Herói máximo do título mundial de 2012, Paolo Guerrero tem os gols decisivos como um marco de sua história com a camisa do Corinthians. Nesta quarta-feira em especial, diante do Guaraní-PAR, o faro de artilheiro do peruano precisa estar aguçado. A equipe corintiana precisa de virada por três gols para passar às quartas de final da Copa Libertadores em Itaquera.
Pelos pés de Guerrero, podem se decidir mais coisas do que apenas o desejo corintiano por mais um título continental. A eliminação precoce na Copa Libertadores certamente significaria uma redução orçamentária para o segundo semestre, a necessidade de se trabalhar com um elenco mais enxuto para o Campeonato Brasileiro e, naturalmente, saídas importantes. Possivelmente, até do próprio peruano.
Guerrero pede, neste momento, cerca de R$ 20 milhões em luvas para um contrato de três temporadas, já que o vínculo atual acaba em dois meses. Em crise financeira e atrasos nos direitos de imagem que chegam a sete meses, o Corinthians hoje já não tem condições de pagar esse valor, mesmo com o sonho de jogar novamente o Mundial de Clubes.
Sem a Libertadores como perspectiva, a realidade para os meses restantes seria muito mais difícil. Paolo só poderia permanecer se topasse valores muito mais modestos. Os últimos movimentos do estafe do peruano mostram que ele não está inclinado nessa direção.
Em seus primeiros atos de mandato, o presidente Roberto de Andrade definiu que os cortes em departamentos seriam de até um terço das despesas. No futebol corintiano, que sente os efeitos da crise, a renovação de Emerson Sheik também é improvável em caso de eliminação. Ele possui, atualmente, o principal salário do elenco, mas também fica sem contrato em julho. Nesta noite, Sheik não joga por suspensão imposta pela Conmebol.
Por outro lado, além de cortar gastos, o Corinthians também passaria a uma realidade ainda mais urgente em relação a receitas. Como possui 90% dos direitos econômicos do zagueiro Gil, o clube há meses vislumbra na negociação do defensor a possibilidade grande de fazer caixa. Existe espécie de acordo entre a diretoria corintiana e o agente Carlos Leite para que ele seja vendido. O ponto, entretanto, é que Gil ainda não mostrou disposição em sair.
Questionado se de fato haveria cortes no orçamento em caso de eliminação, Roberto de Andrade evitou dar qualquer margem para comentários às vésperas de um jogo fundamental. O presidente corintiano negou a chance de cortes no elenco e, otimista, afirmou que novos jogadores podem chegar em caso de classificação às quartas de final. A bola está com Paolo Guerrero.
Fonte: UOL