Esses três jogadores custarão R$ 60 milhões ao Corinthians. O investimento é considerado bastante alto para os padrões brasileiros, mas é proporcional ao crescimento de faturamento do clube nos últimos anos.
O Corinthians fechou 2012 com uma arrecadação recorde, de acordo com a diretoria: R$ 330 milhões. “Somos há três anos o clube que mais arrecada no País”, disse o diretor financeiro Raul Correa e Silva.
Novos contratos de direitos de televisão, patrocínio de camisa e fornecedor de material esportivo turbinaram as receitas do clube alvinegro.
O ganho com patrocínio de camisa quase chegou ao valor idealizado. A Caixa paga R$ 30 milhões por ano e a Fisk, que confirmou ontem a renovação de contrato, cerca de R$ 13 milhões. O espaço da Tim, terceira e menor marca no uniforme (dentro do número), corresponde a R$ 3 milhões por temporada. O clube garante que não há mais espaço à venda na camisa.
Raul Correa, no entanto, evita relacionar diretamente o aumento de receita do clube às contratações milionárias, como a de Alexandre Pato. Ele associa a chegada do atacante ao bom momento do time. “Fortalecemos nossa marca nos últimos anos com futebol, com títulos, isso gera mais receitas, mais bilheteria. Entramos nas competições para disputar títulos, sendo campeões ou não. Nossa estratégia é montar times competitivos.”
Segundo o dirigente, contratações como a de Pato também passam pelo crivo do departamento financeiro, além das análises técnicas e médicas. “Não fazemos loucuras, as contratações estão dentro do orçamento.”
Prestação. Pato custará R$ 40 milhões, mas esse valor não será pago à vista. Durante três anos, o Corinthians pagará parcelas ao Milan. Serão três por ano (aproximadamente R$ 4,5 milhões cada uma).
O pagamento a conta-gotas estará em sintonia com o fluxo de caixa do clube. Receitas como as de patrocínio de camisa e fornecimento de material esportivo são fixadas por ano, mas pagas mês a mês. Já os pagamentos das cotas de tevê geralmente são feitos como “luvas”, em fatias maiores, na casa de R$ 25 milhões.
Parcelar o pagamento também foi uma estratégia usada para comprar o zagueiro Gil, do Valenciennes, da França, por cerca de R$ 9,5 milhões, e 50% dos direitos econômicos do meia Renato Augusto, que estava no Bayer Leverkusen, da Alemanha (em torno de R$ 9,4 milhões).
Outras fontes de receita importantes são a bilheteria e o programa Fiel Torcedor. Somados, rendem ao clube R$ 31 milhões por ano, de acordo com a previsão orçamentária para 2013.