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REVELADO NO CORINTHIANS, VOLANTE VIRA ÍDOLO NA BULGÁRIA E ATACA RACISMO: “FUI CHAMADO DE ÍNDIO”

Danilo Vieira Andrade

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Volante levou namorada para 
visitar pontos turísticos enquanto 
esteve na Bulgária
Crédito da imagem: Arquivo Pessoal
Lucas Sacha foi campeão da Copa SP pelo Corinthians em 2009 e foi apontado como uma das possíveis revelações para serem usadas no time principal como volante. O ótimo momento da equipe no setor, no entanto, fez o jogador acabar esquecido nas categorias de base e o forçou a buscar novos ares. A alternativa, depois de um tempo no Grêmio Barueri, foi enfrentar o frio e a saudade da família no desconhecido futebol da Bulgária. O esforço valeu a pena e, hoje, ele é um dos três principais jogadores do CSKA Sofia, principal time do país.
O maior problema que ele enfrentou até hoje na Europa, além das baixas temperaturas, foi algo que não consegue ser extinto no Velho Continente, o preconceito. Depois de ver seu companheiro, negro, sair do campo após ouvir barulho de macaco da torcida adversária, ele também relatou ao UOL Esporte que já chegou até a ser chamado de índio por um rival durante uma discussão em campo.
‘Uma vez, durante um jogo, me chamaram de índio. Sinceramente, nem sei se isso é racismo, mas me chamaram. Tem gente que ainda acha que o Brasil só tem floresta e bicho, deve ser por isso que falaram isso. Eu pensava que esse tipo de problema tinha acabado, mas não acabou’, disse o jogador.

Apesar do pequeno incidente, Sacha se diz feliz na equipe onde tem contrato até 2014. Ele comemora a volta por cima após ter sido deixado de lado no Corinthians e admite que, para voltar ao Brasil, ele aceitaria jogar até mesmo por um arquirrival alvinegro.
‘Eu cheguei aqui desacreditado e, hoje, sou um dos três principais jogadores do time. Eu era volante e agora tenho que sair para o jogo, porque falta técnica aqui. Não querem deixar eu sair, mas já estipularam um valor que eu não sei caso alguém faça uma proposta. Pelo que eu vi, teve time de Portugal e alguns outros times interessados, mas estou bem aqui. Estou com sequência e indo bem’, afirmou. ‘Claro que eu aceitaria uma outra proposta de outro time brasileiro, mesmo porque eles preferiram não me usar entre os principais. Não tem mágoa, mas foi opção deles. Mas sempre imagino como seria se eu tivesse subido’, completou.
A grande motivação para Sacha voltar ao Brasil, aliás, seria ficar novamente perto de sua família e de sua mulher. Estabilizado na Bulgária, o volante ainda não conseguiu levar sua companheira para a Europa, já que ela ainda está estudando. Enquanto isso, ele se controla na saudade conversando pela internet e fazendo as visitas sempre que pode no Brasil.
Sua distração, enquanto isso, tem sido comer em restaurantes e até se distrair com o assédio local.
‘Eu sempre como fora, então enfrento poucas dificuldades na gastronomia. Eu pensava que o pessoal aqui era mais tímido, evitava contato, não pedia foto, mas pelo contrário. Eles falam, pedem autógrafo, pedem foto, não têm vergonha de nada. A mulherada aqui é até bonita, sempre falo para a minha mulher, mas não dou bola’, finalizou. 
Fonte: UOL