Em 2013, o melhor presente de fim de ano que Renato Augusto poderia receber veio do fisioterapeuta Bruno Mazziotti. “Você não vai se machucar ano que vem”, avisou. Agora, a cada partida jogada pelo Corinthians, Bruno ouve de Renato. “Só faltam quatro”, falou depois de vencer o Bahia no domingo.
Essa, sem dúvida, uma ocasião especial para eles se lembrarem do pacto firmado em dezembro do ano passado. Afinal, livre das lesões, Renato Augusto resolveu para o Corinthians com uma cabeçada perfeita, aos 38min do segundo tempo. O lance valeu a vitória por 2 a 1.
Para Mazziotti, tudo isso só foi possível graças ao tratamento especial feito com Renato Augusto em 2014. Em nenhuma de suas quatro temporadas e meia na Alemanha, tampouco pelo Corinthians desde 2013, ele conseguiu fazer 40 jogos. Se atuar mais duas vezes nesse ano, Renato quebrará um recorde pessoal.
Mazzioti, fisioterapeuta, compara seu trabalho com Renato Augusto como de engenheiro da F-1 | Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians |
“Eu sempre dou como exemplo o carro de Fórmula 1. É um trabalho de engenharia, de biomecânica. Tive que me debruçar nas avaliações dele para traçar uma pré-temporada”, explica Mazziotti, no Corinthians desde a chegada de Ronaldo, em 2009.
O processo a que Renato foi submetido tem três estágios. O fisioterapeuta divide: “primeiro realinhar o corpo. Alinhar os eixos, balancear, dar um dinamismo maior à máquina”, explica, como o carro de F-1. Em segundo, “estabilização, maturação, controlamos a mobilidade dele e garantimos força”, conta. Por fim, manutenção. “Monitoramos semanalmente as avaliações para ver a necessidade do trabalho. Ou foco em recuperação, ou em força explosiva.
Na prática, isso significa que Renato Augusto precisa chegar mais cedo a todos os treinamentos para aprimorar o corpo. Ao fim das atividades, continua o trabalho para acelerar a recuperação. Bruno Mazziotti se sente um engenheiro de Fórmula 1. “O carro sempre precisa de uma revisão para a prova de domingo. O Renato é a mesma coisa”, explica.
O trabalho que faz Renato Augusto fugir das lesões também só foi possível graças à criação do Laboratório R9, especializado na prevenção de contusões desde 2011. Foi lá que o mapeamento de jogadores como Paulo André, Alexandre Pato e Renato Augusto foi realizado de forma bem sucedida.
“O título para nós da retaguarda é ver o resultado do trabalho. A recuperação do Renato é um orgulho para toda a comissão. Vemos o atleta feliz e tirando seus fantasmas”, contou Bruno Mazziotti, a quatro jogos do fim do Brasileiro.
Fonte: UOL