Leandro Castán ganhou a titularidade na Roma logo em sua primeira temporada / Crédito: Reprodução / Site oficial Roma
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Foram dois anos de convivência. E de títulos importantes. Leandro Castán enche a boca para falar de Tite, seu técnico no Corinthians de 2010 e 2012.
Em entrevista à PLACAR, o zagueiro da Roma vê Tite como o mais forte candidato a mudar o panorama dos treinadores brasileiros na elite do futebol europeu. O último a conseguir relativo destaque foi Felipão, que ficou menos até do que uma temporada no Chelsea. ‘O Tite está pronto. É um dos melhores do mundo’, disse o convicto Castán.
Além de falar sobre o ex-comandante, Castán celebra a dupla com Marquinhos, outro ex-corintiano, e deixa em suspenso a sua permanência na Roma, com quem tem contrato até 2016. Segundo ele, o fato de a equipe da capital italiana não disputar nenhum torneio europeu na próxima temporada pesa para uma futura transferência.
Você chegou à Roma logo após o título da Libertadores pelo Corinthians e se firmou rapidamente como titular. Te surpreendeu ir tão bem na sua primeira temporada no futebol italiano?
Sinceramente, não fiquei tão surpreso. A diretoria da Roma apostava muito em mim. Joguei 30 de 38 jogos do Italiano. Tive alguns problemas de adaptação no início, especialmente com o idioma e o estilo de jogo, mas rapidamente voltei a atuar como nos tempos de Corinthians.
Como é fazer dupla de zaga com o Marquinhos, outro ex-corintiano?
O Marquinhos joga muito. É um cara humilde. Engraçado que no Corinthians não tinhamos muita intimidade. Viramos amigos aqui na Roma. Estou muito feliz com a rápida evolução dele. O Marquinhos é um jogador versátil, que também pode atuar na lateral direita.
O fato de ter um parceiro brasileiro então ajuda no entrosamento dentro de campo?
Ajuda. Ter ao lado um cara que fala a mesma língua que a sua facilita. Embora a equipe não tenha ido muito bem nesta temporada, nós dois nos destacamos individualmente.
E quanto a esse interesse do Barcelona no Marquinhos. Ele já falou contigo sobre isso?
Não. Isso é muito particular. Mas tenho certeza de que ele tomaria a melhor decisão para a sua carreira.
Com o elenco que a Roma tem, a sexta colocação no Italiano, longe de vaga em competições europeias, estava dentro dos planos ou acabou ficando aquém do esperado?
Foi um desastre. O sexto lugar nos servirá de aprendizado para a próxima temporada.
E qual é a projeção para a próxima temporada?
Ainda não parei para pensar nisso. Estou de férias e quero descansar.
Sua permanência na Roma está garantida?
Deixo para o meu pai resolver isso. Ainda não parei para pensar na próxima temporada. Quero jogar por um time que dispute título, ou alguma competição europeia, e a Roma só vai jogar o Italiano e a Copa da Itália na próxima temporada. Tenho contrato até 2016 e quero ficar, mas isso ainda não foi definido.
Diante de todas as circunstâncias que envolve esse duelo, a derrota para a Lazio, na final da Copa da Itália 2012/2013, foi a mais dolorida da sua carreira?
Já joguei várias finais e essa foi uma das derrotas mais doloridas, sim. Uma coisa que me deixou conformado foi que não jogamos nada. Merecemos perder esse jogo. Se tivéssemos jogado melhor e perdido, me lamentaria mais. A Lazio foi melhor e mereceu o título.
Entre Corinthians x Palmeiras e Roma x Lazio, qual é a rivalidade mais intensa?
Roma x Lazio é mais intenso. São as duas únicas equipes da cidade. Roma para quando eles jogam.
Em relação à idolatria do torcedor romanista pelo Totti, já tinha visto algo parecido em sua carreira?
Nunca vi tanta idolatria por um jogador. O Totti é um exemplo para todos na Roma. É o que chega mais cedo aos treinos e o que sai mais tarde. Mesmo com 36 anos, ele continua na batalha. Recusou propostas milionárias para continuar aqui. Por isso, merece respeito.
Acha que foi minado na seleção brasileira após atuar por duas vezes como lateral esquerdo, que não é sua posição originária?
Não acho que isso atrapalhou. Vinha sendo convocado, mas acabei tendo uma lesão no joelho e isso impediu uma sequência. Sou muito grato ao Mano Menezes (Nota da Redação: Castán foi titular de Mano Menezes nos amistosos contra Japão e Colômbia, ambos em 2012). A saída dele dificultou a minha permanência. Mas fui convocado pelo Felipão (contra a Inglaterra, em fevereiro) e sinto que posso voltar a ser lembrado.
Em abril, Tite foi especulado para assumir o comando da Inter de Milão. Como acha que ele se sairia no futebol europeu?
O Tite é um dos melhores técnicos do mundo. Se for para a Europa, terá muito sucesso. Ele está pronto, preparado. Tem uma ótima comissão técnica. Não tenho dúvida de que se sairia bem.
Indiciaria o Tite para a Roma?
(Risos) Sou jogador, não tenho influência nesse tipo de decisão. A Roma tem um novo técnico (Rudi Garcia) e o Corinthians está muito bem com o Tite. Mas, se pedissem a minha opinião, indicaria.
Fonte: Placar