No futebol, costuma se dizer que é após um período longo de treinos que aparece o bom treinador de verdade. O torcedor corintiano que confia em Tite pode se abraçar a essa teoria para projetar a recuperação da equipe chamada por muitos como a melhor do Brasil no início de temporada. Mas que, em abril, colheu mais decepções que bons resultados.
Sem partidas entre o último dia 22 e o próximo dia 6 de maio, o Corinthians verá, contra o Guaraní-PAR, o efeito de um total de 14 treinamentos que Tite comanda desde a derrota para o São Paulo na última semana. Deixar todo o elenco em bom estado físico é a prioridade, mas a equipe e até os goleiros podem e devem evoluir no período.
“O primeiro ponto é recuperar todos os atletas”, explica o preparador físico Fábio Mahseredjian. É ele quem planejou todo esse período ao lado de Tite. Elias e Renato Augusto, com problemas no tornozelo, e Danilo, com dores no tendão de Aquiles, são aqueles que precisam de cuidados clínicos. Ainda há Paolo Guerrero, que se recupera de dengue e requer atenção.
A ideia de Mahseredjian é que, ao longo desse período de treinos, todos possam se equiparar fisicamente. Até lá, há outro plano de trabalho: “o segundo ponto é aproveitar os 10 dias que temos para continuar com um ganho de potência e velocidade em treinamentos funcionais”, planeja. O preparador, conhecido pelo perfil enérgico, avisa que o ritmo será forte. “São trabalhos intensos e de curta duração, principalmente dentro da sala de musculação”.
Quando a bola entrar nos trabalhos, a estratégia da comissão técnica é mais para recuperação do que propriamente apresentar algo de muito novo. “Vamos buscar o melhor padrão ofensivo e defensivo da equipe, dentro daquilo que ela já apresentou”, explica o auxiliar técnico Cléber Xavier. Desde segunda-feira, diga-se de passagem, os treinamentos têm foco no Guaraní. “Além disso, vamos acrescentar situações e detalhes dos momentos de partida, especificamente para esse jogo”.
É de se esperar que Tite trabalhe com foco na compactação defensiva, pressão na frente, abertura de espaços no ataque e saída de bola, situações que costumam fazer parte de seus treinamentos. Mas, até para os goleiros, há possibilidade de ganhos para a comissão técnica. É o que conta Cássio.
“Ontem (segunda-feira) fizemos um trabalho no campo de areia que, no dia a dia, não é possível, porque vai desgastar muito. Também vamos ter um trabalho específico de goleiros, em que se trabalha a queda e uma série de fundamentos. Nós sentimos falta desses trabalhos técnicos”, diz o goleiro.
Como se vê, os jogadores corintianos podem mudar de ideia se esperam descanso. Quatro dos dias terão treinamentos em dois períodos e até no sábado haverá trabalho em campo.
Fonte: UOL