Cleber tem apenas 22 anos (Fotos: Tom Dib/ LANCE!Press) |
– Sabe, painho, eu vou esperar o meu momento chegar.
Apesar da ansiedade para estrear pelo Corinthians, era isso o que Cleber vinha falando a seu pai, Jairo Santos, nas ligações telefônicas de Salvador (BA), quando era perguntado sobre a longa espera no banco.
Sem brechas de Gil e Paulo André, e com Tite apostando em Felipe como primeiro reserva, foi preciso que a dupla titular fosse suspensa em conjunto para que ele, herdeiro da camisa 3 de Chicão, pudesse estrear pelo seu novo clube. Escalado de início contra o Bahia, em Mogi Mirim, na quarta-feira, Cleber não só fez um grande jogo, como marcou na primeira chance.
– Uma das coisas que mais tenho é paciência. E valeu a pena. Tudo é feito no seu tempo. Pude esperar treinando, me adaptando ao esquema. Com a segurança dos meus companheiros, consegui uma boa atuação – disse ontem.
Virtude obtida pelo jogador após muitas pancadas. Literalmente.
Pois Cleber, até os 14 anos, tinha nas lutas a sua atividade paralela ao futebol. De acordo com seu pai, além da capoeira, o filho praticava boxe.
– Ele queria ser pugilista. Chegou a fazer por um tempo, mas graças a Deus partiu para o futebol. A mãe dele (Teresa) ficava doida, pois era só pancadaria, dava uma agonia só.
– Mas não chegou a ser profissional, disputava só torneio amador, em fundo de quintal. Estava na moda.
Esta época coincide com o auge da carreira do lutador Acelino Popó Freitas, baiano como o zagueiro, que completará 23 anos em dezembro.
Mas o caminho seguido por ele acabou sendo mesmo o da bola. Destaque da Ponte Preta no Paulistão deste ano, o atleta aguardou uma longa novela entre o Timão, a Macaca, seu agentes e investidores para poder acertar o contrato. Apresentado, aguardou dois meses para jogar.
Fatos que mostram seu lado paciente. Mesmo com um histórico de socos e uma postura de lutador:
– É um garoto calmo e esforçado. Merece ir longe – elogiou o pai.
Fonte: Lancenet