Alessandro deu entrevista coletiva no Corinthians (Foto: Eduardo Viana/ LANCE!Press) |
A punição do STJD contra o Corinthians, que foi reavaliada nesta sexta-feira e diminuída para dois em vez de quatro jogos de perda de mando e portões fechados, continua sendo assunto no CT Joaquim Grava. Capitão da equipe, Alessandro disparou contra as medidas tomadas para coibir a violência no futebol brasileiro. Para ele, os clubes não têm culpa a respeito da confusão envolvendo corintianos e vascaínos, em Brasília, há duas semanas.
O camisa 2 do Timão, que deverá ser titular na partida contra o Náutico, no próximo domingo, lembrou que na maioria das vezes são sempre os mesmos torcedores envolvidos em brigas. Ele defendeu a tese de que as autoridades deveriam punir somente as pessoas que causam tais tumultos. Por conta da briga no Mané Garrincha, o time do Parque São Jorge terá de jogar duas partidas a 100km de São Pailo e com seus portões fechados. Um novo julgamento ainda acontecerá no dia 26 e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ainda não definiu em quais as partidas que o clube sofrerá a pena.
– Tenho uma opinião muito própria, não concordo com estas punições. O clube não pode pagar e o torcedor também não. Ele deixa de assistir e torcer para sua equipe. São coisas que se repetem. Parecem que são os mesmo torcedores. Vão continuar voltando, fazer o que sempre fazem. Não so lá no estádio, mas fora também. Não consegue vir ninguém organizar, punir de forma severa esses caras. Infelizmente nosso futebol continua do mesmo jeito, punições são direcionadas a quem não se deve. Torcedor real deixa de assistir e o clube de arrecadar. Vai vir provavelmente em um momento decisivo para gente, jogos importantes. É lamentável. Vejo vocês (jornalistas) levantarem questões, e quem tem poder, cacife, não tem coragem. Infelizmente – afirmou.
Outro assunto bastante criticado pelo jogador do Corinthians foi o calendário apertado que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) vem impondo nas últimas semanas. O São Paulo, por exemplo, jogou nas últimas terça e quinta-feira, e ainda entra em campo no domingo. Para Alessandro, é uma carga que nenhuma pessoa tem condição de dar conta. Na última quinta, o técnico Dorival Junior, do Vasco (que também foi predijudicado) descascou a entidade que cuida do futebol brasileiro.
– Tenho a mesma opinião de todos. Não existe possibilidade físiCa e humana de jogar assim, de ter rendimento satisfatório. Não dá e temos de tentar ajustar. Ano que vem vai ser pior por causa da Copa do Mundo. Temos chances de ter os estaduais na primeira semana de janeiro. Como vai ficar? Tudo muito apertado, quantidade de jogos absurda. Os atletas vão se lesionar, vai abaixar rendimento. Já vemos isso há anos, mas nunca resolve. Nós temos que tentar mudar, junto das federações, dos jogadores, do sindicato, dos clubes… Porque não sacrificar uma competição? Torcedor também não pode pagar ingresso de terça, quinta e domingo. É triste, perde clube, perde atleta que sofre lesões… Todos perdem. São tantas coisas que muita gente já disse, que vão falar de novo, mas ninguém senta e resolve. Tem que juntar CBF, sindicato, jogadores… Existe uma distância absurda de todo mundo, não conseguimos nos unir. Não temos o sindicato no contato e a CBF não escuta o atleta. Aí fica assim, essas coisas ruins acontecendo há meses de uma Copa do Mundo, em um pais tão apaixonado, que gosta tanto de futebol. Eu como atleta queria essa mudança – concluiu.
Fonte: Lancenet