Protegido por lei, Corinthians ‘prioriza’ registro de marcas Fielzão e Itaquerão antes de Arena

Danilo Vieira Andrade

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O Corinthians ainda não negociou os naming rights do estádio | Divulgação

Com a venda de naming rights de seu futuro estádio ainda indefinida, o Corinthians resolveu se resguardar e entrou com pedido no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual), autarquia do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para assegurar o uso exclusivo da marca Arena Corinthians. A solicitação foi feita em agosto do ano passado e é definida internamente como uma medida de proteção em relação ao possível avanço comercial de outras empresas.

Sob o ponto de vista jurídico, como se trata de um nome diretamente vinculado ao clube, o registro é até desnecessário. Mesmo assim, após dar entrada na categoria de estádios de futebol, a equipe irá estender a sua preocupação a outras áreas de comércio e serviço nesta semana.

O detalhe curioso é que, embora rejeite os nomes, a diretoria alvinegra se movimentou nos bastidores para ser dona também das marcas Itaquerão e Fielzão, fazendo o pedido antes mesmo de Arena Corinthians, entre novembro e dezembro de 2011, e abrangendo ainda mais setores.

‘Quando o departamento de marketing decidiu escolher um nome, essas três possibilidades existiram, foram as mais fortes e a gente quis protegê-las. As outras duas são apelidos dados pelos torcedores, mas a marca forte mesmo é Arena Corinthians’, explica a advogada Luciana Bamba Haddad, contratada pelo clube para cuidar dos registros das marcas, ao ESPN.com.br.

Segundo ela, o maior número de solicitações relacionadas a Arena Corinthians e Fielzão não significa necessariamente um maior cuidado com esses nomes.

‘Não é isso. Como a marca Corinthians é de alto renome, não precisaríamos nem mesmo proteger a arena por se tratar de uma dissidência. Fizemos o depósito preventivo e depois vamos fazer o mesmo em outras classes afins’, diz.

A inauguração extra-oficial da casa alvinegra deve acontecer em setembro, durante a festa de aniversário do time, em evento restrito apenas a membros da diretoria e conselheiros.

A expectativa, no entanto, é de que o clube comece a utilizar o estádio ainda no primeiro semestre do ano que vem. Ele é obrigado a entregar o palco que abrigará a abertura da Copa do Mundo 2014 somente a 21 dias da competição.

Até aqui, a Ambev lidera a corrida pela compra dos naming rights da Arena Corinthians, em negócio considerado fundamental pelos dirigentes por causa do empréstimo de R$ 400 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que deve sair até o fim do mês. Anteriormente, a cervejaria Itaipava também teve o seu nome ligado ao estádio pelo ex-presidente Andrés Sanchez, mas recuou devido aos altos valores e a ameaça de rejeição no Estado

‘Em São Paulo, se fecho com o Corinthians, tem São Paulo e Palmeiras. É algo que gera uma restrição à imagem. Existem outras formas de estarmos presentes nas arenas que não seja através de naming rights e é isso que estamos discutindo. Estamos entendendo o quanto cada um desses espaços tem de flexibilidade’, afirmou o diretor de mercado da empresa, Douglas Costa, em evento no Recife.

O custo da Arena Corinthians é estimado em R$ 820 milhões.

Fonte: ESPN