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Símbolo de raça no Besiktas, Ramon ganha apelido da torcida: #crazyMotta

Danilo Vieira Andrade

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Muitos brasileiros ficaram marcados na Europa por apresentações de gala, prêmios individuais e repertório vasto de dribles. A história é diferente no caso do lateral-esquerdo Ramon Motta, de 26 anos, que em pouco tempo caiu nas graças da torcida do Besiktas, da Turquia, pela raça e entrega logo na chegada ao país. Em entrevista por telefone ao GloboEsporte.com, o camisa 31, com muito bom humor, explicou o carinhoso reconhecimento dos torcedores, que através das redes sociais começaram a adotar o apelido “#crazyMotta para se referir ao brasileiro.

– Começou quando eu cheguei, é a primeira vez que jogo fora do Brasil. Me disseram que o futebol turco era muito forte, muito pegado, é um pouco do estilo do meu jogo, um jogo de raça, de entrega. Eu fiquei com isso na cabeça. Logo o primeiro jogo foi contra uma equipe que não é derby, mas por um histórico entre as torcidas, de briga entre eles, virou um derby, um campeonato a parte. E nesse jogo sei lá o que aconteceu, eu estava louco (risos). Aquela coisa de estreia, ansiedade, querer mostrar serviço, eu acabei exagerando um pouco na dose de vontade. Não fui expulso nem nada, mas tomei cartão cedo e acabei discutindo com três, quatro jogadores da outra equipe. A torcida começou a me chamar de maluco, “Ramon maluco”. Até que um dia me marcaram em uma foto em uma rede social e com a #crazymotta. Ali eu comecei a usar e começou a pegar. Hoje em dia quem me vê na rua fala “Motta, Motta, foto”. Como eu uso bastante a rede social eles marcam e colocam #crazymotta. Acabou pegando. É um maluco, mas um maluco do bem (risos) – contou Ramon, que tem contrato com o clube turco até o fim da próxima temporada, com a possibilidade de renovação automática no terceiro ano.

Com passagens por grandes clubes do Brasil e xodó dos fãs do Besiktas, Ramon não esconde ser torcedor do Flamengo, mas revela um carinho pelos torcedores do Vasco da Gama pelo apoio no início da carreira. Porém, a torcida que mais impressionou o lateral foi a do Corinthians.

– Vamos ver se entendem meu pensamento. Eu sou flamenguista, já falei isso, não escondo isso de ninguém, até porque não interfere em nada caso eu volte a jogar no Brasil e volte a jogar num time do Rio, como joguei no Vasco. A torcida do Vasco foi a que mais me apoiou aí no Brasil. É até engraçado, foi a que mais me apoiou e eu reconheço isso, sei como foi importante para o começo da minha carreira. Mas a torcida do Corinthians, para mim, dos clubes que eu joguei, foi a que mais me impressionou em termos de motivação. Claro que eu peguei o Corinthians numa fase muito boa. Fomos campeões do Brasileiro, campeões da Libertadores, é claro que a fase ajudava, mas é uma torcida que eu gostei, tem meu respeito e sempre terá, pelo fanatismo que tem e pela maneira como canta dentro do estádio.

O Besiktas é líder do Campeonato Turco e decide, nesta quinta-feira, a vaga para as quartas de final da Liga Europa, contra o Club Brugge, da Bélgica – na partida de ida, vitória dos belgas, em casa, por 2 a 1. Ramon destaca que o objetivo é levanta a taça da liga nacional, mas admite que a classificação contra o Liverpool deu forças ao time na competição europeia.

– A prioridade, na verdade, é, desde o início da temporada, o Campeonato Turco. A última vez que o nosso time ganhou o campeonato foi na temporada 2008/2009, então a torcida está cobrando muito isso. A gente entrou na Liga Europa num grupo de um nível médio e passamos, classificamos em primeiro e pelo sorteio pegamos o Liverpool. Claro que o Liverpool era favorito, vindo da Champions League, com elenco estrelado que tem, mas nós conseguirmos elimina-los. Então a atenção voltou toda para a gente. Vimos que temos condições, que podemos chegar longe dentro da competição. E estamos vivendo esse sonho. Aqui pela Turquia começou uma campanha “Nós temos um sonho”, que é de chegar a Varsóvia, onde vai ser a final da Liga Europa. Estamos brigando pelos dois (títulos), somos líderes do Campeonato Turco faltando nove rodadas. Temos jogo nesta quinta-feira, perdemos de 2 a 1 na Bélgica, contra o Burgge, mas aqui em casa, com o apoio da torcida, vai ser uma pressão muito grande e creio que a gente vai conseguir a classificação e ir adiante na Liga Europa.

Fonte: Globo Esporte