Após autópsia, polícia boliviana indicia 12 corintianos por homicídio

Danilo Vieira Andrade

Google News Siga-nos no Google Notícias
 photo corpo_do_torcedor_boliviano_kevin_beltran_e_transportado_seky_zps094f949d.jpg
Corpo do torcedor boliviano Kevin 
Beltrán é transportado
Crédito: AP

A autópsia feita no corpo do torcedor boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada apontou que a morte foi causada pela ‘explosão de um artefato que não é vendido na Bolivia’, informou a polícia local, na noite desta quinta-feira.
De acordo com a perícia, sinalizadores apreendidos com dois dos 12 torcedores corintianos detidos na delegacia de Oruro coincidem com a cápsula encontrada no menino, que tinha 14 anos – o disparo perfurou o olho direito e entrou no crânio do garoto. Clique aqui e veja como funciona o sinalizador.
O corpo de Kevin já foi liberado para ser velado e enterrado em Cochabamba, sua cidade natal, a 210 quilômetros de Oruro. A data ainda não foi confirmada, mas a expectativa é que o enterro ocorra nesta sexta-feira.
Dos 12 torcedores corintianos presos após a morte de um garoto de 14 anos no jogo entre San José e Corinthians, em Oruro, dez devem ser liberados até a manhã desta sexta-feira, enquanto outros dois se encontram em situação mais complicada. Clique aqui e veja a identidade dos 12.
A informação é do advogado do grupo de torcedores, o boliviano Jaime Luiz Flores, que chegou à sede da ‘Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen’ (‘Força Especial de Luta Contra o Crime’) na tarde desta quinta-feira. Segundo ele, dois corintianos foram presos com sinalizadores idênticos ao que acertou Kevin Douglas Beltrán Espada, o jovem fã do San José. Um desses torcedores, Cleuter Barreto Barros, portava artefatos do mesmo lote do sinalizador que matou o boliviano.
– Na nossa perspectiva, entendemos que não houve participação de dez dos que estão apreendidos no momento, e estes deveriam ter liberdade imediata. Os outros dois foram presos com sinalizadores, então talvez tenham de esperar um pouco mais. Um deles, Cleuter Barreto Barros, foi detido com um sinalizador do mesmo lote daquele que atingiu a pessoa morta – informou o advogado do grupo.

Os depoimentos dos torcedores devem acabar na noite desta quinta. A partir daí, uma audiência com a fiscal investigativa do Ministério Público, Abigail Saba, vai definir se os corintianos serão liberados ou seguirão presos preventivamente. Na delegacia, atrás das grades, os corintianos falaram com a reportagem do globoesporte.com – clique aqui e assista ao vídeo.
Paralelamente a isso, um agente consular e um advogado foram enviados pela embaixada brasileira na Bolívia a Oruro para acompanhar o caso dos 12 torcedores corintianos presos.
Eles foram para dar assistência aos brasileiros presos pela polícia boliviana e também para evitar que aconteçam abusos por parte das autoridades locais.
A expectativa do Itamaraty é a de que pelo menos seis torcedores fossem liberados ainda nesta quinta-feira, o que não irá ocorrer. A embaixada também informou que não deverá dar ajuda financeira aos brasileiros.
– O que surpreende um pouco é que tenham sido detidos vários brasileiros. Imagino que apenas uma pessoa tenha feito isso, então não sei quais foram as circunstâncias das detenções – disse o ministro conselheiro da embaixada, Eduardo Saboia, ao mandar os representantes para Oruro.