Leão e Casagrande conversaram no domingo |
Existe uma polêmica envolvendo a famosa Democracia Corinthiana, movimento que aconteceu dentro do Corinthians na década de 1980 e que revolucionou o modo de ver e pensar futebol no Brasil. Na época, Sócrates e Casagrande eram os líderes do movimento onde jogadores tinham voz ativa dentro do clube e decidiam muitas coisas do dia-a-dia da equipe. Leão, goleiro alvinegro naquele período, nunca concordou com as atitudes dos líderes daquela equipe.
Uma espécia de ‘lavação de roupa suja’ foi criada no último final de semana. Na edição de domingo do programa Esporte Espetacular, da TV Globo, Casagrande entrevistou Leão e abordou o tema. O treinador falou sobre sua posição.
“Era uma democracia que poucos ditavam regras, e muitos obedeciam. Então partia daí, que não era uma democracia, era uma condução. Existiam os comandantes da democracia, tinha o Magrão (Sócrates), você e Wladimir vinha no bojo de tudo isso, então formavam aqueles quatro ou cinco que comandavam, e os outros ficavam quietos (…)”, disse Leão.
Casagrande respondeu de maneira amistosa. Para o comentarista da Rede Globo, alguns jogadores daquele elenco, incluindo Leão, não tinham interesse pelo assunto.
“Eu acho que tudo funcionava democraticamente bem. Eu respeito a sua visão, mas a minha é assim: sobre os jogadores que não participavam do comando. Eu não vejo que eles não participavam do comando, eu vejo que eles não se interessavam pelo negócio”, lembrou Casagrande.
“Então poucas pessoas se interessavam e aí surgiu assim, pô, esses caras comandam. Eu acho que tinha uma liderança, o Adílson Monteiro Alves era o líder, porque foi ele que idealizou”, completou o comentarista.
O próprio Leão, na sequência da entrevista, revelou que realmente não ligava para o assunto. O ex-goleiro afirmou que a preocupação era jogar bola naquela época.
“Essa democracia é um ato político e eu nunca me preocupei nada com isso, com ditadura, com político. Eu me preocupava em crescer profissionalmente, formar uma família e através disso me definir como cidadão”, argumentou Leão, que por fim falou das discussões naquele elenco. “Nunca teve, nunca discuti com ninguém. Só um dia que o Sócrates me falou assim: ‘Não Leão, você é um reacionário’. Lembra que eu falei para ele assim: ‘Você sabe a tradução do que você está falando’. Então quebrou um possível entrosamento futuro. Talvez aquele dia em vez de aproximar, separou. Eu já passei por muitos times, mas a minha passagem pelo Corinthians me marcou bastante, eu acho que pela luta né”, finalizou.