Corinthians e Palmeiras se enfrentam neste domingo, às 16h (de Brasília), no Pacaembu, pela oitava rodada do Campeonato Paulista. O UOL Esporte listou abaixo motivos pelos quais o clássico ganhou em importância, seja por razões dentro de campo seja por questões de bastidores. O Palmeiras, invicto, tem a melhor campanha da competição. O Corinthians, por sua vez, não vence há cinco partidas e vive uma crise.
Tensão nas arquibancadas
Há tempos um clássico não despertava tanta tensão da polícia, da imprensa e do público em geral, embora as duas torcidas tenham um histórico recente de mortes e violência. Dessa vez, os entreveros foram com os próprios clubes, o que mobilizou as duas diretorias.
O Corinthians viu seu CT ser invadido há duas semanas e está em guerra com as arquibancadas, irritadas pela má fase. O Palmeiras não se relaciona com as organizadas há um ano, e viu membros das facções invadirem a sede do clube na última quinta, em busca de ingressos.
A resposta dos dirigentes foi em conjunto. Na última sexta, Mário Gobbi e Paulo Nobre, acompanhado dos dois treinadores, pediram paz no clássico. Resta saber se os torcedores que estarão no Pacaembu vão atendê-los.
Mano sob pressão e time em crise
O Corinthians não vence há cinco partidas, sendo uma delas a goleada por 5 a 1 para o Santos, e Mano Menezes já está sob pressão, por mais que Mário Gobbi prometa mantê-lo até o fim do ano, ao menos.
Hoje, o time ainda sofre para fazer gols como no ano passado. Só que, para piorar, viu seu desempenho na defesa cair vertiginosamente. Em sete jogos no Paulista, o Corinthians já sofreu 12 gols, média muito superior à que apresentava nos tempos de Tite.
Clássico pode encerrar ‘ano de azar’ corintiano
O dérbi deste ano será no dia 16 de fevereiro. Em 2013, no dia 17 do mesmo mês, ocorreu o único confronto entre Corinthians e Palmeiras na temporada. Como agora, as equipes tiveram uma semana inteira para trabalhar.
O Corinthians, campeão mundial, era amplo favorito diante do Palmeiras, recém-rebaixado, mas sofreu para empatar por 2 a 2. Três dias depois, o time viveria a tragédia da morte do jovem Kevin Espada, em Oruro. O episódio foi o primeiro trauma de um ano recheado de problemas para o clube, que se enfiou em uma crise da qual não saiu até agora.
Será que um ano depois a ‘maldição’ pode passar?
Palmeiras no centenário
O momento especial de celebração do Palmeiras acirra ainda mais a rivalidade entre os dois times. Do lado alviverde, os atletas sabem que podem marcar história justamente no ano que o clube completa seu centenário. ‘Nesse jogo entra muito a superação, o brio. Temos que saber que é um campeonato a parte’, afirmou o treinador Gilson Kleina.
Do outro lado, os corintianos, que vivem um momento complicado, sabem que uma vitória para ‘estragar’ a festa do rival pode funcionar como um divisor de águas. ‘O mais claro para todos nós internamente, é que precisamos ter uma capacidade de superação maior. Nosso adversário vem em um momento melhor momento. Ao mesmo tempo que é uma dificuldade extrema, é uma grande oportunidade’, completou Mano Menezes, técnico do Corinthians.
Vitória pode garantir paz eleitoral
Os dois clubes vivem ano de eleição. Embora no Corinthians o debate sobre quem será o próximo presidente esteja mais presente, ele também já começa a se colocar nos bastidores do Palmeiras. Os bons resultados dentro de campo podem influenciar bastante a favor da situação, e uma vitória sobre o maior rival coloca panos quentes em opositores.
No Palmeiras, a fase é boa e, justamente por isso, o presidente Paulo Nobre tem uma blindagem considerável. No Corinthians, entretanto, os problemas dentro e fora dos campos deixaram Mario Gobbi na berlinda. Essa balança pode virar dependendo do resultado do jogo deste domingo.
Expectativa por estreantes dos dois lados
Tanto o Corinthians quanto o Palmeiras têm cartas novas para colocar na mesa neste domingo. De um lado, Jadson é a aposta. O meia motivou uma maratona dos dirigentes, que correram na última semana para inscreverem o novo camisa 10 a tempo. Mano escondeu o time ao longo da semana, mas a expectativa é que o ex-são-paulino entre ao longo do jogo.
Já o Palmeiras, que não relacionou o esperado Bruno César, pode ter uma outra estreia, menos badalada. O volante Josimar, que veio do Internacional, poderá ter sua primeira chance com a camisa alviverde. ‘Todo jogador tem que sentir um friozinho na barriga quando um clássico assim se aproxima. O espírito muda, a semana é diferente. O atleta tem de estar concentrado ao máximo para não deixar o time na mão’, disse.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS X PALMEIRAS
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 16 de janeiro de 2014, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Raphael Claus
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Carvalho Van Gasse
CORINTHIANS: Walter (Cássio); Fagner, Felipe, Gil e Uendel; Ralf, Guilherme, Bruno Henrique (Danilo) e Renato Augusto; Romarinho e Guerrero. Técnico: Mano Menezes
PALMEIRAS: Fernando Prass; Wendel, Lúcio, Wellington e Juninho; Marcelo Oliveira, Wesley, Valdivia e Mazinho; Leandro e Alan Kardec
Técnico: Gilson Kleina
Fonte: UOL