Por Fabio Leite
SÃO PAULO, SP, 11 de junho (Folhapress) – Diante da nova proposta da Prefeitura de São Paulo de conceder o Pacaembu à iniciativa privada, o Ministério Público Estadual defende que o estádio municipal vire uma universidade desportiva pública. “Esse seria o melhor destino do Pacaembu, a menina dos olhos do Ministério Público”, disse o promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes, de Habitação e Urbanismo.
“Existe ali um conjunto poliesportivo com piscina e quadra de tênis perfeitamente adequado para isso e o campo de futebol poderia abrigar uma pista de atletismo”, completou.
Ontem o secretário municipal de Esporte, Celso Jatene (PTB), anunciou que vai abrir uma licitação no início do segundo semestre para fazer a concessão do estádio à iniciativa privada por até 30 anos.
A prefeitura calcula que a empresa vencedora terá de investir cerca de R$ 350 milhões para transformar o estádio municipal, inaugurado em 1940, em uma moderna arena multiuso para receber eventos como UFC e shows.
Segundo a prefeitura, o Pacaembu é deficitário. Em 2012, o deficit foi de R$ 1 milhão.
Jatene disse que vai procurar o Ministério Público e a associação de moradores Viva Pacaembu para propor um acordo que viabilize a realização de shows no estádio.
Desde 2004, uma decisão judicial obtida pela Viva Pacaembu impede a realização de eventos não esportivos no Pacaembu. Além disso, o estádio é tombado pelo patrimônio e não pode sofrer alterações em sua fachada.
O promotor disse que também está preocupado com o futuro do Pacaembu a partir de 2014, quando Corinthians e Palmeiras, clubes que alugam o estádio municipal, tiverem concluído suas arenas. Mas afirma que ainda não foi procurado pela prefeitura para discutir a proposta.
“Tenho todo o interesse em ajudar a encontrar uma solução para o Pacaembu não se transforme num elefante branco nas costas da cidade”, disse Lopes.
“Estamos abertos a ouvir ideias e discutir alternativas, mas considerando que existem questões judiciais que restringem o uso do estádio”, completou. Segundo ele, é preciso discutir pontos como emissão de ruídos, acessibilidade e frequência de eventos no local. “Uma coisa é ponto de honra. Não admito a utilização do Pacaembu para eventos religiosos, seja de umbanda, católico, pentecostal, o que for”, disse o promotor.
Fonte: Diário de Guarapuava