Eleito o melhor jovem na Europa em 2009, Pato usa capacete de ‘pereba do rachão’ | Daniel Augusto/Ag. Corinthians |
É comum um jogador passar boa parte da carreira fora do Brasil e, ao voltar para o país, sentir certa diferença. Alguns demoram mais para se encontrar, outros pegam o jeito rapidamente, mas todos passam por um período de adaptação. O de Pato já dura seis meses e, pelas declarações no Corinthians, tem de acabar logo.
Tite e a diretoria sempre tiveram paciência com o atacante. Sempre que questionados, bateram na tecla da adaptação. Mas o discurso mudou recentemente. O clube aceitou o período da estreia do camisa 7, em fevereiro, até agora, como preparação. Isso acabou. Seis meses se passaram e chegou o momento de voar mais alto.
Nos dois próximos jogos, contra Vitória, neste domingo, e Fluminense, na quarta-feira, Guerrero estará servindo à seleção peruana e Pato será titular. É a oportunidade que ele tanto queria na equipe.
‘Ele está em fase final de preparação. Vai ser competitivo, com a qualidade que tem. Está melhorando e vai ter condição de estar assim no domingo’, disse Tite.
Na opinião da comissão técnica, a adaptação de Pato foi prejudicada por fatores específicos. Primeiro, pela temporada repleta de lesões no Milan e, depois, pelo fato de o Corinthians ter um estilo peculiar de jogar, o que prejudicou até quem já atuava no Brasil.
‘O processo é em função do ano passado. Aqui, já jogou mais jogos e fez mais gols (na temporada 2011/12, a última inteira na Itália, foram 18 partidas e quatro gols. No Timão, são 35 jogos e dez gols). Na adaptação, o Guerrero passou por isso. Romarinho, Sheik e Douglas também’, justificou Tite.
Vontade/ Boa parte da torcida corintiana reclama que Pato tem menos raça do que o restante do grupo. Ele tem um estilo de jogo diferente do de Emerson Sheik, por exemplo, mas, para Tite, isso não é sinônimo de falta de vontade.
‘Não é isso. Ele é humilde e trabalha para caramba. Vai acabar se identificando, é só ter calma’. O treinador ainda foi além e aproveitou para mandar um recado às pessoas que sentiram falta de vontade do elenco no empate com o Santos. ‘Essa história de jogar quando quer é falta de caráter. Isso, a nossa equipe não tem.’
Fonte: Diário de São Paulo