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Renato Augusto revela sua meta: ‘Trabalho todo dia de olho na Recopa’

Danilo Vieira Andrade

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Renato Augusto posa ao LANCE!Net no CT (Foto: Eduardo Viana/ LANCE!Press)
Com Renato Augusto, não haveria Boca Juniors ou arbitragem de Carlos Amarilla que fizesse o Corinthians cair nas oitavas de final da Libertadores.

O pensamento de muitos corintianos deixa o meia ainda mais angustiado. Em grande fase em seu início pelo Timão, quando era o melhor da equipe, o meia saiu do time no dia 24 de março, ao sentir um estiramento na coxa direita. O tempo de recuperação foi passando e sua meta era adiada a cada tentativa de retorno: jogo de ida das oitavas, jogo de volta, final do Paulistão, Brasileirão… Tudo acabou frustrado.

A expectativa, desta vez uma certeza, será o primeiro jogo da Recopa Sul-Americana contra o rival São Paulo, no dia 3 de julho. Renato já treina com bola há algumas semanas, livre das dores e do medo que o impediram de jogar futebol. A pausa para a Copa das Confederações o deixará mais preparado.

Confira a seguir o que o meia falou sobre a eliminação para o Boca, a demora na recuperação, Seleção e Recopa Sul-Americana:

Após tanto tempo, você deverá voltar a jogar logo em uma final. Conquistar a Recopa é a sua motivação do dia a dia?
Quero conquistar títulos. Esse é o mais próximo que posso conquistar. Vou trabalhar todo dia para esse jogo. Não só pelo título, mas por ser contra um rival, um clássico… Fica ainda mais gostoso! Vou trabalhar forte para o jogo da Recopa.


O Corinthians derrubou o São Paulo no Paulistão. Chega como favorito nesta disputa de título?
Pelo que já vivi no futebol, em clássico nunca tem favorito. Já ganhei título não sendo favorito, já perdi sendo favorito. Nessas horas não existe isso. Existem duas equipes grandes entrando em campo e vão ser bons 180 minutos.

Esse período sem jogos por conta da Copa das Confederações pode ser ruim para você?
Tem de pensar no lado positivo. Vou ter ainda mais tempo para me recuperar, posso voltar talvez até no mesmo ritmo dos outros. Um pouco abaixo, mas praticamente igual, para poder lutar pela posição na equipe, como vinha fazendo.

Acha que vai voltar ao time como titular ou no banco?
Cheguei aqui e tive de buscar meu espaço. Não vai ser diferente. Vou treinar da mesma forma que treinei, forte, me preparando para quando tiver a oportunidade, não sair mais da equipe. Quando cheguei tinha isso muito claro na minha cabeça. Quando eu tivesse a oportunidade, não sairia mais. Tive uma sequência, infelizmente me lesionei. Agora voltou à estaca zero para buscar meu espaço no time de novo.

Acha que se lesionou no momento em que era o melhor do time?
Foi muito ruim, principalmente pela sequência que eu vinha tendo. Estava feliz. Me sentia mais perto da Seleção, de repente podia ter uma oportunidade. Isso acabou me machucando, magoando muito… Me machuquei numa hora muito ruim.

Por que a demora para voltar?
Foi uma lesão um pouco mais complicada do que imaginávamos. Meu histórico de lesão, apesar de não ter sido na mesma perna que vinha tendo problemas, gerava um medo. Não só da minha parte, mas do departamento médico. Eu queria muito acelerar para voltar. E tentei. Mas vimos que realmente, se eu voltasse, poderia agravar. Acho que nessas horas a gente tem de respeitar a musculatura para voltar bem e ter uma sequência boa.

O tratamento no Corinthians é diferente do que fazia no Bayer?
Lá eles usam outro tipo de tratamento. Não tem como julgar se está certo ou errado. Me sinto melhor trabalhando no método, digamos, brasileiro. Realmente a parte de fisioterapia é acima da média. Acredito que estou em boas mãos.

E a cabeça? É diferente ter que passar por estes momentos mais difíceis fora do Brasil?
Aqui acaba sendo mais fácil, você está falando a sua língua, está com os seus amigos… Apesar de eu estar em São Paulo, e não no Rio, estou mais perto, fica mais fácil para receber uma visita, quando estou de folga vejo a família. Já lá era outra língua, frio, alemão tem mentalidade diferente…É mais complicado. Nos três primeiros anos eu sofri um pouco. Aí levei um profissional para trabalhar lá. Ali eu comecei a me sentir bem melhor. Toda vez que tinha problema voltava até mais rápido.

Teme ficar marcado com o rótulo de jogador cheio de lesões?
Acho que ninguém quer ficar machucado. Se o torcedor sofre por perder um jogador, imagina o próprio jogador? Gosto de jogar futebol, é o que amo fazer. Eu tinha de ter respeitado meu corpo. Fiz uma sequência de jogos absurda, era um dos que tinha mais minutos jogados no ano… Por meu estilo de jogo, mais agressivo, de força, eu teria de ter tomado um cuidado maior. A vontade de jogar, estar no campo, é maior do que isso. Tenho que pensar para frente.

Chegou a pensar em não ir para o jogo contra o Guarani?
A princípio eu não iria. Era o jogo do descanso. Como eu vinha fazendo uma sequência muito grande, seria o jogo da folga. Conversamos, achamos melhor jogar e folgar no seguinte. Meus exames estavam normais.

Faltou você contra o Boca?
É difícil dizer, não tem como dizer que se eu estivesse lá a gente ganharia. Muito complicado. Com certeza eu daria o máximo, porque era o meu sonho conquistar a Libertadores.

Com o alto investimento do clube dá para encarar como fracasso?
Decepção ou fracasso são palavras fortes, principalmente pela forma como fomos eliminados. Decepcionante seria se o time tivesse jogado mal, se a gente tivesse merecido ser eliminado. No meu modo de ver foi injusto. Com certeza era para nós estarmos nessa semifinal também.

Xingou muito o árbitro?
É difícil. Eu estava no Pacaembu e tinha uma pessoa com iPad na mão. A gente viu o replay muitas vezes, era até engraçado. Ali na hora vimos que tinha sido legal o gol do Romarinho, que a bola tinha pegado na mão do zagueiro (Marín). Mas não adianta ficar chorando agora. Bola para frente. Podemos conquistar mais três títulos ainda nesta temporada.

O Felipão teve dificuldades para achar um meia para a Seleção. Tem consigo que podia ser você?
Doeu porque eu poderia ter essa oportunidade. Não sei se estaria no grupo da Copa das Confederações, mas poderia ter tido uma chance antes. Pelo bom momento que vinha passando, estava jogando bem, achei que poderia me firmar. Mas não tem porque ficar lamentando…

Com isso a Copa do Mundo passa a ser a sua prioridade?
Sempre falo que não adianta olhar muito lá na frente. Quero é olhar o próximo degrau, voltar bem, voltar a jogar, a ter o ritmo, me sentindo bem fisicamente… Estas coisas acontecem naturalmente. Meu futebol evoluiu e as coisas vão acontecer naturalmente. Vão vir títulos, gols…


Fonte: Lancenet