Novo reforço do Timão: ‘Se precisar, jogo até sem uma perna’

Danilo Vieira Andrade

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Cleber chega da Ponte Preta
(Foto: Divulgação/Jornal Todo Dia)

Guerreiro! Quando pedido pela reportagem para se apresentar à Fiel, o novo zagueiro do Corinthians exclamou a palavra para se definir. Ainda cauteloso, pois falta realizar exames médicos e assinar seu contrato de quatro anos com o Timão, Cleber atendeu o Lancenet direto de São Francisco do Conde, na Bahia, onde passa as últimas horas de sua ‘mini-férias’ com sua família, que também tem corintianos infiltrados.
De saída da Ponte Preta, o anúncio da transferência deve acontecer nos próximos dias. A Macaca, por sua vez, confirma o desfecho. Após ficar semanas esperando uma definição de seu futuro, o oitavo reforço alvinegro de 2013 viaja na manhã desta sexta-feira para Campinas. Lá, acertará sua situação com a Ponte Preta, para depois chegar à capital paulista e conhecer sua nova casa.
Durante o bate-papo exclusivo, o jogador de 22 anos, que custará R$ 8 milhões aos cofres do Timão – que teve a ajuda de investidores para efetuar a compra -, falou da surpresa em acertar com o atual campeão mundial. Deixou claro também o seu objetivo de chegar à Seleção Brasileira e do quanto pode aprender com Tite para atingir este objetivo. Também comentou sobre a força da Fiel e de que também terá de fazer a alegria de alguns primos baianos que fazem parte do ‘Bando de Loucos’.
Confira a entrevista:
Depois da novela envolvendo sua saída da Ponte, como se sentiu com o acerto com o Timão?
Fiquei surpreso. Essa é a palavra. Tinha a proposta do Inter. Pensei que iria para o Sul. Mas de repente o Corinthians entrou forte na briga. Aí fiquei mais ansioso ainda. Não tinha preferência, são equipes de ponta, que têm grandes estruturas e história. Fiquei muito feliz. Mas agora tenho de fazer os exames médicos e assinar contrato para tudo ficar certinho e comemorar. É um sonho jogar em um clube que nem o Corinthians. Todo jogador que conheço quer isso para sua vida.
Você ficou no país pela Seleção. O Timão é o ideal para isso?
Tenho certeza disso. É um time que leva jogadores para a Seleção. É mais fácil chegar lá do que em um time médio, e quero isso pra minha carreira. Mas primeiro tenho de jogar bem no Corinthians, tenho de trabalhar forte e conseguir um espaço lá. E não vai ser fácil. Vou concorrer com grandes jogadores.
Como se definiria para a torcida corintiana dentro de campo?
Guerreiro! Não tem bola perdida para mim. Sou um cara determinado e jogo no meu limite. O que tiver que fazer para vencer eu faço. Se precisar, jogo até sem uma perna… (risos). Vou fazer de tudo para ganhar títulos no Corinthians.
Sabe que a Fiel gosta disso…
E isso é bom. Mas é bom para o técnico, para o grupo… Todos gostam de jogador que tem vontade em campo. Isso é importante. Vou me esforçar o máximo quando chegar.
E você já jogou contra o Corinthians. O que achou da torcida?
É uma torcida maravilhosa, empolga demais ver eles cantando naquele Pacaembu lotado. Não deixam o jogador parar de correr, apoiam muito. Até quem joga contra sente isso na pele. Até os adversários ficam felizes de ver aquela massa gritando daquele jeito.
Na sua família tem corintiano?
Tem alguns loucos por aqui sim… Todo lugar tem, não é? Tenho uns primos que torcem, que fazem o corte de cabelo igual ao do Guerrero…
Como sua família ficou durante a negociação? Foram semanas sem saber onde você jogaria.
A família estava mais ansiosa que eu. Todo mundo queria saber para onde eu vou, quando vou assinar, quando vou jogar. Acharam que estava demorando demais, todo mundo perguntava toda hora.
Por que você pode dar certo vestindo a camisa do Corinthians?
Quero ser alguém na vida. Tento sempre pensar nisso. Sei que vou aprender muito com o Tite, sei que tem jogadores experientes e que vou me adaptar em um futebol de nível maior. É por isso que estou tão feliz por tudo ter acabado da melhor forma. Isso faz a diferença quando se joga em um time grande.
Conhece alguém da comissão técnica ou algum jogador de lá?
Ainda não conversei com ninguém do Corinthians. Conheço os jogadores dos jogos, mas não tenho amizade. Tenho de me adaptar ao que o Tite mandar, não tem o que fazer. Ordem é ordem (risos). Vou dar o máximo. Sei que é um grupo bom, também sou um cara bem tranquilo. Rapidinho estarei acostumado.
E o que falar do Tite?
No Brasil, acho que é o melhor técnico trabalhando. Já ganhou tudo que alguém possa ganhar de importante. É muito respeitado por onde passa e sabe montar o time com um esquema forte. Não tem nem o que falar dele, todo mundo já sabe da sua qualidade. Sei que vou aprender muito daqui para frente.
O fato de você custar R$ 8 milhões ao Corinthians, mesmo com a ajuda de investidores, te deixa mais pressionado?
Eu tenho de deixar de lado essa questão de valores. Não dá para ficar pensando nisso. Sempre que se vai para um time grande, tem pressão. Na Ponte Preta tem, imagina no Corinthians. Tenho de chegar lá com humildade e dar o meu máximo. Eu estou focado apenas nisso, não ligo para nada de valores.
E já chega para jogar? Como está na sua forma física?
Eu estou bem. Vou ter de buscar um pouco de ritmo de jogo, vai fazer falta. Mas estou treinando forte aqui na Bahia, fazendo até trabalho de campo. Uso também a academia, e estive com um preparador físico para me ajudar nestes dias.
Você chega ao elenco nas vésperas de uma disputa de título. Já pensou que pode chegar e já ganhar a Recopa em cima do São Paulo?
É verdade. Mas isso é muito bom, mostra a grandeza do clube. Chegar e já poder ser campeão, ainda mais em um time desse porte, contra um grande rival… Seria maravilhoso.
Fonte: Lancenet