No Brasil, patrocínio de companhia privada a time de futebol busca, acima de qualquer outro retorno, exposição em televisão. E migrar da barra da camisa para a manga é um modo de aumentar a visibilidade sobre o logotipo.
Para se ter uma ideia, levando em consideração a média dos 12 principais times de futebol do Brasil, a barra da camisa gera para a marca ali estampada um “índice de aproveitamento” de 0,47%. Ou seja, de todo o tempo em que o clube esteve na TV, esta é a fatia que a marca apareceu.
A manga, onde a marca vermelha da Fisk estará inserida a partir de 2013, tem um aproveitamento de 2,052% em média.
Os números são levantados pela Informídia, uma agência especializada em pesquisas esportivas. O estudo conta com precisão quanto tempo cada marca é exposta na televisão.
Esta é a razão por um patrocínio na manga ser mais caro do que um na barra da camisa. Embora a diferença entre os números pareça pequena, é suficiente para tornar a manga uma “área nobre” do uniforme, a segunda mais valorizada depois da cota máster, composta por peito e costas.
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“Em 99,9% das propostas as mangas têm valores superiores à barra. Quanto custa cada uma das propriedades, não dá para afirmar, porque cada caso é um caso, mas elas sempre custam mais. Principalmente porque, em entrevistas e nas fotos, as mangas aparecem, mas a barra, não”, explica Fábio Wolff, proprietário da Wolff Sports & Marketing, um dos profissionais que mais intermedeia contratos de patrocínio entre empresas e clubes no Brasil.
E o “upgrade”, claro, não vale apenas para a Fisk. O Corinthians, ao levar a marca para as mangas e decidir não negociar mais a barra da camisa, caminha para a redução do número de logotipos em seu uniforme, uma urgência no futebol brasileiro. Ganha o clube, que valoriza a camisa. Ganha a patrocinadora, que divide espaço com menos marcas. E ganha o torcedor, que pode assistir a um jogo de futebol sem ter a sensação de estar num shopping.