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Teófilo Gutiérrez: ‘A ideia de jogar em um grande clube do Brasil me encanta’

Danilo Vieira Andrade

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Em época de escassez de artilheiros, uma boa notícia aos clubes brasileiros: Teófilo Gutiérrez namora a ideia de trocar o River Plate por algum grande daqui. E o atacante em questão não é qualquer um. Gutiérrez foi eleito o melhor jogador das Américas em 2014, disputou as duas últimas Copas do Mundo pela Colômbia, é o principal astro do River Plate, semifinalista da Libertadores deste ano… “Se Deus permitir, certamente irei (para o Brasil)”, revela o colombiano, em entrevista exclusiva por telefone, na última sexta, de Buenos Aires. Cogitado por Corinthians, São Paulo e Grêmio, ele se declara apaixonado pelo Brasil, revela admiração por Ronaldo, fala sobre a campanha de superação do River na Libertadores, as perspectivas de sua seleção na Copa América…

BLOG_ Seu nome foi cogitado, nos últimos dias, no Corinthians, no São Paulo e no Grêmio. Qual a sensação de ser especulado no Brasil?
TEÓFILO GUTIÉRREZ_ É ótimo, porque o Brasil é o país do futebol. Deu para perceber, no ano passado, durante a Copa do Mundo, que todos respiram futebol. Sem contar que se trata de um país lindo.

Mas você considera a possibilidade de jogar aqui?
Com certeza. A ideia de poder jogar em um grande clube brasileiro, assim como é o River Plate, me encanta. Se Deus permitir, certamente irei.

Então, as torcidas de Corinthians e São Paulo podem ter alguma esperança?
Eu já estive na cidade de São Paulo. Uma grande cidade, com clima ótimo, na qual os torcedores me trataram bem. Por que não?

Você chegou a dizer que o Corinthians era o favorito a ganhar a Libertadores deste ano.
Falei, porque, pelo que vi, é uma equipe com ótimos jogadores, experientes, além de um excelente técnico. E eu não fui o único a apontar o Corinthians como favorito nas primeiras rodadas. Só que, nos jogos eliminatórios, tudo pode acontecer. Infelizmente, eles perderam do Guaraní, fora de casa, e não conseguiram reverter na partida como mandante.

Quem são seus representantes na negociação com os clubes brasileiros?
O meu advogado, Alberto Fochi Moreno, e o empresário Luis Alberto Azerrad.

Seu contrato com o River termina em junho do ano que vem. Como está a situação?
Estou contente no clube, até porque a torcida gosta de mim e foram dois anos com títulos (Sul-Americana, no ano passado, e Recopa, em fevereiro).

Na Copa, você jogou no Mineirão, no Mané Garrincha, na Arena Pantanal, no Maracanã e no Castelão. O que achou dos estádios brasileiros?
São impressionantes, como devem ser os estádios de uma Copa do Mundo.

Você já foi fã de algum jogador brasileiro?
Do Ronaldo, o gordo. Ele era fenomenal e fazia coisas que ninguém acreditava. Serviu de inspiração para qualquer atacante no mundo.

Depois de sair da Colômbia, você já jogou, na Turquia, no México e na Argentina. Fez amizade com brasileiros?
Muitos. Só não me peça nome, porque não falarei, com medo de me esquecer de alguém.

A Colômbia vai reencontrar o Brasil no Grupo C da Copa América. Ficou um gostinho de revanche para vocês depois da derrota nas quartas de final do último Mundial?
Foram circunstâncias. O Brasil tem uma seleção sensacional e, jogando em casa, era favorito. Mas, agora, é outro campeonato e iremos mais fortes, com jogadores que não estiveram na Copa do Mundo.

Então, vocês vão brigar para ser campeões no Chile?
Temos de pensar jogo a jogo. O primeiro objetivo é passar de fase (além do Brasil, a chave conta com Peru e Venezuela). Entendo que Brasil e Argentina são sempre favoritos, só que, se a nossa seleção estiver bem concentrada e as individualidades funcionarem, dá para chegar longe, sim.

Qual o segredo do River Plate, que se classificou com a pior campanha da fase de grupos da Copa Libertadores e está entre os semifinalistas?
Realmente, não começamos muito bem a temporada, mas a equipe do River Plate tem vários bons jogadores e foi evoluindo com o passar dos jogos.

Depois de perder para o Cruzeiro no Monumental de Nuñez, você se surpreendeu com a vitória por 3 a 0 no Mineirão, na quarta-feira passada?
Foi um grande triunfo, diante de um excelente adversário. É sempre difícil jogar contra as equipes brasileiras, mas tivemos uma noite praticamente perfeita. Foi uma partida incrível de todos nós. E eu ainda dei sorte de marcar um golaço.

Está entre os mais bonitos que você já fez?
Com certeza. O domínio da bola não era dos mais fáceis, ainda consegui passar pelo zagueiro (Bruno Rodrigo) e finalizei bem contra um ótimo goleiro, que é o Fábio. Foi ótimo.

Restaram Internacional, Tigres e Guaraní. Dá para dizer que o River virou favorito ao título da Libertadores?
Nós vamos brigar por ele, até porque um clube da grandeza do River tem sempre de pensar em títulos. Estamos capacitados, só que todos os adversários também são bons.

Na caminhada até a semifinal, vocês enfrentaram aquele drama contra o Boca Juniors, quando torcedores jogaram gás de pimenta nos seus companheiros. Onde você estava na hora da confusão e como viu toda a situação?
Como eu estava suspenso, fiquei no vestiário. E foi assustador, também para mim. Tudo o que vivemos naquele dia foi bastante triste para a história do futebol. Sem contar que não é o exemplo que o esporte tem de passar para os torcedores. Que bom que houve a punição (o Boca acabou sendo eliminado do torneio), para que isso não ocorra em lugar algum.

Fonte: Jorge Nicola