Eduardo Saboya crê que justiça boliviana já tem elementos para adotar a decisão de soltar os torcedores que continuam detidos em Oruro
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Corintianos liberados reencontram familiares e amigos em retorno ao Brasil (Foto: Marcos Ribolli) |
Libertados na última quinta-feira, sete torcedores do Corinthians desembarcaram no Brasil no domingo aliviados e, ao mesmo tempo, apreensivos. Eles foram recebidos com festa por parentes e amigos no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, mas cinco corintianos ainda permanecem na penitenciária em Oruro. A preocupação com eles é grande, mas Eduardo Saboya, ministro conselheiro da embaixada brasileira na Bolívia, acredita que depois da liberação dos primeiros presos, o processo de soltura dos remanescentes será concluído em breve (assista ao vídeo).
– Prefiro não fazer prognósticos porque acaba gerando espectativas que nem sempre se concretizam. O prazo para terminar a investigação formalmente é agosto, quando se completam seis meses. Mas obviamente que a decisão da promotoria de libertar os sete brasileiros, sem conhecer implicitamente que o autor do disparo está no Brasil, nos dá motivos para sermos otimistas. E nós estamos trabalhando para antecipar essa soltura para que não seja necessário terminar os seis meses e eles permanecerem aqui. Acho que isso não beneficia ninguém, nem a justiça boliviana, nem os cinco que estão presos. E vamos trabalhar para agilizar, agora que temos essa etapa vencida em relação aos sete – afirmou Saboya.
Após 106 dias presos na Penitenciária de San Pedro, a Justiça da Bolívia concluiu que não havia provas contra sete dos 12 torcedores, e todas as acusações contra eles foram retiradas. Desde 20 de fevereiro, os corintianos estão detidos, acusados de participação na morte do garoto Kevin Douglás Beltrán Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador marítimo durante o empate por 1 a 1 entre Corinthians e San José, da Bolívia, pela primeira fase da Taça Libertadores da América.
– Estamos fazendo tudo para proporcionar à justiça boliviana os elementos que permitam acelerar esse processo de investigação. Acho que a justiça boliviana hoje já tem esses elementos, tem condições de adotar uma decisão justa que é a de soltar esses cinco brasileiros que não têm nada a ver, assim como os outros sete, com esse incidente trágico. Hoje (segunda-feira) falei com eles por telefone. Eles estão tranquilos, sabem que são inocentes e que nós estamos prestando apoio. Quero ver se nós ajudamos eles a passarem esse período aqui que é muito frio. A noite em Oruro tem feito -10?C. Para que eles tenham conforto e um pouco de paciência para que possamos logo conseguir a soltura deles.
Chegaram ao Brasil no domingo: Tiago Aurélio dos Santos Ferreira, Danilo Silva de Oliveira, Tadeu Macedo Andrade, Rafael Machado Castilho Araújo, Fábio Neves Domingos, Hugo Nonato e Clever Souza Clous. Permanecem em Oruro: Reginaldo Coelho, Leandro Silva de Oliveira, José Carlos da Silva Júnior, Marco Aurélio Nefreire e Cleuter Barreto Barros.
Todos os 12 se dizem inocentes e a defesa se baseia no fato de o menor H.A.M., de 17 anos, ter admitido ter feito o disparo que matou Kevin Espada. Ele voltou para o Brasil logo após o jogo e, depois de alguns dias, prestou depoimento na Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos, assumindo a culpa. O promotor boliviano Alfredo Santos Canaviri chegou a vir ao Brasil e ouviu o garoto no início de maio, mas nada foi alterado no processo.
Fonte: globo esporte