Filha de senador boliviano diz que presos são moeda de troca

Danilo Vieira Andrade

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Filha de senador boliviano diz que corintianos são
moeda de troca (Foto: Leandro Canônico)

Para Denise Pinto não há dúvida: os 12 torcedores corintianos, suspeitos da morte do garoto Kevin, só serão libertados da Penitenciária San Pedro, em Oruro, depois que a embaixada brasileira em La Paz deixar de dar asilo político para o senador boliviano Roger Pinto. Ela é filha dele e esteve na prisão dos brasileiros.

Acompanhada de outras três pessoas, que produzem um documentário sobre a situação do seu pai, Denise foi categórica ao afirmar que recentemente o ministro da presidência boliviana, Juan Ramón Quintana, pressionou Antônio Patriota, ministro das relações exteriores do Brasil.

– Eu tenho informações de que o Quintana disse ao Patriota que os 12 brasileiros só seriam soltos se o Brasil entregasse meu pai – disse a filha do senador.

Roger Pinto está asilado na embaixada brasileira em La Paz já faz 11 meses. Ele alega ser perseguido pelo governo de Evo Morales, do qual é oposicionista. Antes de pedir asilo político, Pinto havia denunciado a ligação de um comandante da polícia boliviana, aliado de Morales, com o narcotráfico.

– Meu pai recebia ameaças de morte dos aliados do Evo Morales. Chegavam até por mensagem no celular – acrescentou a garota.

Dentro da cadeia, os 12 corintianos, presos há 50 dias como suspeitos da morte do boliviano Kevin Beltrán Espada, atingido por um sinalizador durante a partida do San José com o Corinthians, pela Libertadores, querem saber se isso realmente tem alguma ligação com a demora na investigação do caso deles.

Recentemente, em visita da comitiva dos seis deputados federais brasileiros, eles questionaram veementemente sobre isso. Mas os parlamentares negaram ligação.