Mano Menezes tem voz ativa na reformulação do Corinthians, que terá mudanças até o Brasileirão | Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians |
A eliminação precoce no Campeonato Paulista acendeu o sinal vermelho no Corinthians. Somado ao mau segundo semestre de 2013, o começo de ano trepidante deixou claro que há trabalho a ser feito no Parque São Jorge para atingir o principal objetivo, de voltar à Libertadores. A busca por reforços será intensificada, e haverá mudanças.
A queda no estadual não foi uma surpresa completa: após a goleada sofrida contra o Santos, na quarta rodada, Mano Menezes se reuniu com a diretoria, e a conclusão foi de que a reformulação da equipe precisaria ser acelerada. Ambas as partes reconheceram que o Paulistão poderia ser o preço a pagar, apesar de considerarem remota a possibilidade de sair na primeira fase.
A pressa, agora, é maior do que nunca. O clube deverá, até o início do Brasileirão, ter caras novas para as laterais, para a defesa, e para o ataque. Há, entretanto, alguns obstáculos – o principal deles, financeiro.
O Corinthians, pelo planejamento traçado para 2014, ainda tem cerca de R$ 4 milhões para gastar em contratações. Valores acima disso, só em casos excepcionais, de acordo com a própria diretoria.
‘Estamos falando de Corinthians o maior clube do Brasil, então é lógico que sempre está atento às oportunidades que possam aparecer. Mas também estamos atentos ao que estabelece nosso orçamenso, é preciso ter a cabeça no lugar’ afirma o diretor financeiro Raul Corrêa da Silva.
Dentro dessa realidade, contratações bombásticas só ocorrem com a ajuda de algum investidor. As alternativas para abrir espaço no orçamento e trazer nomes de peso são duas: reduzir a folha salarial com a saída de jogadores – algo que já vem sendo feito – e encontrar novas fontes de receita.
Entre entradas e saídas, a diretoria alvinegra,hoje, reduziu a folha salarial em mais de R$ 300 mil. O número pode diminuir nas próximas semanas: Emerson e Júlio César estão na lista de negociáveis, e, juntos, somam cerca de R$ 580 mil em salários. Os vencimentos, porém, são justamente o maior empecilho nas negociações com outros clubes. Diego Macedo está praticamente acertado com o Bahia, e no site da Confederação Brasileira de Futebol, já aparece como atleta Corinthians.
As novas receitas que podem aparecer viriam do patrocínio de omoplata e calção no uniforme. Negociar os espaços se tornou prioridade para Izael Sinem, diretor de marketing, e o novo gerente do setor, Alexandre Ferreira. Essas receitas, porém, já foram levadas em conta na elaboração do orçamento, por isso não devem ter um grande impacto no valor disponível para contratações.
Mesmo enquanto os problemas não são solucionados, o Corinthians corre atrás dos reforços para a disputa do Campeonato Brasileiro. Atualmente, Mano Menezes tem conversado com a diretoria sobre duas contratações: ambas seriam consideradas de peso e viriam de fora do Brasil.
‘São dois nomes que estão na minha lista desde a primeira reunião. Não sei se vão chegar, mas estavam na lista. Os negócios do futebol, hoje, você sabe como é. Jogador diferenciado, todos querem. Você abre uma negociação, e isso envolve muitas partes hoje’, diz o treinador.
O ataque, atualmente, é a maior preocupação de Mano. Com Guerrero e Emerson lesionados, o técnico reclamou da falta de opções no empate diante do Penapolense.
‘Precisamos ter uma qualificação de grupo. Domingo, por exemplo, a gente estava com uma dificuldade de atacantes no banco. Precisamos de um elenco qualificado, com jogadores preparados para entrar e não deixar o time cair de desempenho’ afirma.
Dentre as opções para o setor, está André, do Atlético-MG, com o qual existem conversas envolvendo uma possível troca por Emerson. No campo do interesse, os nomes de Wellington Nem e Nilmar vem à tona, ventilados desde o começo do ano – momento que coincide com a elaboração da lista do técnico corintiano.
Apesar das dificuldades, é uma certeza de que o elenco do Corinthians será diferente no Campeonato Brasileiro. O gerente de futebol Edu Gaspar, na reapresentação do grupo após a eliminação, garantiu que reforços virão. As saídas também irão acontecer: Mano e a diretoria estão convictos de que o sucesso do time na temporada depende profundamente da reformulação bem feita.
Fonte: UOL