Torcedores presos não devem voltar ao Brasil antes de agosto, diz defesa

Danilo Vieira Andrade

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Entrada da Corte Superior de Justiça 
de Oruro, onde torcedores estão presos
Crédito: Diego Ribeiro
Os 12 torcedores presos em Oruro, na Bolívia, dificilmente voltarão ao Brasil nos próximos seis meses. A previsão é dos enviados da embaixada brasileira que cuidam do caso dos corintianos acusados pela morte do garoto Kevin Beltrán Espada, de 14 anos. Segundo eles, mesmo que consigam responder às acusações em liberdade, os torcedores deverão ficar em La Paz e serão impedidos de sair da Bolívia.
– A chance de eles voltarem para o Brasil, eu diria, é de menos de 10%. Só teriam essa possibilidade se o juiz cautelar negar todas as acusações enviadas pela fiscal investigativa (Abigail Saba) – disse Beymar Duchén Rojas, funcionário administrativo da embaixada.
– No melhor dos casos, os que forem responder em liberdade terão de esperar o fim das investigações na Bolívia. Ficariam em La Paz, por motivos de segurança. Há também a possibilidade de pagamento de fiança, mas o valor varia muito e não posso dar um valor preciso agora – acrescentou Rojas.
Além de Rojas, também está em Oruro o assessor jurídico da embaixada, Miguel Blancourt. O ministro conselheiro Eduardo Saboia está a caminho e chega à cidade ainda nesta tarde. Eles acompanham a partir desta sexta-feira as análises das medidas cautelares na Corte Superior de Justiça de Oruro.
Os enviados da embaixada também prestam auxílio básico aos torcedores, presos no subsolo da Corte Superior de Justiça. De acordo com os funcionários da embaixada, as condições são ruins, piores às da cela onde estavam anteriormente.

– Levamos comida, cobertores e conversamos com eles. As condições são ruins, pois eles não podem tomar banho e já fizeram necessidades nas celas. Estão divididos em duas celas, com seis pessoas em cada. Estão muito abatidos, pálidos, e querem que a justiça seja feita. A polícia, porém, tem dado um tratamento cordial – relatou Beymar Rojas.

Além dos funcionários da embaixada, há apenas duas pessoas esperando os corintianos presos: a esposa de um deles e um amigo. Ambos não quiseram se identificar.
– Eu e meu marido estávamos fora do estádio quando ocorreu a explosão. Hoje (sexta-feira) cedo levei comida para eles, mas não pude ter contato. Um policial levou os alimentos – disse a mulher.
De acordo com a perícia da polícia boliviana, sinalizadores apreendidos com dois dos 12 torcedores corintianos detidos coincidem com a cápsula encontrada no menino Kevin Beltrán Espada, atingido no olho direito por um sinalizador marítimo disparado do setor ocupado pelos alvinegros na partida diante do San José, na última quarta-feira, pela Taça Libertadores.