Andrés Sanchez em visita ao Terra enquanto arquiteta seu futuro Foto: Fernando Borges / Terra |
A distância do poder com o qual conviveu por quase seis anos tem feito bem ao humor de Andrés Sanchez, presidente do Corinthians entre 2007 e 2010, diretor de seleções da CBF no biênio 2011-12. Em visita ao Terra segunda-feira, o provável opositor da dupla José Maria Marin e Marco Polo Del Nero nas eleições do próximo ano chegou e partiu sorridente.
Pensar a longo prazo já é algo que Andrés Sanchez fazia desde que Ricardo Teixeira deixou a presidência da CBF, ideia que se fortaleceu mês a mês até a demissão de Mano Menezes na última semana de novembro. Nesse período, ele sonda dirigentes de futebol, em especial o presidente são-paulino Juvenal Juvêncio, com quem tem relação de amor e ódio. “Precisamos criar a Liga, Juvenal. Só tem dois dirigentes que podem fazer isso. Você e eu”, chegou a confidenciar.
Ao Terra, nesta segunda, ele confirmou que vê o futuro do futebol brasileiro com o poder na mão dos clubes, como na Inglaterra e na Alemanha. E indicou um caminho: “sem a chancela da CBF, não vai virar a liga. Vai ser um novo Clube dos 13. Precisa ter a chancela da CBF”, diz o maior responsável pelo fim da entidade que era gerida por Fábio Koff, hoje de novo presidente do Grêmio. Andrés se imagina à frente desse movimento e tem aliados importantes, como a Rede Globo, Ronaldo e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No Corinthians, Andrés se elegeu presidente também sob a bandeira de transparência, o que só conseguiu até a página dois. Com o mesmo discurso para reconquistar algum tipo de poder em âmbito nacional, vai contra até aquele que foi seu principal aliado. Ricardo Teixeira, o ex-presidente da CBF, para quem costuma fazer ligações internacionais, em Miami, e que mesmo fora recebe salários por uma suposta consultoria à Confederação.
“Acho que ele não deveria ganhar, mas se está ajudando o Marin de alguma maneira…acho que tem algumas coisas estranhas”, alardeia Andrés, admirador confesso de Teixeira. “Pessoalmente não tive mais contato, mas é uma pessoa que gosto muito e que também fez muito para o futebol”, define.
A verdade é que, por uma hora e trinta minutos com o Terra, Andrés Sanchez se mantém a todo momento evasivo a respeito do futuro. Só é realmente enfático quando o assunto é Corinthians e sua possível volta à presidência para o triênio 2014-15-16. O retorno apenas seria possível em uma mudança no estatuto, que só permitiria uma reinvestida para 2017. “Pela última vez! Se mudarem o estatuto, e quem muda é o conselho, não sou candidato no Corinthians”, promete. Com um excepcional bom humor, diga-se de passagem.