POR: Hélio Nozaki
Tradicionalmente, jogar fora de casa na Libertadores é tenso e difícil.
Como não poderia ser diferente, o Corinthians enfrentou, além do aguerrido time do Nacional, todos os clichês possíveis dentro do futebol: pressão da torcida, papel picado, arbitragem que deixa a bola rolar, confusão, cartões e um frio de rachar.
O empate, mesmo sem gols, foi um ótimo resultado.
Em todos os jogos na casa do adversário desta edição da Libertadores, o Corinthians encontrou enormes dificuldades. Seja na estreia num campo duro no deserto contra o Cobresal, no Paraguai contra o Cerro Porteño quando perdeu a cabeça e o jogo ou contra a boa equipe do Santa Fé que engrossou o jogo que acabou empatado.
Puxe pela memória, Emelec x Corinthians 2012 (0 x 0), Boca x Corinthians 2013 (1 x 0) e Guarani x Corinthians 2015 (2 x 0). Todos pelas oitavas de final. Todos jogos duríssimos.
O Corinthians entrou em campo sem Giovanni Augusto machucado e sem Guilherme, substituído por Rodriguinho. Alan Mineiro também ganhou mais uma chance no meio de campo.
O jogo foi muito pegado, com muita marcação de ambos os lados durante os 90 minutos. Pouquíssimas chances de gols e muita disputa de bola.
Tecnicamente, o Corinthians não conseguiu impor seu estilo de jogo de toque de bola e triangulações e teve muitas dificuldades para encontrar espaços na defesa adversária.
Alan Mineiro foi muito mal defensivamente, deixando espaços no lado direito e no ataque, quase sempre tomou as decisões mais equivocadas. Lucca, preso na ponta esquerda, pouco apareceu, e Rodriguinho no primeiro tempo foi um dos poucos que buscou mais o jogo. Elias também não conseguiu ser o elemento surpresa que costuma resolver quando o jogo não oferece possibilidades. Por fim, Uendel e Fagner se preocuparam muito com os avanços dos laterais e atacantes e pouco desempenharam ofensivamente.
Por outro lado, o Nacional marcava incessantemente e baseou seu jogo no primeiro tempo em retomar a bola com transições ofensivas rápidas sobretudo nas costas de Fagner e Alan Mineiro, obrigando os zagueiros a saírem da área para fazer a cobertura. No segundo tempo, abusou dos ‘chutões’ e bolas longas, se aproveitando da vantagem que tinha nas “segundas bolas” no meio de campo.
Deixo a pergunta: Alan Mineiro merece estar entre os titulares do Corinthians?