Corinthians e Grêmio fizeram jogo tenso e com reclamações da arbitragem (Foto: Marcos Ribolli)
A intenção era utilizar a Copa do Brasil como válvula de escape para a má fase no Campeonato Brasileiro, mas o empate por 0 a 0, no Pacaembu, na partida de ida das quartas de final, apenas prolongou o mau momento de Corinthians e Grêmio. Os paulistas já somam sete partidas sem vencer. E os gaúchos, quatro.
De qualquer maneira, a igualdade sem gols era algo que estava nos planos de Tite no Timão. Até porque qualquer empate com gols no jogo de volta, em Porto Alegre, dá a vaga na semifinal ao time alvinegro. Ao Tricolor, só a vitória interessa no tempo normal. Outro 0 a 0 levaria a decisão para os pênaltis.
O clima de decisão, com o Pacaembu lotado, refletiu dentro de campo. Mas apenas na questão do jogo duro. Em relação à técnica, a partida esteve longe de agradar. Foram poucas as chances de gol. O Corinthians dominou o primeiro tempo e teve gol mal anulado. O Grêmio foi melhor no segundo tempo.
Agora a sete jogos sem vencer, somando outros seis do Brasileirão, o Timão iguala sua pior série desde o retorno à elite (em 2010 também ficou sete partidas sem ganhar). Já o Grêmio mantém o sinal de alerta ligado para tentar rapidamente uma recuperação no Campeonato Brasileiro.
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A partida de volta entre Tricolor e Timão será apenas no dia 23 de outubro, às 21h50, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. Pelo Campeonato Brasileiro, as duas equipes jogam no domingo, às 16h. Os alvinegros encaram a Portuguesa, em Campo Grande, e os gaúchos visitam o São Paulo, no estádio do Morumbi.
Muitas faltas e poucas chances
De um lado um time que exalta a raça, o calção sujo de barro. Do outro, um clube que se diz imortal, copeiro. Resultado: uma partida pegada, de lances duros. Desde o primeiro minuto, os jogadores de Corinthians e Grêmio se estranharam. Faltas, provocações, simulações… e cobranças ao árbitro.
Em termos técnicos, o primeiro tempo da partida foi fraco. Muito por ter sido truncado, violento. Melhor em campo, Emerson Sheik foi o responsável pelos melhores momentos do Corinthians. Primeiro, em um forte chute de fora da área que Dida defendeu atrapalhado; depois, em chute cruzado para fora.
Sheik, aliás, também foi destaque na catimba. Fã de jogos decisivos, ele se estranhou com Pará e depois com Kleber. Em determinado momento chegou até a dar uma dura no quarto árbitro, perguntando o que ele estava fazendo ali, na beira do gramado, e pedindo para que fizesse algo em relação às faltas que sofria.
Disposto a marcar no campo de defesa, o Grêmio pouco criou. Na verdade, não levou perigo ao gol de Cássio. Rhodolfo, na zaga, teve boa atuação na etapa inicial e salvou o time gaúcho em desvio de Danilo. Com a cabeça, o defensor gremista evitou que a bola entrasse no gol de Dida e mandou por cima do travessão.
O Timão ainda chegou a balançar a rede com Guerrero, mas o árbitro, de maneira equivocada, assinalou impedimento. De uma maneira geral, no entanto, chamou a atenção a rispidez com que corintianos e gremistas encararam a primeira parte do jogo válido pelas quartas de final da Copa do Brasil.
Grêmio melhora, mas não marca
Um pouco menos truncado, mas ainda pegado, o segundo tempo do duelo entre Corinthians e Grêmio começou com mais futebol e menos violência. As duas equipes deixaram fluir um pouco mais o jogo. As faltas, porém, continuavam duras quando existiam. E o árbitro passou a advertir os jogadores com cartão amarelo.
No Corinthians, Tite, que já tinha colocado Ibson no lugar de Maldonado, resolveu sacar Paolo Guerrero e escalar Alexandre Pato. Mas foi o Grêmio que chegou com perigo, em cobrança de falta de Vargas. Cássio, bem colocado, espalmou para escanteio a melhor chance dos gaúchos até então.
Mais ofensivo do que antes, o Grêmio passou a aparecer com mais frequência no ataque, fazendo a defesa corintiana e o goleiro Cássio trabalharem mais. Ora com Vargas, ora com Barcos, o time de Porto Alegre aparecia na área alvinegra. Faltava, no entanto, um capricho maior na finalização.
Se no primeiro tempo foi o Timão que dominou a partida, na etapa final o Tricolor gaúcho é que controlou mais o jogo. Mas o gol não saía. E o nervoso voltava a aparecer. Até no banco de reservas. Danilo Fernandes, reserva de Cássio, chegou a ser advertido com um cartão amarelo pelo árbitro.
Ambos com medo de se expor demais e sofrer o gol, preferiram a cautela à ousadia na reta final da partida. E o empate sem gols prevaleceu no Pacaembu. Razoável para o Corinthians, que pode empatar com gols para levar a vaga, e ruim para o Grêmio.