Sem perspectiva contra suspensão de patrocínio, Corinthians pensa em plano de emergência e teme por renovação

Danilo Vieira Andrade

Google News Siga-nos no Google Notícias
Dinheiro de patrocínio está suspenso, mas Corinthians segue divulgando marca da Caixa Gazeta Press

No dia 28 de fevereiro o advogado gaúcho Antonio Beiriz conseguia por meio de uma ação popular suspender o pagamento da Caixa Econômica Federal pelo contrato de patrocínio com o Corinthians. A alegação aceita pelo juiz Altair Antônio Gregório da 6ª Vara Federal de Porto Alegre era de que um órgão público não poderia financiar uma entidade privada. O logo da empresa segue nos uniformes do campeão mundial e sul-americano, mas o dinheiro tem sido impedido de chegar ao clube.

O acordo entre Caixa e Corinthians prevê que R$ 2,5 milhões mensais sejam pagos pelo banco até dezembro deste ano à agremiação, que em contra partida cede o espaço principal de sua camisa e desenvolve iniciativas paralelas, como um ambicioso plano de cartões de crédito populares e de venda de ingressos, que pode entrar em ação neste semestre.

Um mês se passou, ninguém conseguiu derrubar a decisão judicial, e o clube paulista começa a se preocupar com os desdobramentos do caso. Uma eventual renovação da parceria, que dura até o final de 2013, está em risco. 

‘A gente tem recursos, outras receitas, o que faz com que tenhamos uma previsão orçamentária em linha com nossas necessidades, e dentro disso o patrocínio da Caixa tem uma importância grande. Podemos superar – a suspensão do patrocínio – por um período, mas depende de quanto tempo isso vai levar’, explica o diretor de marketing do Corinthians, Ivan Marques.

Tanto o Corinthians como a Caixa entraram com agravos contra a ação do advogado gaúcho, mas os recursos foram negados, e as previsões do departamento jurídico do clube não são das mais otimistas. No início de abril a segunda parcela dos R$ 2,5 milhões mensais deve deixar de ser recebida e não é possível prever quanto tempo vai levar até que saia uma decisão final sobre o caso. Saindo derrotado, o Corinthians ainda teria que devolver os R$ 6 milhões já recebidos – R$ 1mi de 2012 e R$ 5 mi deste ano.

‘Não há nada a ser feito, a Justiça tem o prazo dela e julga quando acha que tem que julgar’, diz o diretor jurídico do Corinthians, Luis Bussab.

A Caixa, por sua vez, declara que nenhum representante do banco dará entrevista durante o processo e se limita a informar que ‘afirma a legalidade do contrato de patrocínio do Corinthians e adotará as medidas judiciais em face dessas decisões.’

Uma das alternativas para o Corinthians seria levar o caso para fora do Rio Grande do Sul. Além dos tribunais do estado acredita-se que a decisão possa ser menos simpática à ação popular, movida por um advogado local.

Caso realmente fique à mercê da morosidade da Justiça, o clube prevê três possíveis desdobramentos, e a não-renovação do contrato com a Caixa é um deles.

‘A gente olha para a situação e existem três possibilidades: se chegar no nível de três meses de espera, ok. Se forem seis meses, é muito difícil de aguentar, e nesse caso teríamos que encontrar soluções paliativas, um plano emergencial. Ainda não tenho ideia do que seria. Em qualquer gestão de crise temos que procurar enxergar algo. Teríamos que criar junto com a Caixa outras formas comerciais, outros relacionamentos comerciais, outras propriedades.’

‘Se demorar um ano já estaria comprometida a possibilidade de a Caixa renovar o contrato com o Corinthians, visto que essa opção deve ser exercida até setembro.’

Fonte: ESPN