“Chupa, Corinthians!”
Esta foi a manchete, em letras garrafais, do Lance!
O diário esportivo mostrava ainda uma foto de Dedé sorrindo.
Um grupo financeiro o manterá no empobrecido Vasco.
Foi essa a capa do jornal no sábado, na edição do Rio de Janeiro.
Ofensiva, desnecessária.
A direção do Corinthians teve uma atitude digna.
Publicou uma carta repudiando a chamada.
Não deixou por menos.
Lembrou que é até parceiro do jornal em várias ações de marketing.
Para assegurar a sobrevivência do diário há vendas de produtos.
Em uma inversão de valores, o jornal acaba indo como brinde.
São mochilas, bandeiras, camisas, pôsteres.
É preciso a anuência dos clubes para que sejam vendidos.
Uma combinação financeira.
A direção corintiana lamentou a manchete, o ataque do parceiro comercial.
Foi além, garantiu de forma elegante que não mudará a relação com os repórteres do jornal.
A questão, no entanto, é muito mais profunda do que parece.
Não foi uma mera provocação à toa, de alguém sem inspiração.
Muito pelo contrário.
A emoção dominou quem escolheu a manchete.
O jornalismo esportivo vive uma silenciosa crise no Brasil.
Principalmente o impresso.
Muito se esperava que o cenário mudaria com a Copa de 2014.
Que o interesse sobre o futebol serviria como afrodisíaco.
Proliferariam novas publicações, principalmente jornais e revistas.
Haveria emprego, dinheiro à disposição.
Empresas querendo divulgar seus produtos, os atrelarem ao Mundial.
Fora os bilionários patrocinadores da Copa.
Mais o dinheiro da propaganda oficial do governo.
Só que nada disso aconteceu.
A divulgação de que a Copa seria no Brasil aconteceu em um momento terrível.
De grande indefinição.
De falta de rumo até dos grandes veículos impressos no País.
A popularização da Internet foi um golpe forte demais.
As grandes famílias, donas de centenários jornais, não souberam o que fazer.
Como lidar.
Várias não sabem até agora.
As pesquisas apontam que o interesse no mundo pelos jornais diminuiu.
Vários veículos de comunicação estão abandonando suas edições em papel.
A tradicional revista norte-americana Newsweek é um exemplo.
O último exemplar em papel saiu no dia 31 de dezembro de 2012.
Agora, só pelo computador.
A direção do New York Times anunciou que caminha nesta direção.
O fenômeno está acontecendo no mundo todo.
O jornal impresso está agonizando.
Os motivos principais são o imediatismo da notícia no mundo digital.
A pressa venceu a profundidade.
Do lado prático, o altíssimo custo do papel e da distribuição.
Isso atingiu em cheio o jornalismo brasileiro.
O Jornal do Brasil desde 2010 abandonou as edições impressas.
Ele começou a ser impresso em 1891.
A Gazeta Esportiva deixou de circular em 2001.
Em 1998 havia sido criado a sua versão digital, que existe até hoje.
A pressão foi aumentando.
E os investimentos fugindo da mídia impressa.
No ano passado, o drama do Jornal da Tarde.
O centenário grupo O Estado de S. Paulo não conseguiu salvar o diário.
De nada adiantou haver revolucionado a forma de cobrir futebol no País.
A falência foi completa: o jornal e o site do JT fecharam, faliram.
O grupo Marca tentou trazer para o país o tradicional jornal esportivo.
Os espanhóis se empolgaram com a Copa do Mundo.
O resultado foi desastroso.
Fechou no ano passado, depois de pouco mais de dois anos.
Em 2012, também acabou o Diário do Povo, de Campinas.
Assim como a Revista da ESPN.
Não suportou mais do que três anos.
Janeiro marca o seu último número brasileiro.
De nada adiantou sua marca tão respeitada.
A Placar deixou de ser semanal e tenta sobreviver saindo uma vez a cada mês.
Seu projeto de fazer um jornal esportivo fracassou em menos de um ano.
A saída é manter seu site.
A revista Trivela durou de 2006 a 2009.
A opção pelo digital também foi a saída.
A crise do papel é terrível.
E não poupa ninguém.
Atualmente jornais tradicionais estão ameaçados de extinção.
Pesquisas europeias são cruéis.
Apontam que apenas um grande jornal deverá sobreviver nas capitais.
O restante, virar digital.
Se não fechar suas portas.
O problema é gravíssimo.
Diários no Brasil compraram gigantescos parques gráficos.
A preços absurdos.
Famílias investiram grande parte de sua fortuna.
Acreditaram nos jornais, no papel, na impressão de revistas, livros.
E agora vivem sob enorme pressão.
No último encontro que houve no Brasil, os donos de jornais admitiram.
Erraram com a Internet.
Desprezaram sua força.
E, principalmente, demoraram para cobrar dinheiro pela informação.
Não há para, de uma hora para outra, voltar atrás.
Retirar o site com informações gratuitas e passar a exigir pagamento.
Isso porque vários veículos já se estruturaram e não cobram por notícias.
Vivem de anunciantes.
E muito bem.
Os jornais gratuitos ou vendidos a preço simbólicos ganham espaço.
Desesperam ainda mais os donos de jornais tradicionais.
Bancas ganham mais dinheiro com revistas, xerox, zona azul.
Jornais perdem até espaço para exposição.
A desistência por assinaturas é também um fenômeno da nova geração.
Famílias não querem o acúmulo de jornais velhos em casa.
A pressão explica a manchete do Lance!
O futebol carioca precisa de ídolos para vender jornal.
O dinheiro paulista mantém Neymar, Pato, Ganso, Luís Fabiano, Rogério Ceni.
O Corinthians é campeão do mundo, da Libertadores.
O São Paulo venceu a Sul-Americana.
O Palmeiras, a Copa do Brasil.
O Fluminense, clube da elite, venceu o Brasileiro para os cariocas.
Os populares Flamengo e Vasco estão afundados em crise financeira.
Longe da Libertadores.
Os ídolos escasseiam na cidade maravilhosa.
Sem Juninho Pernambucano e Felipe, o Vasco só tem Dedé.
A sua vinda para o Corinthians seria péssima não só para os vascaínos.
Poderia sim diminuir o interesse pelo diário na sua edição carioca.
O editor que escolheu a manchete pode até não ter pensado em tudo isso.
Ou até teve a reação de maneira instintiva.
A crise está presente, palpável.
Não deixou de ser um alívio ao Lance a permanência de Dedé.
Um ídolo a menos a deixar o Rio de Janeiro.
E a oportunidade surgiu de expressar o sentimento pelo rico futebol paulista.
Dinheiro que torna mais fácil a venda da edição de São Paulo do Lance!
“Chupa, Corinthians!” não foi uma brincadeira.
Nem uma provocação.
Mas um desabafo involuntário diante da situação.
A questão vai bem além da rivalidade entre Rio e São Paulo.
Questiona a sobrevivência dos jornais impressos.
E dos próprios jornalistas.
Donos de veículos de comunicação do Brasil inteiro estão tensos.
Estudando o que fazer para sobreviver.
Atônitos diante da inviabilidade do papel na era digital.
Enquanto eles não descobrem que atitude tomar.
Ainda mais diante do interesse das novas gerações.
O mundo digital tomou o lugar do papel.
Crianças dominam ipad, adolescentes se informam no iphone.
Não querem saber da tinta do papel.
A solução para os imediatistas é tentar vender o máximo de jornais possível.
Quanto mais exemplares, melhor.
Escancarando a questão, tudo fica transparente.
Fácil de entender.
“Chupa, Corinthians!” do Lance RJ é ingênua, inofensiva.
O quadro é caótico, irreversível.
O jornalismo impresso agoniza no Brasil.
Principalmente o esportivo…
Esta foi a manchete, em letras garrafais, do Lance!
O diário esportivo mostrava ainda uma foto de Dedé sorrindo.
Um grupo financeiro o manterá no empobrecido Vasco.
Foi essa a capa do jornal no sábado, na edição do Rio de Janeiro.
Ofensiva, desnecessária.
A direção do Corinthians teve uma atitude digna.
Publicou uma carta repudiando a chamada.
Não deixou por menos.
Lembrou que é até parceiro do jornal em várias ações de marketing.
Para assegurar a sobrevivência do diário há vendas de produtos.
Em uma inversão de valores, o jornal acaba indo como brinde.
São mochilas, bandeiras, camisas, pôsteres.
É preciso a anuência dos clubes para que sejam vendidos.
Uma combinação financeira.
A direção corintiana lamentou a manchete, o ataque do parceiro comercial.
Foi além, garantiu de forma elegante que não mudará a relação com os repórteres do jornal.
A questão, no entanto, é muito mais profunda do que parece.
Não foi uma mera provocação à toa, de alguém sem inspiração.
Muito pelo contrário.
A emoção dominou quem escolheu a manchete.
O jornalismo esportivo vive uma silenciosa crise no Brasil.
Principalmente o impresso.
Muito se esperava que o cenário mudaria com a Copa de 2014.
Que o interesse sobre o futebol serviria como afrodisíaco.
Proliferariam novas publicações, principalmente jornais e revistas.
Haveria emprego, dinheiro à disposição.
Empresas querendo divulgar seus produtos, os atrelarem ao Mundial.
Fora os bilionários patrocinadores da Copa.
Mais o dinheiro da propaganda oficial do governo.
Só que nada disso aconteceu.
A divulgação de que a Copa seria no Brasil aconteceu em um momento terrível.
De grande indefinição.
De falta de rumo até dos grandes veículos impressos no País.
A popularização da Internet foi um golpe forte demais.
As grandes famílias, donas de centenários jornais, não souberam o que fazer.
Como lidar.
Várias não sabem até agora.
As pesquisas apontam que o interesse no mundo pelos jornais diminuiu.
Vários veículos de comunicação estão abandonando suas edições em papel.
A tradicional revista norte-americana Newsweek é um exemplo.
O último exemplar em papel saiu no dia 31 de dezembro de 2012.
Agora, só pelo computador.
A direção do New York Times anunciou que caminha nesta direção.
O fenômeno está acontecendo no mundo todo.
O jornal impresso está agonizando.
Os motivos principais são o imediatismo da notícia no mundo digital.
A pressa venceu a profundidade.
Do lado prático, o altíssimo custo do papel e da distribuição.
Isso atingiu em cheio o jornalismo brasileiro.
O Jornal do Brasil desde 2010 abandonou as edições impressas.
Ele começou a ser impresso em 1891.
A Gazeta Esportiva deixou de circular em 2001.
Em 1998 havia sido criado a sua versão digital, que existe até hoje.
A pressão foi aumentando.
E os investimentos fugindo da mídia impressa.
No ano passado, o drama do Jornal da Tarde.
O centenário grupo O Estado de S. Paulo não conseguiu salvar o diário.
De nada adiantou haver revolucionado a forma de cobrir futebol no País.
A falência foi completa: o jornal e o site do JT fecharam, faliram.
O grupo Marca tentou trazer para o país o tradicional jornal esportivo.
Os espanhóis se empolgaram com a Copa do Mundo.
O resultado foi desastroso.
Fechou no ano passado, depois de pouco mais de dois anos.
Em 2012, também acabou o Diário do Povo, de Campinas.
Assim como a Revista da ESPN.
Não suportou mais do que três anos.
Janeiro marca o seu último número brasileiro.
De nada adiantou sua marca tão respeitada.
A Placar deixou de ser semanal e tenta sobreviver saindo uma vez a cada mês.
Seu projeto de fazer um jornal esportivo fracassou em menos de um ano.
A saída é manter seu site.
A revista Trivela durou de 2006 a 2009.
A opção pelo digital também foi a saída.
A crise do papel é terrível.
E não poupa ninguém.
Atualmente jornais tradicionais estão ameaçados de extinção.
Pesquisas europeias são cruéis.
Apontam que apenas um grande jornal deverá sobreviver nas capitais.
O restante, virar digital.
Se não fechar suas portas.
O problema é gravíssimo.
Diários no Brasil compraram gigantescos parques gráficos.
A preços absurdos.
Famílias investiram grande parte de sua fortuna.
Acreditaram nos jornais, no papel, na impressão de revistas, livros.
E agora vivem sob enorme pressão.
No último encontro que houve no Brasil, os donos de jornais admitiram.
Erraram com a Internet.
Desprezaram sua força.
E, principalmente, demoraram para cobrar dinheiro pela informação.
Não há para, de uma hora para outra, voltar atrás.
Retirar o site com informações gratuitas e passar a exigir pagamento.
Isso porque vários veículos já se estruturaram e não cobram por notícias.
Vivem de anunciantes.
E muito bem.
Os jornais gratuitos ou vendidos a preço simbólicos ganham espaço.
Desesperam ainda mais os donos de jornais tradicionais.
Bancas ganham mais dinheiro com revistas, xerox, zona azul.
Jornais perdem até espaço para exposição.
A desistência por assinaturas é também um fenômeno da nova geração.
Famílias não querem o acúmulo de jornais velhos em casa.
A pressão explica a manchete do Lance!
O futebol carioca precisa de ídolos para vender jornal.
O dinheiro paulista mantém Neymar, Pato, Ganso, Luís Fabiano, Rogério Ceni.
O Corinthians é campeão do mundo, da Libertadores.
O São Paulo venceu a Sul-Americana.
O Palmeiras, a Copa do Brasil.
O Fluminense, clube da elite, venceu o Brasileiro para os cariocas.
Os populares Flamengo e Vasco estão afundados em crise financeira.
Longe da Libertadores.
Os ídolos escasseiam na cidade maravilhosa.
Sem Juninho Pernambucano e Felipe, o Vasco só tem Dedé.
A sua vinda para o Corinthians seria péssima não só para os vascaínos.
Poderia sim diminuir o interesse pelo diário na sua edição carioca.
O editor que escolheu a manchete pode até não ter pensado em tudo isso.
Ou até teve a reação de maneira instintiva.
A crise está presente, palpável.
Não deixou de ser um alívio ao Lance a permanência de Dedé.
Um ídolo a menos a deixar o Rio de Janeiro.
E a oportunidade surgiu de expressar o sentimento pelo rico futebol paulista.
Dinheiro que torna mais fácil a venda da edição de São Paulo do Lance!
“Chupa, Corinthians!” não foi uma brincadeira.
Nem uma provocação.
Mas um desabafo involuntário diante da situação.
A questão vai bem além da rivalidade entre Rio e São Paulo.
Questiona a sobrevivência dos jornais impressos.
E dos próprios jornalistas.
Donos de veículos de comunicação do Brasil inteiro estão tensos.
Estudando o que fazer para sobreviver.
Atônitos diante da inviabilidade do papel na era digital.
Enquanto eles não descobrem que atitude tomar.
Ainda mais diante do interesse das novas gerações.
O mundo digital tomou o lugar do papel.
Crianças dominam ipad, adolescentes se informam no iphone.
Não querem saber da tinta do papel.
A solução para os imediatistas é tentar vender o máximo de jornais possível.
Quanto mais exemplares, melhor.
Escancarando a questão, tudo fica transparente.
Fácil de entender.
“Chupa, Corinthians!” do Lance RJ é ingênua, inofensiva.
O quadro é caótico, irreversível.
O jornalismo impresso agoniza no Brasil.
Principalmente o esportivo…
Fonte: r7