já planejava tais mudanças.
“Estamos brigando há muito tempo e colhendo frutos agora. Não é fácil. Todas as coisas no futebol demandam tempo. As decisões que tomamos em negociações são criteriosas e firmes no que o clube está impondo, de forma educada. O Corinthians propõe o que é justo, cabe ao atleta se adaptar. O Rodriguinho entendeu isso bem. Na época, ele pediu um contrato de tempo diferente e passamos a realidade. Ele entendeu perfeitamente (renovou por um ano) e falou ‘está correto’. No fim do ano, vamos conversar com ele se vai renovar ou não. No final, Lucca também entendeu. Demorou um pouco mais, mas entendeu”.
Um dos fatores que apoiaram esta ideia foi o veto da Fifa à divisão de percentuais com investidores. No Corinthians, era normal ceder porcentagens em acordos, empréstimos e compras de jogadores. Com a mudança, apenas os clubes podem ser donos dos atletas.
Um exemplo é o caso do meia Matheus Pereira de 18 anos. O garoto tem negociação em andamento junto à Juventus-ITA, mas apenas 5% são ligados ao Corinthians.