Doutor Sócrates estreava com a camisa do Timão há 35 anos | © José Pinto/Placar |
Doutor, Doutor, Doutor. Esta terça-feira (20) marca mais um dia importante da história do Corinthians e de saudades do Magrão. Para sempre na memória da Fiel e do Brasil por seus ideais dentro e fora de campo, Sócrates fazia a sua estreia pelo Timão há exatamente 35 anos. Em homenagem ao eterno camisa 8, veja a matéria feita em parceria com a Placar, com memórias do ex-lateral esquerdo Wladimir sobre o antigo amigo e companheiro.
Um dos maiores ídolos da história do Corinthians, líder da Democracia Corinthiana e ícone por suas motivações políticas numa época permeada pelo fantasma da ditadura militar brasileira. A Fiel relembra 35 anos depois o primeiro jogo de Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira.
Natural de Belém-PA, o Magrão se destacou desde cedo pela opção de cursar medicina e seguir a carreira no futebol. Vindo do Botafogo de Ribeirão Preto-SP, chegou ao Timão em 1978. A primeira partida do Doutor veio logo em clássico com o Santos, no dia 20 de agosto daquele ano, no estádio do Morumbi. E o espetáculo que Sócrates sempre proporcionou teve casa cheia desde o início: 111 103 pessoas estiveram presentes no empate em 1 a 1 que marcou sua estreia, em partida do Paulistão. No segundo jogo do camisa 8, saiu o primeiro gol com a camisa do Corinthians, contra o Ferroviária-SP.
Com o lema “Ganhar ou perder, mas sempre com democracia”, o movimento liderado por Sócrates no Parque São Jorge trouxe à tona as ideias de abertura política, descentralização do poder e a modernização da administração do clube. Dentro de campo, os resultados também foram notáveis. Em seis anos com a camisa do Timão, o Calcanhar de Ouro venceu o Paulistão em 1979, 1982 e 1983, disputou 298 jogos e marcou 172 gols.
Veja as palavras de Wladimir sobre o Doutor Sócrates:
Chegada ao Corinthians
O Magrão chegou ao grupo do Corinthians bem tranquilo, sabendo que era a chance da carreira dele. Nós percebíamos o interesse dele em se aproximar do grupo, até para aflorar o potencial que ele tinha. Algo interessante é que fazíamos muitos jogos beneficentes nas férias. E ele participou de todos com o elenco. Um ano depois, ele já estava completamente ambientado conosco.
Relação com o elenco
Estávamos primeiramente com um amigo e companheiro, que era muito intelectualizado, um cara sábio e inteligente na forma de agir. Foi questão de tempo para ele consolidar a postura que tinha.
Lembranças da estreia
Eu não tenho lembranças do primeiro jogo dele, mas me lembro bem das partidas iniciais da carreira dele no Corinthians. Ele tentava se ambientar, se movimentava bastante, procurava orientar os companheiros, já mostrava liderança.
Aprendizado
No começo, apesar de ele ser novo no elenco, a impressão que nós tínhamos era de que ele convivia com a gente já há um bom tempo. Conviver com ele foi um aprendizado para todos, pela postura que ele tinha de se preocupar com o grupo. Eu sempre falo que o legado que a Democracia Corinthiana deixou foi da coletividade: qualquer jogador que fosse considerado o melhor em campo sempre atribuía a vitória ao grupo, e quem começou isso foi o Sócrates. Ele nunca assumia os louros de uma vitória por uma atuação dele, sempre exaltava a coletividade.
Fonte: Site Oficial do Corinthians