Torcedores presos dizem que morte foi acidente: ‘Aquilo disparou’

Danilo Vieira Andrade

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Porta do local onde os brasileiros estão 
presos em Oruro para averiguação 
Crédito: Diego Ribeiro

Os 12 torcedores do Corinthians presos após a morte de um garoto de 14 anos na partida entre San José e Timão, em Oruro, estão dividindo uma cela de 12 metros quadrados e apenas um banheiro nos fundos da Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen, no centro da cidade boliviana. Após autorização da fiscal investigativa Abigail Saba, a reportagem do globoesporte.com teve acesso ao local e conversou por cerca de três minutos com os corintianos.

Apreensivos, eles não quiseram se identificar individualmente e nem tirar fotos. Apenas passaram um recado aos familiares que estão no Brasil: estão bem e querem voltar logo. Todos ficam na delegacia por tempo indeterminado.
– Digam a todos que estamos bem, nossos familiares estão preocupados. Foi um acidente – disse um dos torcedores.

Um a um, os corintianos estão prestando depoimentos a respeito da morte do garoto Kevin Douglas Espada, de 14 anos, atingido por uma cápsula que, de acordo com a polícia boliviana, partiu de um sinalizador aceso pela torcida visitante em Oruro. Os 12 torcedores foram recolhidos para averiguações.
– Chegamos ao estádio cerca de meia hora antes do jogo, fizemos nossa festa e estávamos na batucada (com a bateria). Foi um acidente, logo depois do gol do Corinthians. Levantamos o bandeirão e aquilo disparou – relatou um dos presos.
– Fomos escolhidos aleatoriamente pela polícia – completou outro.
O grupo está apreensivo com possíveis retaliações de torcedores bolivianos. Durante a manhã, porém, o clima foi de tranquilidade – na medida do possível – na sede da delegacia.