UOL Esporte: Andrés, como está a negociação dos naming rights do estádio?
Andrés Sanchez: Está tudo parado ainda, só conversando.
Andrés Sanchez: O Corinthians quer R$ 405 milhões, em 15 ou 18 anos. Deu? Deu. Se não deu vai abaixando. Uma hora vai ter de conseguir. É uma coisa nova no Brasil, ninguém tem essa experiência. Então ninguém sabe se é caro, se é barato.
Andrés Sanchez: Um pouco atrapalha. A pessoa tem medo de investir aqui. Fala: ‘Pô, todo mundo contra a Copa do Mundo, contra investir em futebol, e eu vou investir aqui?’
Andrés Sanchez: Porque ele é ex-presidente do Corinthians, queria conhecer o estádio do Corinthians e foi lá. Qual é o problema? E eu fiz questão de ir lá vê-lo.
Andrés Sanchez: Isso aí eu não vou entrar. Toda vez que o Dualib quiser ir ao estádio, que não tem nada a ver… Ele foi expulso do clube. O estádio é um lugar que quem pagar ingresso vai, quem for convidado vai. Eu não tenho problema nenhum. É um senhor de 94 anos. Ele ficou emocionado, chorou muito. É uma coisa que ele sonhava desde que ele nasceu. Isso não é crime. Nesse país não existe pena perpétua.
Andrés Sanchez: Fui. Eu fui levar uma equipe de vídeo do Corinthians, que gravou ele para contar a história do Corinthians. É o cara mais velho que é frequentador do Corinthians. Foi gravado para ser usado daqui a cinco, dez, 20 anos, para quando o Corinthians precisar. Simplesmente isso. Fiquei lá uma hora e meia e fui embora. Ele não está preso, ele não tem lepra, não passa doença. É um ser humano de 94 anos.
Andrés Sanchez: Normal, como sempre foi. Não sei se é boa ou se é ruim. É normal, como sempre foi. Sou conselheiro vitalício do Corinthians e ex-presidente. Ele tem a administração dele e eu me meto o mínimo possível.
Andrés Sanchez: Não sei nem o que eu fiz de melhor para mim. Cada um sabe o que tem de fazer. Todos os presidentes do Corinthians têm coisas boas e ruins. Inclusive eu. Todos têm seus méritos e deméritos. Infelizmente o futebol é fundamental, e se você vem em uma fase dessa aí vai ser criticado. Há três semanas você e outros escreveram que o Corinthians era favorito para ganhar o campeonato, e hoje ele é o favorito para cair. Vocês nunca erram. A imprensa nunca erra.
Andrés Sanchez: Em qual momento? Fala um.
Andrés Sanchez: Nós não divergimos. Eu tinha uma opção. Ele nem votar, vota.
Andrés Sanchez: Mas isso é democracia. Não briguei com ele por causa disso.
Andrés Sanchez: Porque o combinado era mudar três ou quatro itens. E quiseram mudar 65% do melhor estatuto da história, como falaram. Não tem nem três anos o estatuto. Tem coisas nessa nova mudança que já tinham sido reprovadas na anterior.
Nota da Redação: O projeto de mudança do estatuto foi elaborado por uma comissão com membros da situação e da oposição, e foi reprovado pelo Conselho Deliberativo. Entre as várias propostas, a principal era a que sugeria o fim do “chapão”, modelo de escolha de conselheiros que elege todos os membros da chapa vencedora, sem proporcionalidade.
Andrés Sanchez: O diretor ser remunerado. Já tinha sido reprovado, por que pôr de novo? E eu sou a favor, mas se o Conselho reprovou, por que pôr de novo?
Andrés Sanchez: Então vota a favor. Qualquer um deles que for lá no Conselho e pedir para a chapa ser proporcional eu voto a favor. Eu sou contra o chapão. Mas do jeito que querem fazer não vai ser feito. Querem fazer sem falar com o clube, sem ouvir as lideranças. De cima para baixo não vai vir mais nada.
Andrés Sanchez: Não. Fizeram o estatuto e tinha de mudar três itens. O tempo do presidente, o jeito do chapão e não sei mais o quê lá, uma coisa besta. Aí só se discutia isso. E a quarentena minha. O André [Luiz] foi lá e falou que só não podia ter reeleição. E isso deu tumulto na comissão. Aí eu briguei que isso só ia favorecer a mim. E eu não quero, não sou candidato. Aí ele [André Luiz] tirou. Mandaram email, fizeram festa lá. O presidente do clube foi e mandou tirar a extinção do Cori, que só teria ex-presidentes. E a comissão não tirou. Por quê? O André tem mais força que o presidente? Então você percebe que quando acontece isso tem coisa, que você não vai discutir todos os itens do estatuto. Você vai discutir os principais e o resto vai em banho-maria, concorda? Só que eu leio. E não iam fazer o que queriam fazer. Não negociaram com as lideranças. Acabou. E eu votei contra o presidente porque ele liberou. Ele falou: ‘Isso aqui é uma coisa legislativa, não executiva, cada um vota como quiser’. E cada um votou como quis. O próprio presidente pediu.
Nota da Redação: A “quarentena” é um item do estatuto que exige que ex-presidentes aguardem duas eleições posteriores para voltarem a participar do pleito como candidatos.
Andrés Sanchez: Agora não dá mais, né? Vai dar na do Mário?
Andrés Sanchez: É o meu candidato.
Andrés Sanchez: É o cara que eu acho que é. Bom, não vou falar que é candidato porque tem de falar com o grupo, mas é um forte pré-candidato.
Andrés Sanchez: Ele não está em campanha. Vocês parecem que não conhecem o André, meu.
Andrés Sanchez: Mas você não quer ser presidente do Corinthians? Agora tem um monte de gente querendo ser presidente do Corinthians. Ainda mais com R$ 400 milhões de receita. Quando tinha um monte de gente do Ministério Público por lá ninguém queria. Hoje está cheio. Hoje o que mais tem é candidato. Tem oito ali em campanha, você sabia disso? Tem quatro da diretoria do Mário Gobbi que são candidatos.
Andrés Sanchez: Não, na minha não tinha nenhum. Hoje tem quatro. Aliás, tem diretor dele que no segundo dia sentado já estava em campanha.
Andrés Sanchez: Ah, o Raul [Correa Silva, diretor financeiro], o Elie Werdo [2º vice-presidente], o Ilmar [Schiavenato, diretor social]. Todos estão em campanha.
Andrés Sanchez: Não, ele é um forte pré-candidato. O grupo vai definir lá na frente.
Andrés Sanchez: Eu acho que o presidente tem de ter sido diretor de futebol uma época. É o que eu penso, não é a regra. É o que eu penso.
Andrés Sanchez: Eles me pediram para fazer um evento em São Paulo, que era melhor para o pessoal do Peru, da Venezuela, da Bolívia. Era para eu arrumar um hotel e fazer em algum lugar. Eu falei: ‘Não, vamos fazer no Corinthians’.
Andrés Sanchez: Ganha peso também, então vamos fazer no Corinthians. O próximo vai ser em Buenos Aires.
Andrés Sanchez: Não sei, estão para marcar daqui uns 20, 30 dias.
Andrés Sanchez: O Flamengo também [enviou uma carta].
Andrés Sanchez: Porque não foram convidados. Foram convidados Flamengo, Botafogo, Santos, São Paulo e Corinthians.
Andrés Sanchez: Do São Paulo não foi ninguém.
Andrés Sanchez: Não. Na hora que virem que vai mudar, que vai vir mais dinheiro para o clube, todo mundo vai vir. Sempre foi assim. Porque tem gente que ainda acredita que vai ser prejudicado pelo juiz. Isso é ridículo. O dia que eu acreditar que meu time vai ser prejudicado porque eu falei que o cara é um b…, eu tenho de parar com o futebol.
Andrés Sanchez: Foram os advogados uruguaios. O que eles mostraram ali realmente é feio.
Andrés Sanchez: Mostraram.
Andrés Sanchez: Não tenho autorização para falar. Quem fez foi a auditoria, a Price [waterhouseCoopers, famosa empresa do ramo].
Andrés Sanchez: Lógico que é.
Andrés Sanchez: Não é liga. É uma associação de clubes, como tem lá na Europa , que nem o Rumennigge [Karl-Heinz, ex-jogador e presidente da Associação Europeia de Clubes].
Andrés Sanchez: Sim. Isso tem de sair independentemente de qualquer coisa, mas não é uma liga, para um campeonato independente. É para ter mais autonomia.
Andrés Sanchez: Aí tem de ver como vai ser. Não sei, também. Eu tenho uma ideia, mas não sei se vai vingar.
Andrés Sanchez: Não sei como é que acontece. Você dá um tiro e não sabe onde vai pegar.
Andrés Sanchez: Qualquer um que esteja contra o Marco Polo.
Andrés Sanchez: Um grupo. Pessoas, várias federações, vários clubes. Você não sabe que já existe um grupo de oposição aí? Federações e clubes. Lá no fim do ano vai saber quem são os candidatos.
Andrés Sanchez: Primeiro que eu não acho que eu virei a mesa. Eu simplesmente fiz meu time sair do Clube dos 13 para negociar individualmente. O Clube dos 13 poderia existir até hoje sem o Corinthians.
Andrés Sanchez: O Juvenal é meu amigo, o Kalil também. Nada, isso são interesses de momento. Cada um defende seu clube. Agora estou falando de macro, do futebol.
Andrés Sanchez: O grupo vai escolher quem é o cara, quem tem mais força, quem pode competir melhor. Como é feito em todo lugar. Por que o cara é candidato a presidente da República? Porque tem mais força.
Andrés Sanchez: Não tem nada a ver. Todo ano tem isso. Isso é uma hipocrisia do cacete. Em 2010, o Corinthians mandou o presente do centenário para todas as federações.
Nota da Redação: Por conta da festa, que terá a cantora Ivete Sangalo como atração, o clube convidou presidentes de federações de todo o país.
Andrés Sanchez: Na festa eu vou encontrar o quê? Não sei nem quem vai vir. É um evento do Corinthians, só que em vez de ser no Anhembi, como é em todos os anos, vai ser no estádio.
Andrés Sanchez: Objetivo de vida. Eu acho que tenho muito a dar ao futebol e não posso abrir mão disso. Muitas veze penso o por quê disso, mas acho que onde eu cheguei hoje eu não posso dar as costas para o futebol. Com dificuldades, com erros e acertos, mas no que eu puder ajudar é uma obrigação minha.
Andrés Sanchez: Foi uma hérnia. Era para ser pequena, mas ela estava toda enrolada entre os músculos, trançada. E teve de abrir tudo.
Andrés Sanchez: Sim, perfeito. Está tudo bem.
Fonte: UOL