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Gobbi encerrou diálogo com as torcidas (Foto: Reginaldo Castro/LANCE!Press) |
Depois de um 2013 de brigas, perdas de mando e cobranças a jogadores, o Corinthians decidiu que vai mudar a relação com as torcidas organizadas, motivado pela invasão de vândalos ao CT Joaquim Grava no último sábado.
O caso foi considerado o estopim para o fim de regalias que certos torcedores tinham, apesar de serem negadas pela diretoria. Ingressos para grandes jogos e duelos fora de casa, que sempre são ‘reservados’ para as organizadas, que efetuam o pagamento depois, não deverão mais ser facilitados.
O ‘diálogo’ no CT, algo que era comum desde a gestão Andrés Sanchez, está suspenso. No ano passado, membros de organizadas foram liberados para cobrar Sheik pelo selinho em um amigo, em agosto, e depois reuniram-se com diretores e jogadores após uma sequência de derrotas. O técnico Tite nunca aceitou esse tipo de cobrança no local de trabalho e na época se negou a conversar. Este caso estremeceu sua relação com os dirigentes.
– Depois do que aconteceu, não há a menor intenção de diálogo. Está difícil, uma vez que o abalo é geral e o momento não é propício. No futebol, você nunca diz nunca mais. Mas não há clima para diálogo – afirmou o presidente do Corinthians, Mário Gobbi Filho.
O Corinthians quer tomar uma atitude enérgica contra a torcida também para acalmar os ânimos do elenco, que tiveram de entrar em campo contra a Ponte Preta, no último domingo, a contragosto.
Ontem, Gobbi afirmou que não cabia ao clube coibir a violência nem punir infratores, mas a diretoria estuda formas de participar de uma mudança de mentalidade.
O presidente ainda falou que vai estudar com o departamento jurídico a ideia de vetar o uso do símbolo do clube nas roupas e acessórios das torcidas organizadas. No ano passado, o Cruzeiro tomou tal atitude e cortou diversas regalias de suas torcidas.
Cruzeiro e Palmeiras cortaram relações
Enquanto o Corinthians não cortou relações com as organizadas após episódios de confusão em 2013, Cruzeiro e Palmeiras resolver tomar atitudes mais drásticas.
O clube mineiro já não cede mais ingressos para as torcidas organizadas desde que o presidente Gilvan Pinho de Souza assumiu o cargo, em 2012. No fim do ano passado, a relação ficou ainda pior depois que vândalos cruzeirenses de organizadas diferentes protagonizaram cenas de violência durante comemoração do título brasileiro.
No fim de 2013, o clube proibiu o uso do símbolo em materiais de organizadas. No dia 2 de janeiro, data de aniversário da Raposa, a diretoria proibiu a entrada das organizadas em uma missa de celebração.
Já o Palmeiras anunciou que havia cortado relações com a Mancha Alviverde depois que jogadores foram ameaçados e agredidos em um aeroporto na Argentina, após duelo pela Libertadores contra o Tigre. O presidente Paulo Nobre cortou relações com todas as organizadas e não há privilégio para ingressos.
Organizadas com livre acesso no CT em 2013
Apresentação do Pato
Na apresentação de Alexandre Pato em janeiro de 2013, no CT Joaquim Grava, o clube liberou a entrada do presidente da Gaviões da Fiel, Antônio Alan Souza Silva, conhecido como Donizete. Ele entregou uma camiseta da Gaviões, um boné e deu um recado de boas-vindas.
Prensa em Sheik
Atacante do Corinthians havia dado um selinho em um amigo e divulgado nas redes sociais. Fato gerou polêmica e protestos da torcida. Diretoria deixou que organizada entrasse no CT e o cobrasse. Depois disso, Sheik pediu desculpas públicas. Gaviões divulgou uma nota com Sheik dizendo que ‘não era são-paulino’ e fez uma brincadeira.
Cobrança e conversa
Depois de o Corinthians perder a terceira partida seguida no Brasileirão do ano passado, membros de todas as torcidas organizadas foram liberados para cobrarem o elenco. Os diretores e Paulo André, Douglas, Ralf, Alessandro e Danilo foram os escolhidos para o diálogo. O técnico Tite recusou-se a conversar, pois dizia que não achava correto ser no ambiente de trabalho.
Homenagens
Depois de pressionarem treinador e jogadores, membros da Gaviões foram ao CT para prestarem homenagem ao técnico Tite, que estava de saída do clube, e ao ex-lateral e capitão Alessandro, que se aposentaria.
Fonte: Lancenet