Timão pode bater recorde de 13 anos

Danilo Vieira Andrade

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Cleber e Gil formaram a dupla de zaga nos seis jogos sem levar gols (Foto: Ari Ferreira/ LANCE!Press)

O Corinthians eliminou os dois primeiros adversários na Copa do Brasil sem a necessidade do jogo de volta. O Corinthians fez quatro dos seis pontos disputados no Brasileirão contra dois gigantes (Atlético-MG e Flamengo) do futebol nacional. Esse bom desempenho depois do fracasso no Estadual está diretamente ligado à eficiência do sistema defensivo.

Afinal, a equipe de Mano Menezes não é vazada há 551 minutos, soma de 11 minutos depois do gol do são-paulino Rodrigo Caio com os seis jogos seguintes, contra Penapolense (0x0), Bahia de Feira-BA (2×0), Atlético Sorocaba (3×0), Galo (0x0), Fla (2×0) e Nacional-AM (3×0).

Sim, a última vez que o Timão sofreu gol foi aos 34 minutos do segundo tempo do Majestoso, disputado em 9 de março, há quase dois meses.

A última sequência com tanto tempo sem ser vazado aconteceu entre maio e junho de 2001, há 13 anos, entre as finais do Paulistão contra o Botafogo-SP e a Copa do Brasil.

Não levar gols há tanto tempo é consequência de alguns fatores.

1) A começar por um melhor posicionamento, que faz com que as duas laterais não fiquem tão expostas como acontecia até o time ser eliminado do Paulistão. Fábio Santos marca melhor do que Uendel na esquerda e Fagner parece ter entendido melhor a importância do papel defensivo.

2) A subida de produção de Ralf, que passou a correr menos e ter ajuda de Guilherme, também ajudou.
3) Assim como o entrosamento da dupla de zaga Gil e Cleber, que herdou a vaga de Paulo André, depois de Felipe ser testado e reprovado.

4) E – por que não lembrar? – também por uma pitada de sorte, já que Cássio falhou algumas vezes, mas o gol não saiu, ou o árbitro errou, como o gol anulado do Nacional.

Para Cleber, os 551 minutos invictos dão mais confiança à equipe.

– É importante manter essa postura de não sofrer gols, pois vamos ganhando confiança e nos fortalecendo. Mais um jogo em que a defesa foi bem. Tudo começa pelo ataque, que ajuda a recompor. Estamos retomando isso – afirma o zagueiro.

Opinião idêntica tem Gil, que comemora também o fato de os bons resultados manterem a alegria e a tranquilidade fora dos gramados.

A SEQUÊNCIA DE 11 MINUTOS E SEIS JOGOS:

09/03/14 – Corinthians 2×3 São Paulo – Paulistão – 11 mi
— último gol tomado pelo Corinthians foi de Rodrigo Caio, aos 34 minutos do segundo tempo, no Pacaembu;

16/03/14 – Penapolense 0x0 Corinthians – Paulistão – 90 min
— Equipe de Mano Menezes não sai do zero em Penápolis e é eliminada do Estadual ainda na primeira fase;

19/03/14 – Bahia de Feira 0 X 2 Corinthians – Copa do Brasil – 90 min
— Sem tanto trabalho, Timão vence o rival baiano e elimina o jogo de volta. Cássio não tem trabalho;

23/03/14 – Corinthians 3 X 0 Atlético Sorocaba – Paulistão – 90 min
— Última partida no Estadual, apenas para cumprir tabela. Goleada e defesa em branco mais uma vez;

20/04/14 – Atlético-MG 0 X 0 Corinthians – Brasileirão – 90 min
— Na estreia da principal competição nacional, nada de gols. Cássio deu sorte com a má pontaria de Tardelli;

27/04/14 – Corinthians 2 X 0 Flamengo – Brasileirão – 90 min
— Na despedida do Pacaembu, vitória tranquila contra os cariocas, que também não vazaram o Timão;

30/04/14 – Nacional-AM 0 X 3 Corinthians – Copa do Brasil – 90 min
— Vitória tranquila na Arena da Amazônia. Três bolas nas redes do adversário, três impedimentos assinalados.

A SEQUÊNCIA DE 2001:

13/5 Corinthians 2×1 Santos Paulistão
17/5 Corinthians 0x0 Atlético-PR C. do Brasil
20/5 Botafogo 0x0 Corinthians Paulistão
23/5 Atlético-PR 0x1 Corinthians C. do Brasil
27/5 Corinthians 3×0 Botafogo Paulistão
03/6 Ponte Preta 0x2 Corinthians C. do Brasil
06/6 Corinthians 3×0 Ponte Preta C. do Brasil
10/6 Grêmio 2×2 Corinthians C. do Brasil

BATE-BOLA COM MANO MENEZES

‘A evolução defensiva é grande, sem dúvida nenhuma’

1) Sua equipe não levou gol nos últimos seis jogos. O que isso significa para você?
A evolução defensiva é grande, sem dúvida nenhuma. Passamos o sexto jogo sem sofrer gols. Antes, estávamos sofrendo muitos gols, e isso tira a tranquilidade de qualquer um. Hoje, vamos mais confiantes nesse aspecto. Se fizermos um ou dois gols, vamos estar mais próximos da vitória. Antes tomávamos dois, três gols por jogo, e é muito difícil ter que fazer três, quatro gols.

2) Dá para manter essa invencibilidade em Chapecó (SC)?
Será um jogo para quem está melhor. Lá será muito duro, a Chapecoense tem uma boa equipe, vem fazendo bons jogos, apesar de não estar fazendo resultados. Mas jogar lá é difícil e precisamos estar bem preparados para jogar um jogo como esse.
3) Além da defesa, você enxerga essa melhora para a equipe em si?

Está melhorando aos poucos, mas não adianta oscilar, ter uma melhora muito grande em um jogo e depois cair em outro. Quero que a equipe seja confiável, que vá amadurecendo com as ideias, se afirmando… Não adianta o técnico pensar isso, a equipe precisa estar convicta de como temos que jogar, fazendo os resultados. É isso que vem melhorando. Estamos mais consistentes e isso vai nos dando uma confiança maior.

4) Dá para colocar o Corinthians entre as melhores equipes do Brasil?
Temos poucas equipes que estao numa produção já satisfatória. A realidade do futebol brasileiro, infelizmente, é que a gente ainda está armando as equipes, essa é a realidade da maioria. Quando se está armando durante a competição, não produz tão bem. São duas ou três que estão produzindo mais, ainda precisamos chegar lá.

5) A Copa do Brasil é o caminho mais perto para a Libertadores…
(interrompendo) Era mais curto, agora ficou tão longo quanto aos outros, além da competição ser durante o ano todo, a segunda parte tem o retorno das equipes que disputaram a Libertadores, então, ela passa a ser tão longa quanto o Brasileirão.

Fonte: Lancenet