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Com a velocidade com que emergiu no futebol pelo Avaí, o goleiro Renan caiu no ostracismo pelo Corinthians. Após grandes atuações pelo Leão da Ilha no início de 2011, ele foi disputado por vários times e optou por assinar um longo contrato com o Timão, no qual atuou por apenas quatro partidas pelo Brasileirão daquele ano e, depois disso, nunca mais foi utilizado.
Após cinco empréstimos, Renan foi cedido ao Bragantino para disputar a Série B do Campeonato Brasileiro. Mas será pela Copa do Brasil que o arqueiro terá a chance de redenção. Na terceira fase do torneio, o Braga encara o São Paulo, rival que traz boas recordações em mata-matas ao jogador. Pelo Avaí, o goleiro de 24 anos foi um dos destaques quando o Leão eliminou o Tricolor Paulista, em 2011. No jogo de ida, 1 a 0 para o São Paulo, placar que só não foi maior devido ao jovem goleiro (veja as defesas no vídeo abaixo). Na volta, 3 a 1 para o Avaí e passaporte carimbado às semifinais.
À época, Renan tinha 21 anos e era conhecido por ter sido convocado para a Seleção mesmo com apenas 14 jogos como profissional. Mas devido às boas atuações contra o São Paulo, o assédio em cima do jovem goleiro cresceu, e os rumores começaram a aparecer. O Corinthians levou a melhor sobre os concorrentes, incluindo o português Benfica e o próprio São Paulo, e adquiriu o goleiro para assumir uma posição carente no elenco, já que o titular Julio César era contestado.
– Tomara (ser o carrasco do São Paulo de novo). Mas tomara que não precise chegar tanta bola como chegou na época (do Avaí). Que possamos fazer um bom jogo. Sabemos que o São Paulo tem grandes estrelas, um bom elenco, mas nós também temos qualidade. O São Paulo sempre está um passo à frente por se tratar de um clube grande, mas nós temos qualidade de chegar e jogar de igual para igual – disse o goleiro.
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| Renan, durante treino do Bragantino. Expectativa de dar a volta por cima (Foto: Filipe Rodrigues) |
A esperança do goleiro é de reviver um passado agradável ao encarar o São Paulo. E que um bom resultado ajude o jogador a esquecer outro passado. Este, mais sofrido.
FALHAS NO CORINTHIANS
Renan chegou ao Corinthians com 21 anos e, logo em sua estreia, na 11ª rodada do Brasileirão, começou a ser contestado. Adiantado, levou um gol de Wallyson, do Cruzeiro, e o Timão perdeu a invencibilidade no campeonato. Três rodadas depois, o time venceu o América-MG por 2 a 1, e o gol dos mineiros veio depois que Renan saiu mal em uma bola aérea. Foi a última chance no Corinthians. Passados três anos, Renan nega ter falhado contra o Cruzeiro, por dizer que seguia orientação do então técnico Tite.
– Tive uma falha só. Foi contra o América-MG, quando ganhamos por 2 a 1 no Pacaembu. Contra o Cruzeiro, falei com vários ex-goleiros, como o Ronaldo. Acho que foi mérito do Wallyson. Fiquei onde o professor Tite, excelente treinador e excelente pessoa, pedia. Acho que não era meu momento. Talvez, se tivesse uma sequência maior, seria diferente. Mas é passado. Temos que aprender com acertos e erros. Como a gente surgiu, pode surgir novamente. Sou muito novo – disse o goleiro, que estreou pelo Bragantino exatamente contra o América-MG. Na ocasião, o Coelho levou a melhor: 2 a 0, no Nabizão.
Mas como Renan foi muito assediado após suas atuações de 2011, o Timão assinou um longo contrato, com cinco anos de duração, para superar os concorrentes. Por isso, após as falhas, Renan começou a rodar. Foi emprestado ao Vitória e ao português Setúbal, além de Guarani e Botafogo-SP. Três anos após os erros, o arqueiro ainda sonha voltar à Seleção e acredita que Bragança Paulista é o lugar ideal para reescrever sua carreira.
– Foi um período da minha vida em que perdi muito. Mas a gente precisa levar tombos para amadurecer. Tenho que me apegar a Deus, pensar o que fiz no passado. Não quer dizer viver (o passado), mas sim tirar coisas boas. Quero jogar e voltar ao cenário nacional. Sou uma pessoa que pensa grande, pensa em Seleção – diz.
TRANQUILIDADE EM BRAGANÇA
O Bragantino passou por uma reformulação em seu quadro de goleiros após o Campeonato Paulista. O titular Leandro Santos e os reservas Guilherme Pegorari e Rafael Defendi deixaram o clube. Como peças de reposição, chegaram Renan e Marcelo Henrique, do Comercial. Desde que chegou, Renan é titular absoluto. O contrato de empréstimo é válido até maio de 2015.
Nos treinos do Bragantino, o goleiro é quem tem a maior carga. Primeiro, um aquecimento para depois participar da atividade com os demais atletas. Depois que o rachão e o coletivo acabam, os arqueiros ainda voltam para complementar o trabalho. Renan afirma que isso é exatamente o que procurava para voltar a ser apontado entre os melhores da posição.
– É bom pegar um treinador de nível como o Serginho. Você tem de trabalhar. Goleiro nada mais é do que repetição e trabalho. Ainda quero buscar meus objetivos. Às vezes, é bom levar um tapa na cara que você cresce mais rápido. É falar pouco e trabalhar bastante que as coisas acontecem naturalmente – diz.
Na busca por redenção, Renan afirma que está no lugar certo. Considera Bragança Paulista uma cidade tranquila, onde terá calma para voltar a atuar. Atualmente, mora com sua mulher e o filho, de um ano e oito meses.
– Fora de campo, sempre fui uma pessoa de família. Morei em São Paulo por três anos, nunca fui em balada. Fora de campo, sou tranquilo. Gosto de ir para Itapema visitar minha mãe. Agora, é agarrar a oportunidade quando ela aparecer. Quero treinar ao máximo para aproveitar as chances e tornar o Bragantino melhor do que ele já é – afirma.
Fonte: Globo Esporte
