Alexandre Pato lamenta lance sofrido pelo Timão durante a partida deste domingo | Rodrigo Coca/ Fotoarena |
Por: Plínio Rocha ([email protected])
Assim gritou a torcida do Corinthians, ontem, no Pacaembu, no momento em que o time tomou o segundo gol do Goiás, decretando a derrota por 2 a 1.
À luz fria, na verdade, vontade talvez tenha sido a única coisa que não faltou. Guerrero se movimentou, armou jogadas. Pato perdeu dois gols que não se perde e, bem ou mal, até fez o dele. Douglas teve momentos de se enroscar com a bola , mas correu, brigou. Tentou.
Mas, de resto, o Corinthians que foi a campo estava, de fato, irreconhecível. Os erros de finalização, já citados com Pato, foram latentes. Romarinho teve, pelo menos, duas boas chances de marcar. Como se sabe, não teve êxito em ambas.
A melhor defesa do Brasileirão, agora com 11 gols sofridos em 21 jogos, também bateu cabeça. Em parte, é verdade, porque Tite não tinha alternativa e mexeu no sistema. Aos 17 do segundo tempo, quando já perdia o jogo por 1 a 0, gol do ex-corintiano Hugo, sacou Paulo André e colocou Emerson no lugar dele. Tinha, de qualquer jeito, de tentar empatar, por mais que, em busca disso, estivesse desarrumando completamente uma equipe que sempre foi aclamada pela obediência tática. E até conseguiu a igualdade, com Pato, depois que Gil, impedido, mandou de cabeça para o meio da área, em cruzamento de Douglas. A bola mais bateu no camisa 7 do que ele acertou o chute, é verdade, mas, naquele momento, isso pouco interessava.
Era o gol que o Corinthians precisava para, enfim, colocar a cabeça no lugar e tentar uma bola salvadora. Mas não tinha como. O gol saíra por acaso e isso, como a palavra sugere, é o acaso. Não vai acontecer duas, três, quatro vezes num jogo.
O Goiás, que se ateve à tática retranqueira do bicão atrás e a aposta no contra-ataque, até estava satisfeito com o empate. Mas se havia o tal buraco na defesa do rival, percebeu que podia se beneficiar disso. E assim Amaral subiu livre de marcação no meio da área, após cobrança de escanteio, para fazer 2 a 1.
Tite já havia jogado a toalha antes da rodada. Agora, está a 16 pontos do líder e cinco do G4. Se quiser sonhar com alguma coisa, tem de voltar a ser Timão.
“A gente vai sair dessa situação. Precisamos nos unir mais e vamos mostrar para o torcedor que temos capacidade de reagir”, garantiu o zagueiro. “O problema é que a bola está teimando em não entrar.”
A chance para reagir é na quarta-feira, contra a Ponte Preta, que está mergulhada na zona de rebaixamento.
A opinião de Gil era consenso. Pelo menos entre os poucos jogadores corintianos que falaram na saída do gramado do Pacaembu.
“O torcedor está preocupado da mesma forma que nós estamos. Não é a situação ideal no Campeonato Brasileiro. Mas estamos criando chances, pelo menos. Quando isso não acontece, é pior ainda. Vamos acreditar que é questão de tempo para a equipe reagir”, disse, esperançoso, Ralf, descartando qualquer problema de confiança dentro do elenco.
O problema é que a equipe atravessa má fase, especialmente algumas peça-chaves. Guerrero precisa que a bola chegue com qualidade. Alexandre Pato, a despeito do gol, não é eficiente para o Corinthians como seria de se esperar. A falta que Paulinho faz é imensa. Mas, principalmente, o Corinthians perdeu a capacidade de antes de sufocar o adversário. E essa conta é de Tite.
CORINTHIANS
Vacilou ao não dar o bote em Hugo no gol. Emerson não estava
nos melhores dias. 5,0
Individualmente, bem. Mas, como a defesa se desmontou, ficou perdido no segundo gol.
calma para definir. 4,5
Lutou muito e tentou tapar os buracos depois que Tite mexeu no time.
Afobado demais no passe ou finalização finais, como num lance em que chutou quase do meio de campo, no finzinho.
Isolado, acabou saindo mais para tentar compensar e armar a equipe.
entra na área. Mas, na hora de
finalizar, isola a bola e perde o gol.
7’ Pneu furadoEdenílson faz bom cruzamento pela direita e Romarinho, de
costas, finaliza de bicicleta. Mas a bola passa à direita do gol.
42’ De novo, Pato?
Guerrero recebe na entrada da área, faz boa jogada e toca para Pato, livre dentro da área. Mas ele chuta por cima do gol, de novo.
Paulo André, equilibra o corpo e bate cruzado para abrir o placar.
Douglas bate falta na cabeça de Gil, que, impedido, põe a bola no meio da área, na bagunça. Pato desvia, ela bate na zaga e entra.
Dudu Cearense bate encanteio pela direita do ataque e Amaral sobe, sem marcação alguma, para cabecear e garantir a vitória.
Fonte: Diário de São Paulo