Marquinhos assinou por cinco temporadas com o PSG | Divulgação |
Com o sonho de um dia se tornar um reconhecido jogador de futebol, o garoto acorda cedo para enfrentar o ‘Terrão’ do Sport Club Corinthians Paulista e treinar nas categorias de base. Destaque entre seus companheiros, a promessa desperta o interesse dos responsáveis pelo time profissional e logo o zagueiro é promovido. Diante de uma Libertadores, ainda que sem querer, o jogador recebe a camisa 10, se torna campeão continental, e não demora para chegar ao futebol europeu. A Roma, clube pelo qual Falcão se tornou ‘rei’, é a escolha, mas a carreira na Itália não é longa. O novo milionário Paris Saint-Germain logo contrata o ainda menino Marquinhos, que em poucos meses vê sua vida transformada pelo mundo da bola.
Marquinhos: Com certeza. Essa base que eu tive ali, o que eu aprendi ali, o que eu vivi ali. A atenção que os profissionais que ali estavam me deram. No Corinthians eu me fiz homem. Desde que eu me conheço como pessoa, eu me vejo no Corinthians, brincando e jogando no ‘Terrão’. A pessoa que eu me fiz ali dentro com certeza me influenciou no profissional e me transformou na pessoa que eu sou hoje.
Marquinhos: Trabalho especial não tive, não. Mantive o trabalho que tinha no Corinthians, de suplementação. Lá continuei com o mesmo trabalho. A alimentação só mudou pelos costumes do país. Os treinos foram praticamente os mesmos.
Marquinhos: Essas experiências pelas quais a gente passa na vida contam muito. No dia em que você chega a um lugar bom, um lugar que te dá uma estrutura melhor, acaba valorizando muito mais. Então você tem que passar por algumas coisas na vida, por algumas dificuldades, para que um dia, quando você tem alguma coisa na mão, você saiba valorizar e não deixe escapar.
Marquinhos: O Tite hoje é um treinador muito evoluído. É um treinador que todos veem que taticamente é um dos melhores. Não só taticamente, como em todos os aspectos. No pouco convívio que tive com ele – nos meus seis meses de profissional – aprendi muito, escutei muito. Trabalhar e conviver com profissionais campeões é sempre bom. Com certeza ele tem uma parcela em tudo isso que estou vivendo hoje.
Marquinhos: Ele é um treinador que ajuda muito os seus jogadores, é um pai para todos. Se ele vir que pode ajudar em alguma coisa, com certeza ele vai ajudar, dando toques dentro de campo, conversando fora. Não sé ele, como todos os auxiliares dele, que me ajudaram muito, que me pegaram muitas vezes depois do treino para fazer trabalho complementar. Ali eu cresci muito, e com certeza se eu cheguei pronto à Roma, também foi muito mérito do trabalho que fiz, do aperfeiçoamento que fiz antes.
Marquinhos: Acabou não atingindo muito, porque ele chegou depois. Ele é um grande ídolo lá, mas a gente acabou chegando em períodos diferentes. Ele começou a trabalhar com a agente só depois de um tempo.
Marquinhos: Você fora do seu país acaba tendo uma necessidade de conviver com brasileiros. Na Roma, quanto mais brasileiros chegavam, era melhor para a gente. Ter um brasileiro na comissão, que te ajudava, que jogou na mesma posição que você, era muito bom. Ele me deu muito toque, me ajudou muito. Nos intervalos dos jogos me deu muitos toques. Ele teve uma certa importância, sim, no tempo em que esteve com a gente.
Marquinhos: O Leandro Castán é um grande amigo que eu tenho. Já o conhecia do Corinthians. Quando acabamos indo para fora juntos, quase na mesma época, criamos um vínculo de amizade muito grande. (Foi muito bom ter) essa tranquilidade de chegar lá e jogar ao lado de um companheiro que você já conhece, que você já sabe onde gosta de jogar, o que gosta de fazer dentro de campo. Esse entrosamento é muito bom para quem joga.
Marquinhos: Não digo dificuldades. É aquela questão da adaptação normal, que toda pessoa quando sai do seu país sente. Para mim, que saí novo, com 18 anos de idade, com certeza a questão da adaptação foi um pouco complicada. Para mim foi tudo muito rápido, até a questão dos costumes e da comida. A Itália é um país maravilhoso. Pelo futebol não foi tão difícil, é tudo uma questão de personalidade, de treinamento e aperfeiçoamento. E eu, a cada dia, a cada treino, procurava estar pronto para o mais rápido possível poder estar atuando, jogando.
Marquinhos: Eu acho que sim. Foi uma questão muito delicada. Foi uma questão muito bem projetada, muito bem conversada. Foi uma escolha, que hoje, graças a Deus, eu vejo que deu certo. Foi uma aposta, que hoje eu vejo que deu certo.
Marquinhos: Isso de jeito nenhum. Foco e entusiasmo com tudo, o tesão de estar trabalhando e estar crescendo, isso a gente não pode deixar de ter nunca. Não importa onde você esteja ou quanto você ganhe, quando um profissional, um jogador, uma pessoa perde isso, acaba encontrando dificuldades. E desde pequeno, desde cedo, a gente vive isso. Vem trabalhando, vem escutando conselhos de todos, para quando chegasse esse momento, pudesse lidar com todas essas cifras, com todas essas conquistas, com todas essas experiências, porque não é nada fácil. Você tem que sempre conseguir não se deixar abalar e, acima de tudo, não perder o foco naquilo que você quer e naquilo com que você sonha.
Marquinhos: Com certeza. Aqui é um grande clube, um grande time, com grandes jogadores, que disputam grandes campeonatos. Aqui eu vou buscar amadurecer, evoluir sempre e aumentar cada dia mais o meu grau de atuações, para conseguir alcançar meus objetivos e meus sonhos.
Marquinhos: Eu tenho que sonhar. Se eu não sonhar, quem vai sonhar por mim? Sonhar eu sonho mesmo, querer eu quero muito. Nada é fácil, nada cai do céu. Eu sei que tenho que trabalhar muito, manter meus pés no chão, e em cada jogo mostrar meu valor, em cada treinamento procurar evoluir, para chegar mais perto do meu sonho, que é estar na Seleção Brasileira.
Marquinhos: É uma briga normal, de trabalho, uma briga sadia, uma briga a que todos estamos acostumados. Com bastante respeito, bastante humildade, todos vão buscar seu espaço. Sabemos da qualidade de todos os jogadores que estão lá, e cada um vai buscar seu espacinho no time.
Marquinhos: Quando comecei a jogar, eu jogava de volante, então usei em muitas vezes o número 5. Eu acho um número muito forte, muito marcante. Pelas opções que tinha aqui, a 5 é uma das camisas de que eu mais gostava e uma das que mais mexeram comigo.
Marquinhos: Essa pressão no futebol é constante. Quem vive no futebol, sabe como é, sabe o que é a pressão diária que gira em torno de você. Você tem que estar preparado para encarar essa pressão, que vem de todos os lados. Você tem que ter a cabeça boa. Precisa ter pessoas ao seu lado que queiram seu bem, que te ajudem nessa hora. São cifras com que você não pode ficar se deslumbrando. Não pode perder seu foco por causa dessas coisas extracampo. E quando chega ali dentro (de campo), você tem que mostrar o seu trabalho e fazer aquilo que sabe fazer melhor, independentemente de números e pressões que possam vir de fora do campo.
Marquinhos: Eu acho que é um mérito de todos. Para ser um time grande, você tem que ter uma estrutura favorável a isso. Você tem que ter uma diretoria campeã, um treinador campeão e, acima de tudo, um time campeão. O que você vê ali é um time vencedor. Com toda a estrutura que tem o time, com tudo o que o time fornece, não tinha outro rumo, outra coisa para acontecer, a não ser ganhar títulos, crescer, estar onde está hoje.
Marquinhos: Foi uma coisa muito mal interpretada. Não foi esse o contexto. Me perguntaram se eu não voltaria para o Corinthians. O Corinthians sempre foi uma questão muito delicada, porque são diversas opiniões e paixões envolvidas. Foi um momento muito delicado da minha vida deixar o Corinthians, que é um clube pelo qual tenho um carinho enorme. Não foi uma coisa fácil para mim. Com certeza o sonho de todo garoto é voltar. Não sei quando. O futuro a gente não sabe nunca. A gente tem que seguir a vida, dando um passo de cada vez, vivendo um dia após o outro, vivendo um ano após o outro, para saber se um dia a gente vai acabar voltando pra um lugar que te deu todo o respeito do mundo, que te fez homem, que te deu uma educação.
Marquinhos: E difícil, né, cara. Falar do Corinthians é sempre uma questão muito delicada. Naquele momento foi uma escolha, que seria boa para mim. Foi tudo uma questão de aposta. Quando você faz uma escolha, acaba abrindo mão de outras coisas.