Fator visitante pode ser atenuante em julgamento do Timão na Conmebol

Danilo Vieira Andrade

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Torcida San José no jogo 
contra o Corinthians
Crédito: Diego Ribeiro

O Código Disciplinar da Conmebol, que entrou em vigor esse ano, responsabiliza os clubes de futebol pelo comportamento de suas torcidas nos estádios. Por isso, o Corinthians sabe que corre riscos de graves punições quando for julgado pelo Tribunal de Disciplina da entidade pela morte de Kevin Douglas Beltran Espada, torcedor do San José de 14 anos que foi atingido no olho por um sinalizador, na noite de quarta-feira, supostamente disparado pelos alvinegros no estádio Jesús Bermúdez, em Oruro, na Bolívia. Porém, a culpa pode não cair toda sobre os brasileiros. O globoesporte.com apurou que a equipe boliviana pode dividir a responsabilidade do acidente por permitir a entrada de sinalizadores, proibidos pelo código sul-americano, no local da partida.

No código disciplinar, o artigo 18 traz uma relação de possíveis punições para os clubes em situações de ‘comportamentos inadequados da torcida’, como advertências, repreensões, multas de R$ 200 a R$ 200 mil, anulação ou repetição do jogo, perda de pontos, atuar com portões fechados, proibição de jogar em um estádio ou um país, exclusão da competição (presente ou de futuras edições) e perda de licença. Apesar da gravidade do caso, o risco de exclusão do torneio, entretanto, é improvável para as duas equipes.
Diferente do Brasil, identificação de infrator não livra clube de culpa
No Brasil, quando há problemas envolvendo torcidas no estádio, na maioria das vezes em casos de objetos arremessados no campo, o clube pode escapar de punição se o infrator for identificado e punido, segundo determinação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Mas na Conmebol não há orientação para esse tipo de situação no código disciplinar. Mesmo que encontrem o autor do disparo do sinalizador que matou o jovem boliviano, Corinthians e San José ainda serão punidos. Porém, a identificação do culpado pode amenizar a futura punição no julgamento.
Em Oruro, 12 torcedores do Corinthians estão detidos em uma cela na ‘Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen’ (Força Especial de Luta Contra o Crime) como suspeitos. Todos se dizem inocentes no caso. A polícia informou que apreendeu nove sinalizadores de navio no meio da torcida alvinegra no estádio, logo após a tragédia.