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Saga do Luverdense tem 30 torcedores, 9 patrocínios e fotos proibidas

Danilo Vieira Andrade

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Luverdense acabou eliminado da Copa do Brasil dentro do Pacaembu
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

A maior campanha na história do Mato Grosso na Copa do Brasil acabou nas oitavas de final, mas ainda assim foi suficiente para encher de orgulho aos jogadores do Luverdense-MT. Eliminado pelo Corinthians na noite de quarta-feira no Pacaembu, estava representado por cerca de 30 torcedores que não preenchiam nem 15% do espaço destinado aos visitantes. Com eles, apenas uma pequena bandeira com as cores do Luverdense, que acabou derrotado por 2 a 0.

Ainda assim, para uma equipe com folha salarial de R$ 250 mil e ainda na Série C, ter ido tão longe foi motivo de orgulho. Antes de ser eliminado, despachou o Tupi de Juiz de Fora-MG, o Bahia e o Fortaleza. Além, evidentemente, de ganhar do Corinthians por 1 a 0 na partida disputada há oito dias e endurecer na visita a São Paulo. Por isso a sensação de lucro diante do adeus na competição.

‘Aqui é outro nível, outro mundo, é Série A. Nós aprendemos muito’, disse o volante Júnior Terceiro. ‘Saímos com honra. Perdemos no primeiro tempo, mas fomos mais concentrados no segundo’, também falou o atacante Misael. ‘Nosso clube está crescendo e ficando cada vez mais forte. Futuramente, vão saber mais ainda que lá também sabemos fazer futebol’, prometeu o treinador Júnior Rocha.

Entre os lucros que obteve no Pacaembu, certamente aqueles com patrocínios não podem ser desprezados. O Luverdense foi a campo contra o Corinthians com nove marcas diferentes em sua camisa. Desses acordos, três surgiram em virtude da partida disputada em São Paulo, e renderam mais R$ 100 mil aos cofres do time pantaneiro. Difícil era identificar as marcas, de tão amontoadas…

Sorridente antes do jogo, o presidente Helmute Lawish provavelmente festejava os lucros de enfrentar o atual campeão mundial. A renda do jogo anterior, por exemplo, serviu para pagar dois meses de salários. No Pacaembu, ele concedeu entrevistas para mais de dez veículos diferentes. Ao pedido de um repórter, chegou a dizer com risadas: ‘se a gente classificar, fica mais fácil, faço o que vocês quiserem’. Não vestia terno ou coisa parecida. Estava com boné e agasalho da Seleção Brasileira.

A simplicidade, por sinal, marca a passagem do time mato-grossense pela capital paulista. Ainda no aeroporto de São Paulo, jogadores fotografavam o momento único na carreira. Por outro lado, tiveram de respeitar um pacto firmado com a comissão técnica. Para manter o foco, câmeras fotográficas e telefones celulares ficaram desde a noite de terça-feira guardados no Hotel Marabá, um quatro estrelas onde se hospedaram no Centro.

Fã declarado de Tite, o treinador Júnior Rocha comandou até um treinamento fechado no CT do São Paulo, na Barra Funda. Ajustou a marcação do Luverdense ao posicionamento do Corinthians, uma estratégia que seu ídolo normalmente utiliza na véspera de jogos importantes. Pediu seriedade e ousadia a seus comandados.

De certa forma, pode se dizer que funcionou. No Pacaembu, o Corinthians teve dificuldades e só abriu o placar aos 29min do primeiro tempo, quando os torcedores já esboçavam impaciência pela falta de gols. Ao contrário de equipes menores, o Luverdense se arriscou ao ataque desde o início, inclusive, e perdeu pelo menos três ocasiões diante de Cássio. Teve uma despedida honrosa, no fim das contas, e marcou seu nome no cenário nacional pela primeira vez em nove anos de vida.

Fonte: Terra