Tite comemora título Brasileiro com a filha (Foto: Eduardo Viana/ LANCE!Press) |
Tite não viveu dias fáceis nas últimas semanas. Os resultados adversos e as dificuldades de sua equipe para reencontrar o bom futebol deixaram o treinador desgastado. Não apenas com parte da torcida, que queria a sua saída, mas também físico e emocionalmente.
Abatido e cabisbaixo nos desembarques, após algumas derrotas, e pensativo nos treinos, por exemplo, é na família que o técnico tem se apegado para superar a decepção de ver a derrocada do Corinthians. Mesmo que parte dela esteja longe…
Porque além de Matheus, de 24 anos, que cursa Ciência do Exercício no Tennessee, Estados Unidos, e joga futebol pela universidade desde 2011, a filha mais nova, Gabriele, 18, está há dois meses em Vancouver, Canadá, em intercâmbio escolar.
Assim, a mulher Rosmari foi seu único porto seguro nos últimos dias, nas prováveis noites mal ou não dormidas. Em ocasiões que o treinador ouvia a voz dos filhos através do telefone, mas não podia abraçá-los.
Agora também sem a esposa, que viajou para passar alguns dias ao lado do filho nos Estados Unidos, o técnico joga o futuro do Corinthians na temporada contra o Grêmio, no Rio Grande do Sul, o seu berço para a vida e para o futebol. Nascido em Caxias do Sul, ele foi se fixar na capital Porto Alegre quando teve a sua primeira chance em um grande clube, o mesmo Tricolor, ainda em 2001, quando os filhos eram crianças – o menino com 12 e a garota com 6.
A pedido da reportagem do Lancenet, o casal de herdeiros do técnico que ganhou mais – e importantes – títulos na história do Corinthians (cinco) enviou cartas de apoio ao pai pelo momento que ele vive.
Acostumados aos dias de glórias ao lado dele, Matheus e Gabriele torcem para que o momento de parcial desconfiança da torcida acabe nesta quarta-feira, com a classificação do Timão às semifinais da Copa do Brasil. Afinal, amam o pai sem distância. E esperam que os corintianos continuem a admirá-lo por um longo tempo.
Confira a carta escrita por Gabriele, direto de Vancouver, para Tite:
‘Pai, eu te amo muito. Não tem distância que interfira nisso, não existem quilômetros nem horas que influenciem a proximidade que a gente tem. Mas estar longe impede que a gente se afague tanto. Impede boa parte do compartilhamento do cotidiano. E eu odeio não poder estar ‘presente’, principalmente em momentos em que nós, juntos, estaríamos criando forças. A gente sabe que parte da profissão é carrasca. E quantas vezes nós passamos por fases de noites mal (se) dormidas, de trabalhos incansáveis e de resoluções que muito tardavam a aparecer… mas tudo isso só resultava em mais empenho, em mais trabalho. Porque tu nunca desiste. E esse é o motivo pelo qual eu te amo tanto, pelo qual eu tenho tanto orgulho em poder te chamar de pai. Porque tu é um ser humano admirável, com um caráter e busca de justiça que me servem como exemplos. E tu sabe que eu não sou a única. Afinal de contas, pai, ‘A gente é tudo cascudo.’ A gente não se dá por vencido. E por isso eu, e todos que depositam confiança em ti, temos e teremos muito pelo que agradecer.
Confira a carta escrita por Matheus, direto do Tennessee, para Tite:
‘Pai, nessa tua trajetoria que começou lá em Garibaldi eu sempre estive perto de ti, e não é porque estou longe fisicamente que eu não estarei aí do teu lado para mais essa batalha em tua carreira. Tu sabe que sempre apoiamos e damos força um ao outro em todos os momentos, e agora não é diferente. Tenho certeza que tu vai olhar ao redor de ti aí em Porto Alegre e lembrar dos momentos de luta, de dificuldade e de conquista que tu passou com a família ao teu lado. Agora não vai ser diferente, porque após essa partida de amanhã, não importa o resultado, tu vai fechar os olhos e sentir nossa presença contigo. Um beijo no coração, paizão. Te amo!!!’
Fonte: Lancenet