Arena Corinthians vai inovar conceito de gramado para a Copa

Danilo Vieira Andrade

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Um gramado com um sistema de resfriamento inédito no mundo. Assim será o da Arena Corinthians, palco de abertura da Copa de 2014, que começa a “nascer” na terça-feira, com o início da escavação do terreno. O sistema, com água e ar gelados, foi desenvolvido em função do tipo de grama escolhido para a arena: a Ryegrass, comum em estádios da Europa.

A Ryegrass é uma grama de inverno. Foi escolhida pelo Corinthians porque será essa a estação do ano no Brasil na época da Copa – a Fifa recomenda o tipo Bermuda, mais adaptável ao clima tropical. Mas a temperatura ideal para conservá-la é 23 graus C. Como em boa parte do ano as temperaturas em São Paulo são superiores, foi preciso criar um sistema para sua manutenção.

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“A concepção do projeto foi marcada pela premissa de fazer o melhor gramado do mundo”, disse Claudio Godoy, coordenador de projetos da World Sports, que tem uma empresa irlandesa e outra belga como parceiros.

ETAPAS
O gramado da Arena Corinthians vai ser construído em três etapas. A primeira é a escavação do terreno, que será rebaixado em 70 centímetros. Essa fase levará de 20 a 30 dias. Em seguida, será feita a implantação dos sistemas, como o de drenagem a vácuo – na arena também haverá a opção de drenagem por gravidade –, irrigação, colocação de brita (15 milímetros de espessura) e areia, nivelamento e plantio do gramado (por semeadura), entre outros serviços. Essa fase levará cerca de 60 dias.

No início de junho, no máximo, o gramado estará pronto, mais ainda não para uso. Será preciso um período de maturação pós-plantio de cerca de 90 dias, onde haverá poda, irrigação, adubação, controle de pragas e doenças, entre outros trabalhos. Então, durante o mês de setembro, três meses antes da data marcada para a entrega do estádio, a bola poderá rolar no gramado da Arena Corinthians. Mas não vai. E nem mesmo materiais que continuarão a ser utilizados na construção do estádio, que ainda estará em obras, poderão ser transportados pelo campo. “O mau uso compromete o gramado, impede o seu desenvolvimento e conservação”, diz Godoy.

Ele cita o caso da Arena do Grêmio, que teve o gramado utilizado antes do fim do período de maturação – não só para Jogo contra a Pobreza lá realizado, mas também por conta do show de inauguração em dezembro passado –, como exemplo de mau uso que danifica a grama.

Clube, construtora e empresa contratada não revelam o valor da implantação do gramado.

Fonte: Estadão