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Movimento que tenta ‘derrubar’ Milton Neves, faz carta aberta em repúdio ao jornalista

Danilo Vieira Andrade

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A Rádio Resistência, página no Facebook que lidera o movimento para ‘boicotar’ o jornalista Milton Neves, soltou uma nota oficial esclarecendo alguns pontos importantes da questão.

Segundo a publicação, a ação é feita por pessoas que não são ligadas diretamente ao clube, logo, sem interesses políticos.

CONFIRA ABAIXO A NOTA OFICIAL:

Os grupos Democracia Corinthiana e Barbearia Battaglia, assim como a Rádio Resistência, vêm a público esclarecer suas ações na campanha de boicote às marcas que patrocinam o elemento Milton Neves.
1) A luta da Fiel Torcida não tem dono, chefe ou proprietário. O SCCP é alvo de bárbaras agressões da elite bandeirante e seus veículos de comunicação desde 1910. Em 1913, “O Imparcial” já pedia a dissolução do time e a divisão dos craques alvinegros entre as equipes da gente quatrocentona. Foi o povo, e somente o povo, quem defendeu nosso direito à existência.
2) Em anos recentes, o Corinthians é alvo preferencial de alguns veículos de comunicação, particularmente o UOL/Folha. Trata-se da empresa jornalística que mais serviu ao regime militar e aos aparatos de repressão. Para a Folha, o Corinthians é poderoso representante dos interesses populares, de tal modo que deve ser diuturnamente combatido e criminalizado.
3) Todos os dias, o combinado UOL/Folha tenta atirar o Corinthians na vala do crime. Ganhará manchete aquele atleta que, supostamente envolvido em ilícito, registrar passagem pelo Corinthians, mesmo que de forma fugaz. É o caso clássico dos jogadores Piá e Johnny Herrera.
4) Entre os cronistas esportivos, o anticorinthianismo se destaca nas imprecações televisivas e radiofônicas do elemento Milton Neves, publicitário conhecido por escarrar na ética jornalística e por semear a discórdia no ambiente do futebol.
5) A invenção do chamado “apito amigo” tem como objetivo fortalecer a ideia de que o SCCP é uma instituição desprovida de virtude moral, dedicada a obter triunfos por meio de fraude e corrupção. A campanha de Milton Neves se pavimenta, pois, na falsidade, em golpes que combinam calúnia, injúria e difamação.
6) Muitos torcedores são iludidos pelo referido elemento, que mistura suas imputações impróprias a piadas e pantomimas de gosto duvidoso. Enxergam-no como inofensivo. Ledo engano. Essa conduta circense não elimina o caráter perverso e destrutivo de suas invectivas.
7) A atitude desprezível do referido elemento resulta em grave dano à imagem do Corinthians e também dos corinthianos. Se uma mentira é dita mil vezes, como sabiam os propagandistas de Hitler, converte-se em verdade na consciência coletiva. Ao difamar o SCCP, Milton Neves reduz moralmente todos os corinthianos.
8) Do ponto de vista esportivo, a ação funesta deste elemento contribui para que, aqui e ali, árbitros atuem com rigor seletivo contra a esquadra mosqueteira.
9) O boicote às marcas patrocinadoras de Milton Neves é ação legítima, legal e necessária, posto que toda publicidade tem como hipoteca o respeito à verdade, à lei e a submissão aos preceitos consagrados da ética nas relações sociais.
10) O boicote tem como origem a insurgência dos camponeses irlandeses contra o agente de terras britânico Charles Boycott, elemento perverso, mesquinho, cuja gestão de propriedades levou inúmeras famílias à miséria e à fome.
11) Os trabalhadores decidiram, então, recusar-lhe a mão de obra. Decidiram também que os vizinhos não lhe falariam, que as lojas não lhe serviriam e que, na Igreja, não lhe dirigiriam a palavra nem dele se aproximariam. Sentindo a pressão, Boycott deixou a Irlanda em 1880. Vitória do bem e da justiça.
12) Desde essa época, o boicote é uma forma largamente difundida de luta não-violenta. Inspirou Mahatma Gandhi, na Índia, e Martin Luther King, Jr., na pugna histórica pelos direitos civis, nos Estados Unidos.
13) Em tempos recentes, inúmeras empresas foram questionadas em suas ações por meio de boicotes. Por conta de questões ambientais, sociais ou trabalhistas, empresas como Zara, Nestlé, Mitsubishi e Kimberly-Clark foram alvo de ações de resistência cidadã. Todas elas tiveram de se retratar e de mudar procedimentos.
14) Não, não é verdade que qualquer citação massiva se converta em boa propaganda. Boicotes geram publicidade negativa e, efetivamente, reduzem o consumo de produtos e serviços das marcas-alvo, como atestam os estudos da conceituada Ethical Consumer. A redes sociais são canais poderosos na luta dos cidadãos contra empresas, governos e pessoas que desrespeitam os códigos da ética e atentam contra os direitos coletivos.
15) As campanhas contra os programas esportivos da Rede Bandeirantes foram iniciadas há dez anos, como ações de grupos organizados na extinta rede social Orkut. Surtiram o efeito desejado e foram reproduzidas em outras ocasiões. Sem líderes, os corinthianos se organizaram, por exemplo, para rebater o DVD produzido pelo Internacional, em 2009. E, simultaneamente, atuaram para rebater a sórdida campanha de setores da imprensa contra o clube de Parque São Jorge.
16) A atual campanha de boicote contra as marcas que patrocinam o elemento Milton Neves tem origem em uma resposta coletiva, sem liderança formal, contra a criminalização do Corinthians nos episódios vinculados a erros de arbitragem no Campeonato Brasileiro de 2015.
17) A Democracia Corinthiana, a Barbearia Battaglia e a Rádio Resistência atuam solidária e autonomamente na campanha, buscando apoio às ações populares que visem a combater a indignação seletiva e o processo de desqualificação do Time do Povo.
18) Nenhum dos três grupos está associado a qualquer cartola do Sport Club Corinthians Paulista, tampouco serve a qualquer empresário do esporte ou qualquer empresa ou organização política.
19) Não existe na campanha qualquer interesse na obtenção de recursos ou privilégios de qualquer natureza, seja pecuniário ou representado pela suposta conquista de vantagem econômica ou comercial.
20) Informamos que seguimos na luta justa e legal contra os canais de comunicação que desrespeitam os cânones da ética e da justiça. Não vamos retroceder porque o retrocesso não se afigura como opção. Este é o time do povo, e por ele será defendido.