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Corinthians sinaliza que Mano só deve ameaçar Tite no fim do ano

Danilo Vieira Andrade

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Gustavo Franceschini*
Do UOL, em São Paulo

A presença de Mano Menezes no mercado, a princípio, não deve alterar a rotina de Tite no Corinthians, ao menos até o fim do ano. Com o atual treinador pressionado pela má fase, o clube sinaliza, em público e nos bastidores, que o ex-comandante da seleção brasileira só passaria a ser uma opção após o Campeonato Brasileiro.

A ideia da manutenção de Tite parte principalmente de Mário Gobbi, e foi repetida à exaustão nos últimos dias por todos os dirigentes do departamento de futebol. O presidente do Corinthians já disse a interlocutores que pretende ficar com o atual treinador ao menos até o fim de seu contrato, embora também esteja preocupado com a situação do time.

Uma demissão exporia demais o técnico que levou o Corinthians às suas maiores glórias em 2012, e que segue respeitado pela torcida. Exige-se, no entanto, que o time consiga se recuperar da má fase.

Sem vencer há cinco rodadas, o Corinthians é o sétimo colocado do Campeonato Brasileiro e está cada vez mais distante da briga por uma vaga na Libertadores, vista internamente como ‘obrigação’. A situação é tão ruim que cogitou-se a ideia de que Tite poderia pedir demissão.

Quem conhece o treinador, no entanto, aposta no contrário. Tite defende seus jogadores em público com unhas e dentes e, apesar das dificuldades, segue apostando em uma virada dentro do vestiário. Além disso, pesa para ele a relação com o Corinthians. Tite não gosta da ideia de ‘abandonar o barco’ antes do fim do ano, até por assumir sua parcela de culpa no atual momento.

O cenário mais provável, portanto, é o de permanência de Tite até dezembro. O técnico deve voltar a conversar com a direção sobre renovação entre outubro e novembro. Seria o segundo contato mais concreto. No primeiro, os dois lados preferiram não bater o martelo sobre 2014.

Quando as negociações voltarem à tona, Mano pode enfim virar uma ameaça. Cartolas influentes no Parque São Jorge entendem que falta ‘comando’ ao elenco, e os dirigentes ressaltam alguns problemas do planejamento que partiram do próprio Tite, como a contratação do volante Ibson.

O próprio treinador não querer permanecer. No Corinthians desde outubro de 2010, Tite já disse antes que o ciclo de um técnico no Brasil é de três anos, embora tenha pensado em quebrar essa escrita em algum momento desta temporada. Com o time respondendo mal aos seus comandos e parte da diretoria o colocando em xeque, ele pode repensar a decisão de renovar.

 O que pode mudar essa projeção antes disso é o próprio time. Por enquanto, o Corinthians só lamenta a distância para o G-4, hoje de oito pontos. Mais derrotas no Brasileiro, porém, colocariam a equipe às voltas até com a ameaça de rebaixamento. A crise mais profunda poderia, então, convencer a diretoria do clube a trocar o comando técnico.

Mesmo assim, há quem duvide de Mano como opção. O ex-técnico do Flamengo deixou o clube carioca de forma misteriosa e intempestiva, tendo de pagar uma multa milionária por rescindir o contrato. Dono de uma passagem vitoriosa pela Corinthians, ele tem boa relação com o presidente Mário Gobbi, com quem chegou a almoçar antes de fechar com o clube carioca.

Mano, porém, é conhecido por planejar minuciosamente sua carreira. Depois de ser demitido da seleção brasileira, por exemplo, demorou quase sete meses até decidir fechar com o Flamengo. Assumir mais uma equipe em má situação, quase no fim do Brasileiro, portanto, pode não ser a melhor das opções para o treinador.

*Colaborou Vanderlei Lima

Foto: UOL

Fonte: Terceiro Tempo