No time do Corinthians campeão da Copa SP de Juniores em 2009 um volante chamava a atenção. Lucas Sasha foi titular na conquista corintiana, mas nunca teve chances no time principal. Aliás, daquelas equipe ninguém vingou no Parque São Jorge – apenas Boquita teve mais destaque. Hoje, após defender o Grêmio Barueri, Sasha é jogador do CSKA Sófia, da Bulgária. Onde é ídolo.
Você foi formado na base do Corinthians, campeão da Copa SP de Juniores em 2009 como titular, mas não teve oportunidades no time principal. Com o clube investindo cada vez mais em reforços, acha que as promessas da base devem perder espaço?
Hoje você é jogador do CSKA Sófia, maior time da Bulgária. Que comparação você faz com a estrutura do Corinthians?
Quando falo sobre o CSKA para os meus amigos e familiares sempre comparo com o Corinthians. Porque é o maior time de lá, de mais torcida, é o time do povo. São bem parecidos nesse aspecto, mas é claro que comparando o Corinthians tem bem mais estrutura.E o fanatismo da torcida, é parecido também?
Nossa! Lá eles são muito fanáticos, mas muito fanáticos mesmo. Falo pela nossa torcida, todo jogo eles lotam, para onde vamos eles vão atrás, pode ser em outro país, eles vão de ônibus, são muito fanáticos.
Muitos jogadores negros reclamam de racismo no Leste Europeu, e o futebol búlgaro tem um histórico de problemas nesse sentido. Você é um jogador branco, provavelmente nunca passou por um problema assim relacionado a sua cor, não sei em relação à nacionalidade. Você já presenciou algum caso de racismo em um jogo do Campeonato Búlgaro?
Eu presenciei pela primeira vez. Já tinha acontecido com o camaronês antes, então ele ficou mais tranquilo. No primeiro episódio que aconteceu com ele, fiquei sabendo que ele foi até preso porque tentou agredir um torcedor. A gente não tem muito o que fazer, o máximo que pude fazer foi tentar consolá-lo, conversar com ele. É uma situação complicada.
Financeiramente compensa para o jogador brasileiro atuar na Bulgária?
Olha, compensa… Cara, depende de onde você vem, da sua história no futebol. Hoje há pelo menos três, quatro times na Bulgária que pagam muito bem, e é uma porta na Europa. Depende de quais são seus planos, qual é o seu projeto no futebol. É um lugar onde muita gente vai buscar jogador, e falo pelo CSKA. Nossos jogos estão sempre na televisão, sempre tem alguém assistindo, muitos olheiros, então depende do que você quer. Pra mim vale muito a pena, foi uma porta aberta na Europa e eu tenho passaporte comunitário.
Até quando vai seu contrato? Pretende até lá conseguir uma transferência para um centro maior na Europa?
Meu contrato vai até o meio de 2014. Sempre trabalho para ter coisas cada vez maiores. Depois de seis meses já apareceram algumas propostas… Eu queria pelo menos finalizar uma temporada no CSKA.
Seu nome é Lucas Pacheco Affini. Por que Lucas Sasha?
É uma história meio besta… Meu irmão é jogador de futsal, joga no Benfica, em Portugal. Quando ele era menor tinha um cabelo comprido e chamavam ele de Xuxa. Jogava no Banespa, e eu fui para o clube também aos nove anos. Quando comecei foi bem a época em que a Sasha nasceu… Então ficou o Xuxa que era ele e eu o Sasha. No começo eu não gostava, chorava, e aí que o pessoal chamava mais. Hoje é só Sasha, não tem mais como sair desse apelido.