Por: Luciano Trindade
Especial para o DIÁRIO
Responda rapidamente: o que Emerson Sheik e Eike Batista têm em comum? Difícil, né? Afinal, um ganha a vida como jogador de futebol e o outro, como empresário. Mas a comparação não é tão absurda quanto parece. Principalmente se levadas em conta a ascensão meteórica e a queda vertiginosa que ambos tiveram em suas carreiras, recentemente.
O herói do título da Libertadores parecia intocável. Após os dois gols na decisão contra o Boca Juniors, foi alçado pela Fiel ao patamar dos principais ídolos alvinegros. Estava acima do bem e do mal. Mas o conto de fadas durou pouco…
Já ficou velho o discurso sobre a queda de rendimento do atacante logo após a conquista inédita do troféu continental. Hoje, às 17h, contra o Flamengo, no Maracanã, ele completará, 116 dias sem balançar as redes. Já são 24 partidas de jejum.
E Eike? Há pouco meses, o sujeito era tido como o maior empresário brasileiro. Um visionário, visto como símbolo de um Brasil emergente, com um futuro próspero. Mas caiu em desgraça com a desvalorização de suas empresas, logo após anunciar que não alcançaria os lucros prometidos aos investidores entusiasmados.
Quase da noite para o dia, Sheik e Eike (os nomes soam até parecidos, não?) deixaram de ser ícones da vitória. Transformaram-se em alvos de piadas. O atacante se tornou um fardo do qual o Corinthians está louco para se livrar, conforme o DIÁRIO revelou na edição de quarta-feira. O alto salário dele não condiz com os planos da diretoria para 2014.
Fica complicado explicar o que houve com os dois. É possível notar, no entanto, que eles cometeram erros semelhantes, talvez por excesso de ousadia.
Outra chance/ O Sheik tem uma vantagem sobre Eike — não na conta bancária, é claro. Se para o empresário é duro recuperar tantos bilhões de reais, a vida de um atleta pode mudar numa fração de segundos.
Óbvio que uma grande atuação hoje não apagará o ano ruim de Emerson. Mas voltar a fazer gols parece mais fácil do que voltar a ser um bilionário.
Fonte: Diário de São Paulo