Mano pede união dos clubes contra violência, e Muricy e Kleina opinam

Danilo Vieira Andrade

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Após o episódio do último sábado, em que cerca de cem corintianos invadiram o CT Joaquim Grava e ameaçaram jogadores e agrediram funcionários do Corinthians, o técnico Mano Menezes espera uma união dos clubes para ajudar a combater a violência no futebol.

– (Mudança) vai depender muito do posicionamento dos clubes em relação a isso tudo. Se não todos não agirem com a força necessária neste momento, as coisas vão tomando um rumo maior. Depois, lá na frente, ninguém vai conseguir deter – disse o treinador alvinegro, após a derrota por 2 a 1 para a Ponte Preta, no último domingo, no Moisés Lucarelli, pelo Paulistão.

O técnico alvinegro chegou a dizer que prefere ‘enfrentar os torcedores’, no sentido de não ceder aos desejos de quem pratica a violência para intimidar. Para ele, a luta só será possível se todos os segmentos que fazem parte do futebol colaborarem, incluindo autoridades públicas de segurança, neste caso.

– Nós (Corinthians) somos apenas um segmento. Não se muda com um segmento só. Todos têm a noção clara de que isso não pode continuar. Tem de tratar a questão com cada orgão – afirmou.

– Torcedor pode vaiar, protestar, pode fazer protesto como cidadão, mas tem um limite. Se todo mundo se julgar no direito de ir além, vai ficar muito ruim para o futebol que nós gostamos e temos de cuidar – completou.

No domingo, enquanto o Corinthians enfrentava a Ponte em Campinas, Palmeiras e São Paulo duelaram no Pacaembu. Gilson Kleina e Muricy Ramalho também comentaram sobre o episódio com os corintianos.

– É um retrato do país, não só do futebol. Tem duas coisas graves no nosso páis: impunidade e corrupção. Não respeitamos mais autoridade e a gente não percebe que tem movimento para mudar isso. Violência é parte da nossa sociedade, e parece que está tudo bem para o pessoal lá de cima. É uma preocupação enorme. O pessoal tem de cobrar mais a autoridade, mas isso não é do futebol, é da nossa sociedade. Está muito violenta, ninguém respeita mais ninguém. Quando a gente tem um exemplo ruim lá de cima, é ruim. Tem de andar com carro blindado, daqui a pouco com carro de guerra. Alguma coisa tem de ser feita, não sei se vai parar, mas alguma coisa séria tem de ser feita. Até acontecer alguma barbaridade. O pessoal do Bom Senso FC está tomando atitudes – disse o treinador são-paulino.

O treinador do Palmeiras, Gilson Kleina, também fez um apelo contra a violência.

– Meu receio é que o esporte perca para a violência. Sabemos da importância de dirigir uma potência como o Palmeiras, mas a violência nao eh, nem nunca vai ser o caminho. Existem pessoas responsáveis. Como foi cobrado naquela época (protesto violento contra jogadores em um aeroporto), queremos fazer de tudo, como fizemos até hoje, deixar a torcida alegre pelo espírito de luta… Se não acontecer o resultado, não é o caminho a violência. No país do futebol, às vésperas da Copa do Mundo, e a gente ainda coloca este tipo de manifestação. Não posso concordar. Treinador e jogar também são pais de família e fazem o melhor, mas às vezes não dá certo. Isso não pode levar a uma tragédia. Temos de pensar e refletir, mas tem de se tomar uma medida. Não vou compactuar nunca com a violência – ressaltou o palmeirense.

Fonte: Lancenet