Guerrero pode enfrentar o São Paulo no sacrifício (Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press) |
O Corinthians avalia os riscos, mas faz questão de ter Guerrero no clássico deste domingo contra o São Paulo, no Morumbi. Desde quarta-feira, o peruano faz tratamento intensivo, em até três períodos – manhã, tarde e noite – para estar à disposição de Tite.
A situação do camisa 9, que tem uma fratura no quinto metatarso do pé esquerdo, é polêmica. A Federação Peruana de Futebol reclama e, em nota oficial, reforça que o caso é grave e que ainda há risco de infecção no local. Na última segunda, o jogador fez exames em Buenos Aires e foi cortado dos duelos contra Argentina e Bolívia, pelas Eliminatórias.
Quando Guerrero voltou para se tratar no CT Joaquim Grava, o Corinthians ‘minimizou o problema’. Tite até cogitou deixá-lo no banco de reservas no duelo da última quarta, diante do Atlético-PR. O departamento médico alvinegro diz que a lesão é uma fratura incompleta (fissura), e que surgiu há três semanas. Com a lesão, Guerrero atuou nos duelos contra Bahia e Atlético-MG.
– Não há necessidade de cirurgia agora. Pode ser que mais para frente precise. Mas ele vem jogando… Vamos reinvestigar (a lesão). Se houver necessidade, ele vai parar. Mas acreditamos que não vai precisar de imobilização, nada disso – disse o médico corintiano, Julio Stancati, nesta quinta.
O médico, apesar de ressaltar que ele tinha condições de jogo, admite que ele não estava 100%, mesmo após tomar infiltrações para amenizar a dor. Consequentemente, também não estará em plenas condições, se puder jogar no domingo.
Se o jogador tiver de passar por cirurgia, por exemplo, perderá o restante do Brasileirão e só voltará a atuar em 2014. Foi por este motivo que, desde o começo, o Timão quis controlar o caso com fisioterapia.
Tite já declarou diversas vezes que sua equipe se condicionou a atuar com um pivô, função que só Guerrero, e o recém-promovido Douglas Tanque, fazem no elenco.
Com a Palavra: Rene Abdalla, Ortopedista e diretor do Instituto do Joelho HCor
‘Esta lesão quase sempre acaba em cirurgia’
‘Pelo que me foi relatado, Guerrero teve o que chamamos na medicina de fratura por estresse. O osso não quebra no meio, mas a resistência dele é afetada. Eu lembro que essa foi exatamente a lesão que o Fernandinho teve no São Paulo, em 2010. É uma fratura comum, e que quase sempre acaba em cirurgia. Ele levou quase oito semanas no pós-cirúrgico.
O fato de Guerrero ter atuado em alguns jogos com essa lesão não agrava. O que acontece é que gera muita dor, e essa dor vai aumentando. A infiltração não gera risco porque nem chega nesse ponto, ela não vai no osso e sim no tecido em volta.
No caso do Fernandinho, lembro que todo mundo (do departamento médico do São Paulo) aguardou que a fratura se consolidasse, foi realizando fisioterapia, mas isso não ocorreu. Então, ele passou por um procedimento cirúrgico, em que um parafuso foi fixado na região. Esse parafuso cria uma reação biológica no osso, muda o ponto de apoio e, assim, a fratura ‘gruda’. Isso faz o atleta estar recuperado.
Essa fratura por estresse é chamada de ‘Fratura de Soldado’. É muito comum em soldado, que marcha muito. De tanto marchar, o osso vai se desgastando e se lesiona. É uma lesão que quase sempre acaba em processo cirúrgico.’
Com fratura, eles pararam…
Edenilson, Corinthians
Maio de 2012. Após sofrer um entorse no jogo contra o Emelec-ECU, pela Copa Libertadores, o volante teve constatada uma fratura no quinto metatarso do pé esquerdo. Jogador passou por cirurgia e retornou dia 14 de julho, já no Brasileiro.
Airton, Flamengo
Em 2012. após dividida com o atacante Diego Maurício durante o treino, volante quebrou o quinto osso metatarso. Não fez cirurgia, parou por três meses.
Danilinho, Figueirense
Março de 2013. Meia-atacante sofre a mesma lesão de Guerrero, causada por estresse, mas não passou por cirurgia para se recuperar da fissura no quinto metatarso do pé esquerdo. Médicos do Figueirense decidiram tratá-lo a base de Plasma Rico em Plaquetas, o PRP.
Fernandinho, São Paulo
Janeiro de 2010. Atacante sofre fratura no quinto metatarso do pé direito em novembro de 2009 e para de jogar por dois meses, com tratamento preventivo. Em janeiro, passa por cirurgia. E retorna no dia 28 de fevereiro.
Fred, Seleção Brasileira
Junho de 2007. Atacante era titular do time de Dunga, mas acabou cortado da Copa América após ser submetido a exames que detectaram fratura no osso do quinto metatarso do pé direito.
Bottinelli, Flamengo
Outubro de 2011. Após uma dividida durante uma partida, argentino sofreu fratura no metatarso do pé esquerdo. Meia passou por cirurgia e demorou cerca de três meses para voltar a jogar.
Fonte: Lancenet