Chamados de assassinos, Tite elogia “cala-boca” de Pato a rivais

Danilo Vieira Andrade

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Alexandre Pato pede silêncio à torcida do São Paulo 
após converter pênalti polêmico
Foto: Djalma Vassão / Gazeta Press
Alexandre Pato marcou o gol da vitória por 2 a 1 do Corinthians sobre o São Paulo e, na hora de comemorar, fez um sinal de “cala-boca” à torcida tricolor, a qual era maioria entre os 20.930 torcedores presentes no Estádio do Morumbi. O atacante recebeu o cartão amarelo depois de levar o dedo indicador da mão direita à boca e teve o gesto elogiado pelo técnico Tite.
“O Pato fez o sinal que eu gostaria de ter feito. Ninguém tem o direito de nos chamar de assassinos. O gesto que ele fez foi meu também”, disse Tite.
O treinador se irritou com os gritos de “assassinos” oriundos das arquibancadas no Morumbi no momento em que o Corinthians entrou em campo. Tratava-se de uma menção à morte do jovem boliviano Kevin Espada, 14 anos, que foi atingido por um sinalizador que partiu da torcida corintiana durante o empate por 1 a 1 entre a equipe e o San José, pela Copa Libertadores da América. Esse jogo foi disputado em 20 de fevereiro no estádio Jesús Bermúdez, em Oruro, na Bolívia.
“O futebol é de paixão pelo clube e não de desrespeito ao profissional. A torcida, quando nós entramos, nos chamou de assassinos repetidas vezes. Isso vai acontecer mais vezes, mas nós vamos rebater. É democrático? Sim. Mas também é democrático mandar a torcida calar a boca”, afirmou Tite.
“Agora qualquer situação que traga prejuízo à segurança eu vou falar. Eu tomei cusparada e fui chamado de assassino em Bragança Paulista. Lá em Piracicaba, da mesma forma”, prosseguiu o treinador. O Corinthians empatou por 1 a 1 com o XV de Piracicaba em 20 de março, no Barão de Serra Negra, e empatou por 2 a 2 com o Bragantino em 24 de fevereiro, no Nabi Abi Chedid, sempre pelo Campeonato Estadual.
“Era o campeão da Libertadores contra o campeão da Sul-Americana. Teve muito respeito e lealdade dentro de campo, mas tenho que repudiar os gritos de assassino”, afirmou Tite, que criticou a fórmula do Paulista, com 19 rodadas disputadas na primeira fase, dizendo que isso “prejudica a média de público”.
“Fora que os times pensam muito na Libertadores”, completou o treinador, que classificou o jogo como “intenso” e admitiu que o São Paulo começou melhor. “O Paulinho ficou mais contido porque Jadson joga muito e está em um momento exuberante na carreira dele. Tinha que prender Ralf e Paulinho para isso”, explicou o comandante alvinegro. Ele atribuiu a melhora da equipe à modificação tática feita ainda no primeiro tempo, com “Danilo no lado esquerdo, Emerson agudo no lado direito e Romarinho móvel”.
“No segundo tempo melhoramos e criamos as melhores chances”, analisou. Questionado sobre a arbitragem que gerou polêmica de Leandro Bizzio Marinho, Tite reclamou de falta em Alessandro no lance do gol de Jadson, que abriu o placar da partida aos 5min do primeiro tempo. Quando à jogada que definiu o jogo aos 38min da segunda etapa, com o pênalti cometido por Rogério Ceni sobre Alexandre Pato, o técnico afirmou que “foi pênalti e o lance era para expulsão, essa é a minha opinião”.
Fonte: terra